🧠 2025, contextualizado
Listamos tópicos ambientais e políticos, com relevância nacional e/ou global
Recesso parlamentar
O Congresso Nacional fica em recesso até o dia 2 de fevereiro, que neste ano cai num domingo. Os trabalhos legislativos recomeçam oficialmente no dia 3. Haverá uma sessão solene, como habitual.
Novas presidências na Câmara e no Senado
Neste ano, a retomada das atividades parlamentares terá eleições para as novas presidências nas duas Casas. Já há data marcada:
- 1.fev: Eleição no Senado. É um sábado, antes mesmo da volta oficial das atividades legislativas. A tendência é que Davi Alcolumbre (União-AP) seja eleito. Ele é o indicado do atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
- 3.fev: Eleição na Câmara. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) deve suceder Arthur Lira (PP-AL). Tanto PT (Partido dos Trabalhadores) quanto PL (Partido Liberal) estão a favor dele, que é o indicado do atual presidente da Casa.
O que muda?
A princípio, o governo federal tem boa relação com os 2 cotados para assumir as presidências da Câmara e do Senado.
No caso da Câmara, o ministro de Relações Institucionais Alexandre Padilha tem péssima relação com o atual presidente Arthur Lira. Com o provável substituto, Hugo Motta, tem relação boa. Sinal de que as coisas podem melhorar.
- Leia também: Disputa política pela sucessão na Câmara, explicada
Emendas parlamentares
Os próximos presidentes da Câmara e do Senado terão que negociar o destravamento deste assunto. Também terão que atuar para agradar aos diferentes interesses que atualmente os apoiam.
Votação do Orçamento de 2025
O ano anterior, 2024, terminou sem que houvesse a votação da LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2025. Por isso, as atividades legislativas tendem a começar com essa prioridade.
"Nós começaremos 2025 já com uma nova Mesa da Câmara, uma nova Mesa do Senado, certamente comprometidas com a aprovação do Orçamento", disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no dia 20.dez.2024.
Aprovação do pacote fiscal
A necessidade de análise e aprovação do pacote de contenção de gastos proposto pelo governo federal no final de 2024 motivou o adiamento da análise do Orçamento de 2025. No entanto, a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) chegou a ser aprovada em 2024.
Regulamentação da reforma tributária
O ano anterior, 2024, também teve a aprovação da regulamentação da reforma tributária. A reforma, em si, foi aprovada em 2023. No entanto, faltava regulamentação, feita no final de 2024.
Bases econômicas
Portanto, o governo federal inicia 2025 com um arcabouço fiscal e uma reforma tributária aprovados em 2023, seu 1º ano. Além disso, também aprovados (em 2024), a regulamentação da reforma tributária e o pacote de corte de gastos.
Valor do dólar
Note que o dólar disparou mesmo assim. O Boletim Focus, que reúne expectativas semanais dos principais agentes do mercado, pode ser um termômetro para este e outros indicadores, como taxa básica de juros e inflação.
Meta de inflação para 2025
Aliás, o centro da meta de inflação para este ano é novamente de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual acima e abaixo. Ou seja, considera-se a meta cumprida se o resultado final for qualquer valor entre 1,5% e 4,5%.
Nova presidência do Banco Central
O órgão responsável pela política monetária do país é o Banco Central, que a partir deste ano tem como presidente um indicado por Lula. É o economista Gabriel Galípolo, que substitui Roberto Campos Neto (indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro). Campos Neto vinha sendo criticado por Lula e pelo PT desde a campanha eleitoral de 2022.
Expectativas sobre a taxa de juros
O instrumento do Banco Central para conter a inflação é a taxa básica de juros (Selic), que está em trajetória de alta. Este ano começa num patamar de 12,25% ao ano. A expectativa do mercado é que continue ascendente, ao menos neste início de 2025 (mesmo com o Banco Central sob a presidência de Galípolo).
Articulações políticas para 2026
Os indicadores econômicos são especialmente relevantes para medir a popularidade do governo federal. Lembre-se: 2024 foi ano de eleição municipal; 2025 não tem eleição no Brasil; no entanto, 2026 é logo ali, com eleições gerais para presidente.
Sucessão presidencial
A sucessão presidencial tende a ganhar mais destaque neste ano. Lula passou por um procedimento cirúrgico na cabeça no final de 2024 para drenar sangue no cérebro depois de um tombo em casa.
O presidente está em bom estado de saúde no momento de publicação deste conteúdo, mas o incidente levantou questionamentos sobre quem poderia ser um substituto viável no futuro dentro desse segmento político.
Situação de Bolsonaro
A mesma pergunta vale para a direita, já que Bolsonaro está inelegível e é alvo de alguns inquéritos. O principal deles é sobre a suspeita de articular um golpe de Estado, que já levou à prisão o seu candidato a vice em 2022, o general Walter Braga Netto. Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas pela PF (Polícia Federal).
Trocas ministeriais
A tendência é que Paulo Pimenta deixe a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). Ainda não se sabe para onde vai. Pode ser uma liderança na Câmara, já que ele tem mandato como deputado federal. Pode ser outro cargo na Presidência. A conferir.
Quem assume o lugar dele na Secom é o ex-marketeiro de Lula na campanha de 2022, Sidônio Palmeira. O foco está em melhorar a popularidade do governo.
Mais ministérios
Lula afirma que não pensa em fazer reforma ministerial, mas a expectativa é que outros cargos estejam sob análise, inclusive para tentar melhorar a relação do governo com o Congresso.
