No Dia da Independência do Brasil, bolsonaristas estendem bandeira dos EUA na Paulista

Usamos IA para estimar a dimensão da bandeira, exposta num momento em que o Brasil enfrenta sanções dos Estados Unidos.

No Dia da Independência do Brasil, bolsonaristas estendem bandeira dos EUA na Paulista
Bolsonaristas levam bandeira dos EUA para manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo / Imagem: Reprodução/Twitter/X
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No 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, manifestantes bolsonaristas estenderam uma grande bandeira dos Estados Unidos num ato na Avenida Paulista, em São Paulo.

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Disclaimer: A bandeira tinha dimensões estimadas entre 12 a 15 metros de largura por 7 a 10 metros de altura. Para chegar a esta informação, usamos IA (Perplexity), seguindo os princípios estabelecidos em nossas políticas abertas. A estimativa foi feita a partir da foto que ilustra este conteúdo. O uso da IA foi essencial para dar profundidade à reportagem e reforçar sua relevância jornalística.

"Comparando pelo asfalto (faixa de via padrão é de cerca de 3,5 m) e o número de pessoas em torno, observa-se que a largura cobre aproximadamente 3 a 4 faixas, reforçando a projeção de ao menos 12 metros de extensão horizontal." Foi este o retorno do Perplexity ao nosso prompt, em justificativa à estimativa estabelecida para a dimensão da bandeira.

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Por que isso importa? É simbólico que, em pleno Dia da Independência, o segmento político que mais se valia de símbolos patrióticos, como a bandeira do Brasil e as camisas da seleção de futebol, faça uso de um elemento estrangeiro –e de um país, os Estados Unidos, que mantém escalada de atritos contra a soberania brasileira, como se detalha a seguir.

As motivações do protesto, segundo os bolsonaristas

Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protestavam a favor da anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando houve invasão das sedes dos 3 Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e depredação de patrimônio público em Brasília (DF).

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Naquela ocasião, bolsonaristas se manifestavam por não aceitarem o resultado eleitoral. Pediam que Bolsonaro se mantivesse no poder. O ex-presidente já não estava mais no Brasil desde o final do ano anterior, 2022. Tinha ido aos EUA por tempo indeterminado, motivo pelo qual não passou a faixa presidencial ao sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desta vez, os manifestantes também criticavam o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do processo que investiga Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado. O julgamento terá continuidade nesta semana e a tendência é que Bolsonaro seja condenado.

Quantidade de participantes

O evento reuniu aproximadamente 42,2 mil pessoas no momento de pico, de acordo com levantamento do Monitor do Debate Político, parceria do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) com a USP (Universidade de São Paulo) e a ONG More in Commom.

O modelo de medição usa IA (inteligência artificial) para análise de imagens aéreas. Como a margem de erro é de 12%, o público estimado variou de 37,1 mil a 47,3 mil participantes.

Pelo mesmo sistema de medição, aferiu-se que um protesto bolsonarista com pautas semelhantes realizado em 2024 teve cerca de 45,4 mil participantes.

Contexto: atos ocorrem em momento de disputa política com os EUA

Os atos ocorreram num contexto em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impõe sanções de 50% aos produtos exportados pelo Brasil e pede que o processo contra Bolsonaro seja desfeito.

O gesto, sem precedentes nos mais de 200 anos de relações bilaterais entre os 2 países, é visto pelo governo federal como uma tentativa estrangeira de interferência no Judiciário brasileiro e, em última instância, na própria democracia do país.

Filho 03 do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos liderando as articulações pelas sanções –como ele próprio mencionou em mais de uma ocasião–, repercutiu a manifestação realizada na Avenida Paulista:

"Imagens de drone hoje, Dia da Independência do Brasil, em mais um protesto pró-liberdade e contra [o ministro] Alexandre de Moraes. Grande bandeira dos EUA pode ser vista em agradecimento ao presidente Donald Trump", escreveu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na sua conta no X (ex-Twitter).

Lista: autoridades comparecem ao ato na Paulista

O pastor Silas Malafaia –alvo de operação da PF (Polícia Federal) por supostamente interferir nas investigações contra Bolsonaro– foi um dos principais divulgadores da manifestação deste domingo (7.set), que teve uma série de autoridades presentes. Eis uma lista:

  • Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos);
  • Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo);
  • Presidente do PL, Valdemar Costa Neto;
  • Senador Rogério Marinho (PL-RN);
  • Deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara;
  • Deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP);
  • Ex-deputado (cassado) e ex-procurador Deltan Dallagnol;
  • Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Em discurso, Tarcísio de Freitas respondeu aos gritos de "fora, Moraes":

"Por que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país."

O ministro Gilmar Mendes, do STF, respondeu com uma publicação no X:

"O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo. É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam."

Galeria de fotos do ato pró-Bolsonaro

Outras cidades também registram atos

Além de São Paulo, cidades como Rio de Janeiro, Belém, Florianópolis e Goiânia também registraram protestos bolsonaristas.

  • Rio de Janeiro (Orla de Copacabana): cerca de 42,7 mil pessoas no pico, seguindo a mesma metodologia de estimativa por imagem aérea e inteligência artificial.
  • Belém (PA) (Avenida Nazaré): cerca de 1.670 pessoas.
  • Florianópolis (SC) (Trapiche Beira-Mar): cerca de 1.618 pessoas.
  • Goiânia (GO) (Praça do Sol): cerca de 1.400 pessoas.

No Rio, onde houve mais participantes, discursaram no carro de som as seguintes autoridades:

  • Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
  • Governador Cláudio Castro; e
  • Deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que também é réu no STF por suposta tentativa de golpe de Estado.

Cidades também registram protestos contra a anistia e a favor da soberania nacional

Diversas cidades também registraram manifestações a contrárias à anistia e a favor da soberania nacional, reforçando o discurso adotado pelo governo.

A maior dessas manifestações ocorreu na Praça da República, também em São Paulo, a cerca de 40 minutos a pé da Avenida Paulista.

Pela mesma modelagem, teriam participado cerca de 8,8 mil pessoas. Considerando a margem de erro de 12% para mais ou para menos, o público teria variado de 7,7 mil a 9,8 mil.

Além da pauta contra a anistia e a favor da soberania, os manifestantes também:

  • Criticaram as tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump;
  • Defenderam o fim da escala de trabalho 6 x 1 (portanto, pediram a redução da jornada laboral sem que haja corte salarial)
  • Demandaram a taxação dos super-ricos e a regulamentação das redes sociais.

Galeria de fotos do ato contra a anistia

Veja abaixo a galeria de fotos de protestos contra Bolsonaro:

Author

Maurício de Azevedo Ferro
Maurício de Azevedo Ferro

Jornalista e empreendedor. Criador/CEO do Correio Sabiá. Emerging Media Leader (2020) pelo ICFJ. Cobriu a Presidência da República.

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