Resumo de notícias #752 do Sabiá (4.abr)

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Resumo de notícias #752 do Sabiá (4.abr) – Comece o dia voando

Articulação de Doria irrita tucanos; autoridades ucranianas encontram mais de 400 civis enterrados
Sergio Moro e Eduardo Leite / Fonte: Reprodução / Twitter Sergio Moro
Sergio Moro e Eduardo Leite / Fonte: Reprodução / Twitter Sergio Moro

Neste resumo você encontrará alguns desses tópicos:

  • Com possível aval de outros caciques tucanos, Eduardo Leite intensifica agenda de reuniões depois de ‘blefe’ de Doria sobre abandonar disputa à Presidência;
  • Cúpula do União Brasil volta atrás em tentativa de retirar filiação de Moro, e ex-juiz também cede na tentativa de se candidatar ao Planalto;
  • Autoridades ucranianas encontram corpos de mais de 400 civis enterrados em valas comuns pelo Exército russo perto de Kiev.

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Para ficar de olho hoje:

  • Boletim Focus. Suspensa a divulgação.* Mais detalhes ao final desta reportagem.

Agora, pegue seu café e vamos ao resumo de notícias:

Recapitulando. O agora ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), desistiu de desistir ser candidato à Presidência da República. 

Na última quinta-feira (31), inicialmente, Doria anunciou sua desistência de disputar a Presidência. No entanto, no decorrer do dia, esse movimento se mostrou mais um blefe. Doria pareceu querer receber declarações públicas do partido de que era ele o vencedor das prévias do PSDB e, portanto, o candidato da legenda.

E Doria teria feito esse movimento porque o candidato derrotado nas prévias, o agora ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), continuou a se movimentar nos bastidores, mesmo derrotado, para tentar se cacifar como candidato tucano à Presidência, o que seria uma “virada de mesa”.

O saldo final dessa história toda foi que Doria, no fim, conseguiu as declarações que queria a seu favor e disse que era candidato mesmo à Presidência. Em seguida, anunciou sua saída do cargo de governador de São Paulo para poder concorrer.

Mais. Esse movimento deixou marcas contra o ex-governador de São Paulo. A cúpula do PSDB teria ficado irritada com a articulação de Doria, que fez uma jogada para enquadrar o partido publicamente. E agora, irritada, a cúpula deu sinal verde para que Eduardo Leite corra com sua candidatura por fora.

Assim, Leite pode buscar e selar apoios entre MDB, União Brasil e outros partidos para conseguir palanques e se viabilizar como candidato tucano mais para frente. E Leite tem feito isso mesmo: as notícias mostram que ele intensificou a agenda de reuniões e marcou encontro com o ex-juiz Sergio Moro.

Eleições. Depois de um dia inteiro de negociações, a cúpula do União Brasil, partido formado pela união do DEM e do PSL, decidiu retirar o pedido de impugnação da filiação do ex-juiz Sergio Moro.

Entenda. O ex-juiz Sergio Moro, que foi também ministro da Justiça e Segurança Pública do presidente Jair Bolsonaro, decidiu em cima da hora, sem aviso prévio, trocar de partido: saiu do Podemos, pelo qual concorreria à Presidência, e juntou-se ao União Brasil.

No União, seria candidato a deputado federal pelo estado de São Paulo. Ao menos eram essas as informações passadas à imprensa pelas lideranças da sigla. Só que, numa entrevista logo após a filiação, Moro disse que não tinha desistido de nada, em referência à sua suposta desistência de disputar a Presidência.

Contexto. Isso gerou desconforto, porque seria o descumprimento do acordo firmado pelo ex-juiz para entrar no partido, que tem inúmeros políticos investigados por corrupção.

Essa situação fez indivíduos de vários partidos e vertentes se irritarem com Moro. Inclusive os bolsonaristas, que se sentem traídos pela forma como o ex-juiz deixou o governo, acusando Bolsonaro de interferir na PF (Polícia Federal). 

A turma do Podemos não gostou da saída repentina, pegando todo mundo de surpresa. O prejuízo com a desistência da candidatura seria de R$ 3 milhões. E o União Brasil não gostou que o Moro tenha voltado atrás na palavra que tinha dado ao se filiar à sigla.

Por fim. Todos os lados cederam um pouco. Moro teria dito que desistiu mesmo de se candidatar à Presidência, embora seus aliados digam que ele ainda pode se candidatar caso cresça nas pesquisas. E a cúpula do União retirou o pedido de impugnação.

