Chegou agora? Entenda o noticiário da semana

Chegou agora? Entenda o noticiário da semana
Link copiado!

Chegou agora? Entenda o noticiário da semana #14 (5- 11.set)

A menos de 1 mês da eleição, semana será marcada pelo bicentenário da Independência, com o 7 de Setembro
Entenda o noticiário: A menos de 1 mês da eleição, 7 de Setembro tende a movimentar diferentes segmentos políticos / Foto: JESHOOTS.COM/Unsplash
Entenda o noticiário: A menos de 1 mês da eleição, 7 de Setembro tende a movimentar diferentes segmentos políticos / Foto: JESHOOTS.COM/Unsplash

Esta semana tem um acontecimento relevância maior no cenário político nacional: a menos de 1 mês da eleição, ocorre o 7 de Setembro na quarta-feira, feriado nacional que deve movimentar diferentes segmentos da sociedade.

Para realmente entender o noticiário dos próximos dias, é necessário considerar essa data. Isso porque o 7 de Setembro foi amplamente usado nos últimos anos, sobretudo pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e por seus apoiadores, a partir de uma exaltação nacionalista.

Desta vez, além da conotação política, a data ainda é emblemática, porque marca os 200 anos da Independência do Brasil em relação a Portugal. Bicentenário da Independência, portanto. 

Espera-se que a data envolva comemorações, solenidades e manifestações políticas. 

É necessário, no entanto, ter atenção à segurança.

Na campanha eleitoral de 2018, o presidente Jair Bolsonaro sofreu uma facada em Juiz de Fora (MG). Já na semana passada, a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu uma tentativa de atentado com arma de fogo à frente de sua casa, no bairro nobre da Recoleta, em Buenos Aires.

Kirchner é também presidente do Senado argentino e presidiu o país. É ideologicamente alinhada aos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT). 

Quem tentou dar um tiro em Kirchner com uma arma carregada com 5 balas foi um brasileiro de 35 anos. A arma falhou, e as motivações da tentativa do homicídio são ainda desconhecidas. No entanto, o caso serviu para ligar um alerta na campanha de Lula, como o próprio afirmou na última sexta-feira (2.set).

E já que estamos falando da semana passada, vale contextualizar que os indicadores econômicos divulgados nos últimos dias foram favoráveis a Bolsonaro.

  1. O PIB (Produto Interno Bruto) do 2º trimestre de 2022 cresceu 1,2% em relação ao trimestre anterior, acima da expectativa de 0,9%;
  2. As projeções de crescimento do PIB para o fim deste ano têm aumentado, segundo o Boletim Focus, divulgado semanalmente, toda segunda-feira, pelo Banco Central;
  3. As projeções de inflação para este ano e para o próxima, também segundo o Boletim Focus, têm regredido;
  4. A cotação do dólar em relação ao real também caiu nos últimos dias.
  5. E os segmentos mais necessitados da população estão recebendo Auxílio Brasil de R$ 600.

Não é possível dizer, no momento de publicação deste texto, qual será o impacto eleitoral de todos esses fatores (nem se terá impacto, de fato). Mas também é necessário mantê-los no radar para realmente entender o noticiário.

Aliás, é preciso observar qual será o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, que será divulgado nesta semana, que sai na sexta-feira (9). A previsão é de mais uma deflação.

Enquanto isso, os candidatos continuam suas campanhas. Você pode conferir, diariamente, a programação deles na Agenda da Semana, conteúdo que publicamos todo domingo no Correio Sabiá como forma de dar mais previsibilidade ao noticiário. As atualizações são diárias.

Um dos focos das campanhas políticas, principalmente de Lula, é atrair os votos de religiosos. Bolsonaro capta bem a preferência evangélica, segmento sobre o qual a primeira-dama Michelle Bolsonaro também exerce influência.

Já Lula toma iniciativas de distribuir panfletos com os quais pretende mostrar aos religiosos que preserva e valoriza a família. Há fake news nas redes sociais que dizem que a esquerda prega a destruição desses valores, e a esquerda trabalha para reverter esse impacto.

Uma reportagem da Agência Pública mostrou essa disputa pelo voto de religiosos. O texto ainda fala sobre os esforços de Lula para atrair os votos dos jovens cristãos.