As próprias mudanças nas presidências da Câmara e do Senado podem estimular que ministérios sejam alterados. A eleição geral de 2026 deve ser considerada nesta equação.
Eleições no mundo
Por meio do Pulpo Eleitoral, projeto do Correio Sabiá para promover descobertas sobre eleições no mundo e combater a desinformação, mostraremos semanalmente os pleitos em diferentes países. Participe do grupo de WhatsApp.
- Por e-mail, informamos sobre os pleitos no mundo para quem está cadastrado no site do Correio Sabiá. Já mapeamos mais de 30 eleições neste ano.
Brics
O Brasil assume presidência do Brics (grupo inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, mas que agora tem outros integrantes). Algumas metas sob a presidência brasileira:
- Fortalecimento institucional
- Combate às mudanças climáticas
- Ampliação do comércio.
O mandato é de 1 ano, e o Brasil vai concentrar as atividades no 1º semestre porque, no 2º semestre, comandará as atividades da COP30 (*mais informações abaixo), que ocorre em Belém.
Por ocasião do Brics, muitos líderes mundiais vêm ao Brasil novamente provavelmente em julho. Lembre-se que, em 2024, houve encontro do G20 no Rio de Janeiro. Nesta ocasião foi lançada a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Nova moeda?
É no contexto de fortalecimento do Brics e de ampliação das atividades comerciais entre seus membros que surge outro assunto: os países terão outra moeda padrão nos seus negócios financeiros? Atualmente, os negócios são feitos em dólar e existem discussões de mudar as bases monetárias desse comércio.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que vai taxar em 100% esses países, caso a medida seja implementada. É uma bravata, que dificilmente será implementada, mas dá o tom da postura de Trump em relação aos movimentos do bloco.
Lula e Trump
A relação de Lula com Trump é outro ponto de observação para a diplomacia brasileira. A posse do presidente eleito norte-americano ocorre no dia 20 de janeiro.
Lula e Maduro
Antes disso, dia 10 de janeiro, o presidente da Venezuela (🇻🇪), Nicolás Maduro, terá sua reeleição oficializada. O resultado eleitoral foi contestado por quase toda a comunidade internacional, inclusive pelo Brasil.
Neste caso, Lula se distanciou do venezuelano. Em resposta, Maduro contestou o sistema eleitoral brasileiro, que é validade por órgãos independentes, sociedade civil e pela própria comunidade internacional.
A embaixadora brasileira na Venezuela é quem vai representar o governo federal no evento de Maduro. A situação tende a se tornar mais complexa quando Trump pressionar a Venezuela. Como ficará o alinhamento brasileiro nesta situação?
Meio Ambiente
COP30
Além do Brics, 2025 também terá a COP30 no Brasil. Será em Belém, no Pará. A COP é a Conferência das Partes, o mais importante evento para discutir as mudanças climáticas no mundo.
- Leia também: O que é a COP e o que esperar da edição de 2024?
Em 2024, na edição de Baku, do Azerbaijão (🇦🇿), ficou acordada uma nova meta de financiamento climático, considerada insuficiente pelos ambientalistas para atender à emergência global.
- Ainda em 2024, o Brasil aprovou a regulamentação do mercado de carbono e a regulamentação das eólicas offshore, estabelecendo algumas bases internas para o evento que sediará em 2025.
Conferência sobre Biodiversidade
Em Cali, na Colômbia (🇨🇴), uma Conferência sobre Biodiversidade também terminou com resultados insatisfatórios para garantir a preservação da vida no planeta. Neste caso, nem sequer foi estabelecida uma meta de financiamento.
Poluição plástica
Da mesma maneira, representantes de diferentes países não conseguiram elaborar um tratado sobre poluição plástica durante um encontro na Coreia do Sul (🇰🇷).
Queimadas no Brasil
Em âmbito nacional, houve recordes de focos de queimadas em 2024, assim como uma seca recorde. Durante um período do ano, diversos estados ficaram sob fumaça e fuligem. Não era possível ver o horizonte.
Algumas cidades do Brasil figuraram entre as primeiras num ranking de má qualidade do ar. Foram os casos, por exemplo, de Porto Velho (RO) e São Paulo (SP).
Os incêndios florestais foram considerados criminosos, já que o fogo simultâneo nesses biomas não pode decorrer de causas naturais. Requer ação humana.
Branqueamento de corais
Outra pauta ambiental recorrente em 2024: branqueamento de corais, causado pelo aumento da temperatura média dos oceanos. No Correio Sabiá, temos um grupo no WhatsApp para discutir questões marítimas.
Mostramos, por exemplo, que recifes que passaram por eventos de branqueamento há 3 anos ainda não se recuperaram.
Elevação do nível do mar
Demos especial atenção à elevação do nível do mar, que foi tema de um painel na ONU (Organização das Nações Unidas). Alguns países, como Tuvalu (🇹🇻), estão com sua existência ameaçada.
Outros temas relevantes
Inteligência Artificial
Além dos impactos dessa inovação no cenário da desinformação, será importante observar os avanços (ou não) da regularização da IA em termos de legislação. Existem projetos em tramitação, um deles de autoria de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado.
Responsabilização das plataformas digitais
O STF (Supremo Tribunal Federal) deve voltar seu julgamento sobre a responsabilização das redes sociais pelos conteúdos postados pelos usuários.
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