Bolsonaro é preso; baixe o arquivo com a decisão judicial
Moraes mencionou "elevado risco de fuga" do ex-presidente e violação no uso da tornozeleira eletrônica
O fato principal
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22.nov.2025) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Na decisão, Moraes mencionou "elevado risco de fuga". A determinação, que é individual, deve ser levada à Primeira Turma do STF (composta por 5 ministros) em sessão extraordinária na segunda-feira (24.nov).
Por ora, Bolsonaro foi preso pela PF (Polícia Federal) em Brasília e levado à superintendência da instituição. A princípio, ficará detido na sala de Estado-Maior da PF.
Contexto
A prisão não tem relação com o início da execução de pena por tentativa de golpe de Estado e outros crimes pelos quais Bolsonaro foi condenado, num total de 27 anos e 3 meses. Neste caso, ainda cabe recurso.
Bolsonaro já estava em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares determinadas. Neste caso, também era distinto da execução da pena de 27 anos e 3 meses.
Ou seja, era uma medida cautelar provisória, enquanto o processo por golpe de Estado não termina, definitivamente, de tramitar. Isso porque Bolsonaro teria descumprido medidas restritivas anteriores.
O que aconteceu para prender Bolsonaro?
Na véspera (21) da prisão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocou uma vigília de apoiadores na frente do condomínio onde mora o ex-presidente. A PF entendeu que isso poderia criar um "ambiente político" propício à fuga.
Na decisão, Moraes mencionou que, às 00h08 da madrugada deste sábado (22), o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, responsável por monitorar o uso das tornozeleiras eletrônicas, detectou uma tentativa de violação do aparelho usado por Bolsonaro.
Moraes disse que estes fatos se somam a outras articulações que já vinham sendo observadas. O ministro destacou que Bolsonaro vive a cerca de 13 km do setor de embaixadas em Brasília e poderia tentar buscar abrigo na representação de algum país.
Em fevereiro de 2024, Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria, país governado pelo líder de extrema direita Viktor Orbán, conforme revelou uma reportagem do New York Times que teve acesso ao sistema de câmeras do local.
Em abril do mesmo ano, o STF decidiu que o ex-presidente não violou medidas cautelares impostas contra ele ao dormir na embaixada da Hungria.
A hospedagem de Bolsonaro na embaixada ocorreu durante o Carnaval de 2024, logo após o ex-presidente ter seu passaporte retido por determinação judicial.
Baixe a determinação judicial
Abaixo, o arquivo em PDF com a determinação judicial para a prisão de Bolsonaro.




Imagens: Valter Campanato/Agência Brasil
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Autor
Jornalista e empreendedor. Criador/CEO do Correio Sabiá. Emerging Media Leader (2020) pelo ICFJ. Cobriu a Presidência da República.


