Comparamos a presença feminina no Congresso do Brasil com outros países

Fizemos uma comparação da representação política feminina com dados do IPU (Inter-Parliamentary Union) Parline

Comparamos a presença feminina no Congresso do Brasil com outros países
No dia 26.fev.2025, houve uma sessão na Câmara em homenagem ao Dia Internacional da Mulher e da Conquista do Voto Feminino, com participação da ministra Cármen Lúcia, do STF / Imagem: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
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Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, registrado globalmente no dia 8 de março, o Correio Sabiá elaborou uma comparação da presença feminina no Legislativo brasileiro (onde há comemorações em 2025 até o final do mês) com outros países.

Mulheres na política: Brasil em perspectiva global

O Brasil 🇧🇷 ocupa uma posição baixa no ranking global de representação feminina no Parlamento: 133º lugar, uma participação que vem subindo, mas ainda é distante da paridade.

Com apenas 18,1% de mulheres na Câmara dos Deputados, de acordo com dados de fevereiro de 2025 compilados pelo IPU (Inter-Parliamentary Union) Parline, o Brasil é o último colocado em representatividade na América Latina e fica atrás até de nações com históricos de restrições aos direitos das mulheres, como a Arábia Saudita 🇸🇦 (125º).

O ranking do IPU Parline sobre a presença feminina em parlamentos do mundo tem atualizações mensais que envolvem mais de 180 países. O Correio Sabiá considerou para este conteúdo apenas as informações das câmaras baixas. Ou seja, no caso do Brasil, da Câmara dos Deputados.

A decisão de considerar apenas a Câmara facilita a comparação, afinal nem todos os países têm legislativos bicamerais como o Brasil (com Câmara e Senado). Alguns têm apenas uma Casa (isto é, legislativos unicamerais).

Na Câmara brasileira, de 513 deputados, 93 são mulheres. Isso resulta no percentual mencionado de 18,1%. Já o Senado tem 81 senadores, sendo 16 mulheres (19,8%).

Dados semelhantes constam no levantamento "Estatísticas de Gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil", do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que teve sua mais recente edição publicada há 1 ano, no dia 8 de março de 2024, com balanço referente a 2023.

Quais países têm o maior percentual feminino nas câmaras baixas?

Eis os 5 países com maior percentual feminino em suas câmaras:

  1. Ruanda 🇷🇼: 63,8
  2. Cuba 🇨🇺: 55,7%
  3. Nicarágua 🇳🇮: 55%
  4. México 🇲🇽: 50,2%
  5. Andorra 🇦🇩: 50%

Comparação da representação feminina em outros países

Dinamarca 🇩🇰 (18º): Países nórdicos geralmente têm alta representação feminina. A Dinamarca tem 43,6% de mulheres no Parlamento.

Equador 🇪🇨 (19º): Tem 43,1% de representação feminina. O país passa por um processo eleitoral neste momento, com 2º turno previsto para 13 de abril de 2025. Saiba mais sobre esta eleição neste conteúdo do Pulpo Eleitoral, 1º projeto jornalístico do Brasil para promover descobertas sobre sistemas eleitorais no mundo.

Argentina 🇦🇷 (20º): Tem 42,4% de parlamentares mulheres. Implementou reformas constitucionais que impulsionaram a paridade.

França 🇫🇷 (42º): O percentual de mulheres é de 36,2%, média de 1 a cada 3 congressistas.

Estados Unidos 🇺🇸 (81º): Tem 28,6% de mulheres no Congresso. Embora superior ao Brasil, ainda está longe da paridade.

China 🇨🇳 (93º): Numa câmara com 2.977 congressistas, tem 790 mulheres (26,5%).

Índia 🇮🇳 (152º): Tem menor participação feminina que o Brasil, aparecendo abaixo na lista internacional, com 13,8%.

Nações árabes:

  • Arábia Saudita 🇸🇦 (125º): Surpreendentemente à frente do Brasil, com 19,9% dos assentos parlamentares ocupados por mulheres.
  • Catar 🇶🇦 (177º): Registra uma participação feminina menor que o Brasil. Apenas 4,4%. Um parlamento de 45 congressistas, sendo apenas 2 mulheres, de acordo com os dados nos quais este conteúdo se baseou (*e que podem ser consultados a partir do link que informamos acima).

Contexto global

  • Ruanda 🇷🇼 é, percentualmente, o país com maior representação feminina.
  • A média mundial de mulheres nos parlamentos é superior a 26%, acima do Brasil.
  • Retirando o Haiti 🇭🇹, que não tem informações disponíveis, o Brasil é o pior colocado no grupo classificado como "América Latina e Caribe".

Author

Maurício de Azevedo Ferro
Maurício de Azevedo Ferro

Jornalista e empreendedor. Criador/CEO do Correio Sabiá. Emerging Media Leader (2020) pelo ICFJ. Cobriu a Presidência da República.

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