Estudo encontra níveis alarmantes de microplástico em cérebro humano
Pesquisa mostrou quantidade crescente de microplástico nas amostras que vão de 1997 a 2024
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O aumento da poluição por microplástico nas últimas décadas provavelmente está refletindo na crescente contaminação de cérebros humanos. Foi isso o que apontou um estudo publicado na Nature Medicine no dia 3 de fevereiro de 2025.
Chamada "Bioaccumulation of microplastics in decedent human brains" (em português, "Bioacumulação de microplásticos em cérebros humanos falecidos"), a pesquisa sugere níveis alarmantes de microplástico e nanoplástico no corpo humano, em crescimento exponencial.
Descobriu-se uma tendência crescente desses resíduos em tecidos cerebrais de dezenas de autópsias realizadas entre 1997 e 2024. Os pesquisadores também encontraram as partículas em amostras de fígado e rim.
Os resultados colocam ênfase em algo que a ciência já sabia: o corpo humano está amplamente contaminado por microplásticos, que também foram encontrados no sangue, sêmen, leite materno, placentas e medula óssea.
Os microplásticos no corpo humano têm sido associados a derrames e ataques cardíacos, mas seu real impacto ainda é em grande parte desconhecido por ser um problema de saúde relativamente recente. É necessário continuar pesquisando para compreender melhor.
Por ocasião deste estudo, os cientistas também descobriram que a concentração de microplásticos era cerca de 6 vezes maior em amostras cerebrais de pessoas com demência. No entanto, ainda não é possível concluir se o aumento desses resíduos é o causador da doença.
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A pesquisa analisou amostras de tecidos cerebrais, hepáticos e renais de 28 pessoas que morreram em 2016 e 2024 no Novo México. Duas observações:
- De maneira geral, em ambos os casos, o tecido cerebral apresentou concentração muito maior de microplásticos.
- As amostras de cérebro e fígado de 2024 apresentaram concentração de microplásticos maior do que as de 2016.
Por isso, os cientistas ampliaram a análise com amostras de tecido cerebral de pessoas que morreram de 1997 a 2013 na costa leste dos Estados Unidos. Os dados confirmaram a tendência crescente na contaminação por microplásticos. Portanto, de 1997 a 2024.
Pesquisa indica aumento de microplásticos no cérebro humano, em tópicos
Eis alguns pontos relevantes da pesquisa que revelou o aumento da presença de microplásticos em tecidos humanos, em tópicos:
- A concentração de microplásticos no cérebro foi cerca de 6-30 vezes maior do que no fígado ou rim.
- Observou-se um acúmulo ainda maior de microplásticos em cérebros de pessoas com diagnóstico documentado de demência.
- A análise revelou uma tendência significativa de aumento nas concentrações de microplásticos ao longo do tempo em amostras de fígado e cérebro.
- Os pesquisadores utilizaram técnicas como microscopia eletrônica para verificar a natureza dos microplásticos isolados no cérebro.
- O estudo destaca a necessidade crítica de compreender melhor as rotas de exposição, absorção e eliminação, bem como as potenciais consequências para questões de saúde relacionadas aos plásticos em tecidos humanos, particularmente no cérebro.
O plástico mais comum encontrado foi o polietileno, usado em sacolas plásticas e embalagens de alimentos e bebidas, que representa cerca de 75% do total de plástico, em média. As partículas no cérebro eram principalmente fragmentos e flocos de plástico em nanoescala.
As concentrações nos órgãos não foram influenciadas pela idade da pessoa no momento da morte, nem pela causa da morte, sexo ou etnia.
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Como o microplástico vai parar no cérebro humano?
Os microplásticos podem chegar ao cérebro humano principalmente através de duas rotas:
- Via olfativa: Os microplásticos podem entrar pelo nariz e serem transportados pelos nervos olfativos diretamente para o bulbo olfativo no cérebro. Essa via é considerada uma provável porta de entrada, já que foram identificados fragmentos de microplásticos no bulbo olfativo, região responsável por processar odores.
- Barreira hematoencefálica: Estudos recentes sugerem que os microplásticos são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica, que normalmente protege o cérebro de substâncias nocivas. Isso permite que as partículas plásticas entrem no sistema nervoso central.
Os microplásticos chegam ao corpo humano por diversas fontes:
- Inalação: As pessoas respiram partículas de plástico presentes no ar.
- Ingestão: Através da alimentação e da água potável contaminadas com microplásticos.
- Exposição ambiental: Contato com microplásticos provenientes de roupas sintéticas, cosméticos, embalagens e degradação de resíduos plásticos maiores.
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