Lula na ONU, incêndios e Oriente Médio: como será a semana informativa

Presidente deve tentar defender política ambiental brasileira, enquanto ministro de Minas e Energia defende aumento da exploração de petróleo no Brasil

Lula na ONU, incêndios e Oriente Médio: como será a semana informativa
Lula na Sessão de Abertura da Cúpula do Futuro, em Nova York / Imagem: Ricardo Stuckert/Presidência
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em Nova York, nos Estados Unidos (🇺🇸), para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas. Ele discursa nesta terça-feira (24.set.2024) para tentar defender a política ambiental do governo federal num momento em que o país passa por recordes de queimadas e secas, com má qualidade do ar em níveis elevados em várias cidades. (Rio Branco, no Acre, tem um dos piores índices do mundo. Municípios de Rondônia passam pela mesma situação.)

Ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro (RJ), ocorre desde ontem (23.set) até quinta-feira (26) o ROG-e (Rio Oil & Gas), evento da indústria petroleira que reúne CEOs e representantes da Petrobras, Shell, BP, Exxon e Total, além do secretário-geral da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo), Haitham Al Ghais.

O evento é promovido pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), com patrocínio principal do governo federal e da Petrobras. Consta na Agenda da Semana, que dá previsibilidade ao noticiário.

A ONG Observatório do Clima realizou um ato contra o uso de combustíveis fósseis no Rio de Janeiro. Já o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) disse nesse mesmo evento que o governo federal mantém a aposta de explorar novas fronteiras do petróleo.

"Não podemos e não vamos abrir mão de conhecer o verdadeiro potencial petrolífero do país", afirmou o ministro.

Mostramos que o Financial Times contestou essa política num artigo que perguntava se é possível ser um "campeão ambiental" e uma "potência do petróleo". O texto falava sobre as intenções do governo federal em explorar petróleo na Margem Equatorial, perto do Amapá, um estado amazônico.

Enquanto isso, no Brasil, continuarão os debates sobre incêndios. A CMA (Comissão de Meio Ambiente) do Senado aprovou um requerimento na semana passada para tratar do assunto.

Propostas estão sendo apresentadas para agravar a pena para incêndios criminosos. Esta tem sido uma demanda da ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudanças Climáticas), que viajou com Lula para a ONU, assim como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que falou que já existem leis para punir esse delito.

  • (Sim, há leis, a questão é justamente que elas estão sendo consideradas brandas por, se não todos, quase que a totalidade dos especialistas da área ambiental.)

Aliás, os representantes todos 3 Poderes, junto com outras autoridades, se reuniram na semana passada para tratar das queimadas. Na ocasião, Lula anunciou R$ 514 milhões para combater o fogo.

Outra medida: por causa das secas, cogita-se restabelecer um "horário de verão". A falta de água nos reservatórios implica no acionamento das usinas termelétricas do país, cujo custo de produção de energia é maior. Resultado: aumenta-se a conta de luz.

Fora do Brasil (e sem ser na Assembleia da ONU), seguimos atentos ao avanço da tensão no Oriente Médio. Israel (🇮🇱) voltou a atacar o Líbano (🇱🇧) nesta segunda-feira (23) e matou ao menos 492 pessoas. Pelo menos 32 crianças estão entre as vítimas. Mais de 1,6 mil outras pessoas estão feridas.

Recentemente, Israel sabotou walkie-talkies e pagers libaneses, causando centenas de explosões que deixaram ao menos 32 mortos e mais de 3,2 mil feridos em diferentes áreas do país.


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