Israel x Irã: atualizações até agora sobre o conflito
Listamos desdobramentos da troca de agressões entre os 2 países, dando contexto e fortalecendo a compreensão do noticiário. Uma comitiva de autoridades brasileiras, por exemplo, estava em Israel quando começou o conflito e ficou 'presa' em bunkers.

Israel atacou diretamente o Irã na madrugada da última sexta-feira (13.jun.2025) pelo horário local. No Brasil, ainda era noite de quinta (12.jun). A ofensiva atingiu diferentes regiões. Entre elas, a capital Teerã. Instalações nucleares iranianas foram destruídas. Os chefes das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, morreram nos bombardeios. Eram 2 dos principais líderes militares iranianos.
Em retaliação, o Irã lançou mísseis contra Israel. O aiatolá iraniano, Ali Khamenei, disse que Israel terá um “destino amargo” e que o ataque era uma “declaração de guerra”. O presidente dos EUA, Donald Trump, falou na sexta-feira (13) que “ataques ainda mais brutais” poderiam vir e sugeriu um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que considerava assassinar o líder supremo Ali Khamenei. Donald Trump teria vetado um suposto plano israelense para matar o aiatolá, de acordo com as agências internacionais de notícias AP e Reuters.
Até o último momento de atualização deste conteúdo (*ver a data no topo), o Irã registrava a morte de 224 pessoas no país desde o início do conflito; Israel, 24 mortos. Mais de 1,5 mil pessoas estão feridas.
Enquanto isso, Israel também havia intensificado os bombardeios na Faixa de Gaza, desde que começou o conflito direto com o Irã. A situação é catastrófica. Praticamente não existe mais internet em todo o território palestino. Só nas últimas 48h, ao menos 90 pessoas morreram.
O governo Netanyahu defende abertamente a limpeza étnica da região. A destruição em Gaza é maior do que aquela provocada pelas bombas em Hiroshima e Nagasaki, segundo imagens de satélite e reportagem do próprio jornal israelense Haaretz.
No Irã, imagens de satélite também mostram a destruição provocada pelos bombardeios, que começou sob o pretexto de neutralizar o programa nuclear iraniano, mirando instalações, infraestrutura e lideranças militares.
A seguir, listamos desdobramentos da troca de agressões:
Trump diz para moradores de Teerã deixarem a cidade
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (16.jun.2025) por meio das redes sociais que os moradores de Teerã devem deixar a cidade imediatamente.
Trump criticou o Irã por não ter assinado um acordo nuclear com os Estados Unidos e disse que o conflito é um "desperdício de vidas humanas".
"O Irã não pode ter uma arma nuclear. Eu já disse isso várias vezes", escreveu.
Depois dessa declaração, Trump vai deixar a reunião do G7 ainda em seu 1º dia, na noite desta segunda-feira (16.jun). O evento está sendo realizada no Canadá, e o grupo envolve o próprio anfitrião, os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Itália e o Japão.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também está no Canadá acompanhando as reuniões na condição de convidado, assim como líderes de África do Sul, Índia, Coreia do Sul, Austrália, Emirados Árabes Unidos e México.
Irã pede a Trump que ajude a interromper o conflito
Horas antes, o governo do Irã sugeriu que bastaria uma ligação do presidente Donald Trump para seus aliados israelenses para que o conflito fosse interrompido.
Dessa forma, por sugestão do chanceler iraniano, seria aberta uma via para solução do conflito a partir da diplomacia, com um cessar-fogo.
A colunista do g1 Sandra Cohen, especializada em coberturas internacionais, analisou que a guerra entre Israel e Irã punha em evidência um dilema do presidente dos Estados Unidos.
De acordo com ela, Trump vem sendo pressionado por diferentes alas do Partido Republicano e tem dado sinais contraditórios sobre qual será o seu papel no confronto.
Ou seja, se vai apoiar seus aliados de Israel a desmanteler o programa nuclear iraniano ou se manterá apenas um papel indireto de apoiar a defesa israelense.
Grupo de políticos brasileiras deixa Israel
A evacuação de uma comitiva de políticos brasileiros que estava em Israel no início do conflito foi coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro em parceria com autoridades israelenses e jordanianas.
O ministro Mauro Vieira conversou diretamente com o chanceler da Jordânia, Ayman Safadi, para abrir uma rota de retirada por terra, e 12 dos 19 integrantes conseguiram deixar Israel na segunda-feira (16.jun), quando cruzaram a fronteira terrestre com a Jordânia de ônibus. Os outros 7 preferiram permanecer no abrigo em Israel
Para voltar ao Brasil, 9 (dos 12) integrantes embarcarão em um jato particular organizado pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, enquanto os outros 3 pegarão voo comercial para o Rio de Janeiro.
