O Correio Sabiá mostra abaixo uma lista de obras de arte e patrimônios culturais que foram danificados por bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) –sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, respectivamente– no dia 8 de janeiro de 2023.

Veja 15 fotos do vandalismo bolsonarista no dia 8 de janeiro de 2023 e seus desdobramentos

"O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico", falou Rogério Carvalho, diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais.

A lista e a descrição das obras e demais patrimônios, bem como a localização de cada um, foram divulgadas pelo governo federal em seu site oficial. O Correio Sabiá reproduz abaixo as informações.

“Do ponto de vista artístico, o Planalto certamente reúne um dos mais importantes acervos do país, especialmente do Modernismo Brasileiro”, acrescentou Rogério Carvalho.

Eis a lista de obras e patrimônios danificados pelos vândalos

Térreo:

• Obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995 –a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
• Galeria dos ex-presidentes –totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.

2º andar:

• O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.

3º andar:

• Obra “As mulatas”, de Di Cavalcanti –a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto– foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maiores em leilões.
• Obra “O Flautista”, de Bruno Giorgi –a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.
• Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg –quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
• Mesa de trabalho de Juscelino Kubitschek –exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
• Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues –o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
• Relógio de Balthazar Martinot –o relógio de pêndulo do século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.