Janela partidária. Na semana passada, também chegou ao fim a janela partidária, período em que os congressistas podem trocar de partido sem perder o mandato

Ao todo, a janela partidária teve ao menos 132 congressistas trocando de partido. É mais de 25% dos 513 deputados federais na Câmara. Como se, a cada 4 deputados, 1 trocasse de sigla. 

E, puxado pela filiação do presidente Jair Bolsonaro, o PL de Valdemar Costa Neto acabou sendo a sigla que ficou com a maior bancada da Câmara, com ao menos 74 deputados.

Mais. Pode se dizer “ao menos” 132 congressistas trocaram de partido porque outros deputados podem ter feito o mesmo sem comunicar oficialmente a Câmara. Não há data para isso. Então, esse número pode sofrer certa alteração.

O PP, partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, filiou 20 novos congressistas e perdeu apenas 3. Ficou, a princípio, com 59 deputados. Número que pode sofrer uma pequena alteração.

Ônibus escolares. No sábado (2), o Estadão revelou numa reportagem que uma licitação bilionária do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) marcada para amanhã, terça-feira (5) prevê a compra de ônibus escolares com preços inflados.

De acordo com os documentos obtidos pelo Estadão, o governo federal aceita pagar até R$ 480 mil por ônibus que deveriam custar até R$ 270 mil. Os recursos sairão de um programa destinado a atender crianças da área rural, que costumam caminhar quilômetros em estradas de terra para chegar nas escolas.

Mais. A reportagem diz ainda que o FNDE é administrado por Marcelo Ponte, que teria chegado ao cargo justamente por influência do ministro Ciro Nogueira, do PP, partido do Centrão. Ponte, aliás, foi chefe de gabinete de Ciro Nogueira no Senado.

O pregão permite a compra de quase 4 mil veículos, exatamente 3.850, a um preço total que pode saltar de R$ 1,3 bilhão para mais de R$ 2 bilhões, aumento de 55% –ou R$ 732 milhões. Políticos e especialistas cobraram o governo por suposto sobrepreço depois da divulgação da reportagem.

Contexto. Cabe lembrar que o Ministério da Educação, durante toda a semana passada, esteve no centro do noticiário por um suposto escândalo que acabou na demissão do então ministro Milton Ribeiro. O escândalo era a influência de pastores na escolha da indicação de verbas da pasta.

Agora, a suspeita é de que os pastores tenham saído. Mas ainda restam as decisões do Centrão, grupo de partidos sem colocação ideológica muito bem definida.

Guerra. Na semana passada, houve avanço nas negociações entre os Rússia e Ucrânia, e sobre a promessa russa de reduzir radicalmente os bombardeios em Kiev e Chernihiv. A Ucrânia retomou o controle no entorno da capital Kiev no final de semana. As tropas russas se retiraram rapidamente dessa região de Kiev e se concentraram mais no leste ucraniano, onde há grupos separatistas pró-Moscou.

Contudo, durante essa retomada de controle de Kiev e do entorno de Kiev, no final de semana, autoridades ucranianas encontraram os corpos de mais de 400 civis enterrados em valas comuns pelo Exército russo. 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, falou em “massacre” e acusou a Rússia de cometer genocídio. A ONU (Organização das Nações Unidas) falou em “sérias questões sobre possíveis crimes de guerra” e pediu uma investigação independente sobre o caso.

Antes disso, na 6ª feira (1º), Zelenskiy tinha anunciado a demissão de 2 integrantes do alto escalão do serviço de segurança nacional por traição. O presidente ucraniano, por outro lado, não detalhou exatamente o que teria motivado a demissão. 

Nessa mesma ocasião, Zelenskiy disse que os russos são “monstros que queimam e saqueiam, que atacam e estão empenhados em matar”.

Daniel Silveira. Ainda na 6ª feira, o STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria por 9 votos a 2 a favor das medidas impostas contra o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). Só os ministros André Mendonça e Kassio Nunes Marques, indicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), foram contra.

Contexto. Daniel Silveira é réu no STF por supostamente estimular a realização de atos com pautas antidemocráticas, entre elas, o fechamento do próprio Supremo Tribunal Federal. Na semana passada, ele chegou a dormir na Câmara dos Deputados para não cumprir uma determinação do ministro Alexandre de Moraes para que colocasse tornozeleira eletrônica.

Petrobras. O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, recusou a sua indicação para presidir o Conselho de Administração da Petrobras. Ele disse que quer se dedicar exclusivamente ao Flamengo. 

E o MPF (Ministério Público Federal) e o TCU (Tribunal de Contas da União) tentam impedir que Adriano Pires assuma a Presidência da estatal porque ele tem empresa que presta serviços de consultoria para multinacionais e lucra com a política de preços da Petrobras. Mesmo assim, o governo federal manteve a indicação.

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