A presença dos políticos brasileiros gerou uma controvérsia diplomática. O Itamaraty disse que o grupo ignorou alertas consulares que desaconselhavam viagens não essenciais a Israel desde outubro de 2023.
Outras 27 autoridades brasileiras ainda permanecem em Israel, e o governo israelense já apresentou uma proposta para que essas pessoas deixem o país por terra nos próximos dias através da Jordânia.
Políticos brasileiros ficam 'presos' em Israel
Uma comitiva de políticos brasileiros estava em Israel quando o conflito com o Irã se intensificou. A situação se tornou um episódio diplomático que envolveu operações de evacuação coordenadas entre Brasil, Israel e Jordânia.
A delegação era composta por 19 autoridades municipais e estaduais de 11 estados brasileiros, incluindo prefeitos, vice-prefeitos, secretários e vereadores. Eis abaixo a lista com alguns dos principais integrantes:
- Álvaro Damião Vieira da Paz - Prefeito de Belo Horizonte (MG)
- Cícero Lucena - Prefeito de João Pessoa (PB)
- Welberth Porto - Prefeito de Macaé (RJ)
- Johnny Maycon - Prefeito de Nova Friburgo (RJ)
- Claudia da Silva - Vice-prefeita de Goiânia (GO)
- Janete Aparecida Silva Oliveira - Vice-prefeita de Divinópolis (MG)
- Flavio Guimarães Bittencourt do Valle - Vereador do Rio de Janeiro (RJ)
- Francisco Nélio - Tesoureiro da Confederação Nacional de Municípios (CNM)
O grupo viajou para Israel no domingo, 8 de junho, a convite do governo israelense para participar da Expo Muni 2025, uma feira internacional de tecnologia que reuniria autoridades de diversos países entre os dias 17 e 19 de junho.
Quando Israel atacou o Irã na madrugada de sexta-feira (13 de junho), os políticos brasileiros foram surpreendidos pela escalada das tensões e precisaram se refugiar em abrigos antiaéreos.
O espaço aéreo israelense foi fechado, impedindo voos comerciais, e os brasileiros ficaram presos no país. Foram levados para bunkers no campus da universidade Beit Berl College, na cidade de Kfar Saba, onde passaram a madrugada ouvindo sirenes "o tempo todo".
Conselho de Segurança da ONU faz reunião extraordinária
A pedido do Irã, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) teve uma reunião extraordinária ainda na sexta-feira (13), quando começaram as trocas de agressões entre os países.
É nesse colegiado que o Brasil pleiteia há anos um assento permanente. Líderes da Alemanha, da França e do Reino Unido falaram pelo telefone para discutir posições sobre o ataque israelense.
Reações da comunidade internacional
China e Rússia condenaram os ataques de Israel. A Alemanha declarou que o programa nuclear iraniano era uma ameaça, mas pediu moderação dos 2 lados. França, Estados Unidos e Reino Unido falaram em "direito de Israel à autodefesa".
Itamaraty divulga nota sobre o ataque de Israel
O Itamaraty divulgou uma nota na mesma sexta-feira, dizendo que:
“O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional.
Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial.
O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades.”
Irã lanca múltiplos ataques contra Israel
O conflito se intensificou durante o fim de semana, do dia 14 ao 15, sábado a domingo. O Irã lançou múltiplas ondas de mísseis que atingiram áreas residenciais em Israel, matando 10 pessoas na madrugada de domingo, sendo 6 em Bat Yam (sul de Tel Aviv) e 4 em Tamra (norte). As refinarias de petróleo israelenses em Haifa também foram danificadas por mísseis iranianos.
Operação 'Leão Ascendente': o início dos bombardeios
Israel lançou um ataque surpresa massivo contra o Irã no dia 13 de junho de 2025, uma sexta-feira, usando cerca de 200 aeronaves que atingiram mais de 100 alvos no território iraniano. Foram 78 mortes no lado iraniano no 1º dia.
O Irã classificou imediatamente o ataque como uma "declaração de guerra" e solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. O aiatolá Ali Khamenei prometeu que Israel receberia "um destino amargo" e que o país pagaria caro pela agressão.
Em resposta, o Irã lançou mais de 100 drones contra Israel no mesmo dia, mas praticamente não houve impacto. A maioria foi neutralizada pelo Domo de Ferro de Israel.
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