Aqui no Correio Sabiá procuramos dar a você o panorama para entender essa espécie de “tabuleiro eleitoral”. Assim você consegue saber o contexto em que os fatos se passam. Sabendo esse contexto, consegue compreender melhor as notícias ao longo da semana.

Por esse motivo, também é relevante saber que na semana passada o governo federal enviou ao Congresso a sua proposta de Orçamento para 2023. Eis algumas das principais críticas de opositores:

  • O texto não tinha o valor do Auxílio Brasil de R$ 600, como prometido por Bolsonaro em sua campanha, mas sim um valor médio do benefício fixado em R$ 405;
  • O texto também não tinha a ampliação do número de pessoas isentas da cobrança do Imposto de Renda, outra promessa de campanha do presidente.

Assim, é natural que também haja nos próximos dias mais desdobramentos de notícias sobre Orçamento. Haverá críticas de opositores, bem como promessas de trabalho pela concessão de mais benefícios. Por aí vai.

Na semana passada, o próprio relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que trabalharia para conceder um aumento salarial de 18% aos servidores do Poder Executivo, semelhante àquele aumento proposto pelo Judiciário. O governo federal definiu reajuste de 5% aos funcionários do Executivo.

O que acontece nesses casos, basicamente, é que Bolsonaro (como chefe do governo federal) enviou uma proposta de Orçamento para 2023 que não dá conta de algumas das suas principais promessas de campanha. Então, opositores criticam o texto enviado ao Congresso. Mas Bolsonaro mantém as promessas e diz que trabalhará para cumpri-las, encontrando, se reeleito, espaço no Orçamento.

Vale notar que todos os candidatos passam pelo mesmo problema: precisarão dialogar com diferentes forças políticas para fazer valer suas promessas de campanha. Isso porque todos esbarram na falta de recursos e num Orçamento engessado, já que 93% dos valores estão comprometidos com despesas obrigatórias.

Para saber mais, continue acompanhando o Correio Sabiá aqui e nas redes sociais (@correiosabia). Fazemos atualizações diárias sobre as notícias via site, newsletter e podcast. Sempre de um jeito didático e resumido, para que você realmente entenda o noticiário
Entenda o noticiário: Foto: Ozan Safak/Unsplash
Entenda o noticiário: Também são esperados desdobramentos da proposta de Orçamento para 2023 enviada pelo governo federal, sem algumas das principais promessas de campanha do presidente / Foto: Ozan Safak/Unsplash

O que é o “Entenda o noticiário” do Correio Sabiá?

O “Entenda o noticiário” é uma iniciativa do Correio Sabiá para lembrar o que ocorreu na semana passada e fazer uma ponte com o que deve ocorrer nesta semana. Damos contexto para você realmente entender as notícias.

Para um acompanhamento diário e mais aprofundado do noticiário, recomendamos que você siga o Correio Sabiá por aqui pelo site e nas demais redes sociais: @correiosabia. Estamos em todas elas.

Se tivermos esquecido algo importante (afinal, estamos sempre sujeitos a isso), você pode (e deve) avisar a nossa equipe: redacao@correiosabia.com.br.

O “Entenda o noticiário” é mais uma iniciativa do Correio Sabiá para fazer você realmente compreender as notícias.

Para saber uma agenda completa e detalhada, consulte a Agenda da Semana que o Correio Sabiá publica neste site aos domingos, com a previsão do que deve ser notícia nos próximos dias.


Apoie nossos voos

Fazemos um trabalho jornalístico diário e incansável desde 2018, porque é isso que amamos e não existe nada melhor do que fazer o que se ama. Somos movidos a combater a desinformação e divulgar conhecimento científico.

Fortalecemos a democracia e aumentamos a conscientização sobre a preservação ambiental. Acreditamos que uma sociedade bem-informada toma decisões melhores, baseadas em fatos, dados e evidências. Empoderamos a audiência pela informação de qualidade.

Por ser de alta qualidade, nossa operação tem um custo. Não recebemos grana de empresas, por isso precisamos de você para continuar fazendo o que mais gostamos: cumprir nossa missão de empoderar a sociedade civil e te bem-informado. Nosso jornalismo é independente porque ele depende de você.

Apoie o Correio Sabiá. Cancele quando quiser.