🪵 Desmatamento na Amazônia: como foi em 2023 e como está em 2024?

🪵 Desmatamento na Amazônia: como foi em 2023 e como está em 2024?

“O desmatamento na Amazônia aumentou ou caiu?” Essa é a pergunta que muitos dos nossos leitores nos fazem. A resposta: o desmatamento na Amazônia tem caído nos últimos meses, de maneira geral. Começamos 2024 com uma redução das taxas, e há alguns dados que apontam isso. Primeiro, vamos entender rapidamente que dados são esses.

Basicamente, há duas formas oficiais de medir o desmatamento na Amazônia. São dados produzidos e compilados pelos sistemas Prodes e Deter, ambos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que é um órgão vinculado ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação). Explicamos os 2 em detalhes nesta reportagem do Correio Sabiá.

No caso do Prodes, os dados são mais precisos (feitos com imagens mais acuradas), porém a taxa é divulgada anualmente e mede o desmatamento na Amazônia entre 1º de agosto e 31 de julho do ano seguinte. Ou seja, o último Prodes disponível equivale ao período de 1º de agosto de 2022 a 31 de julho de 2023. Portanto, abrange o final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

  • O Prodes equivalente a esse período mencionado foi oficialmente divulgado no dia 9 de novembro de 2023. Mostrou que houve queda de 22% do desmatamento, em relação ao período anterior (1º de agosto de 2021 e 31 de julho de 2022).

Já o sistema Deter é menos preciso, mas fornece informações diárias que dão suporte às ações de fiscalização ambiental. O Deter também tem compilados mensais. Por isso, quando você vê no noticiário que ocorreu algo com o desmatamento em “setembro, outubro, novembro, etc.”, são dados mensais obtidos pelo Deter.

Quais são os dados de desmatamento na Amazônia?

Os últimos dados disponíveis do Prodes (sistema anual de registro de dados de desmatamento na Amazônia) mostram que a região amazônica perdeu 9.001 Km² em 2022/2023, área florestal equivalente a 7,5 vezes a cidade do Rio de Janeiro.

É uma grande região florestal perdida. Mesmo assim, os números mostram houve 22,3% de redução em 2022/2023, em relação ao levantamento anterior, de 2021/2022, quando foram desmatados 11.594 Km².

O levantamento mais recente, de 2022/2023, também representa a menor taxa de desmatamento desde 2019. 🏆

De maneira geral, a redução também vale para os dados mensais (computados pelo Deter), em relação aos mesmos meses do ano anterior. O governo federal atual teve dificuldades de controlar a região amazônica até abril.

Depois disso (a partir de maio), os números apresentaram relevante redução, a ponto de o desmatamento acumulado até o final de 2023 ser bem inferior àquele de 2022.

Por esse motivo, constantemente têm sido noticiados recordes de redução de desmatamento. Alguns exemplos são os casos de julho (-66%), setembro (-52%) e outubro (-54%).

Por que é importante reduzir o desmatamento?

De acordo com a ONG ambiental Greenpeace, o desmatamento é, atualmente, a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa do Brasil.

Reduzir o desmatamento é essencial para enfrentar as mudanças climáticas e evitar a perda da biodiversidade. Estima-se que o Brasil tenha que reduzir o desmatamento aos níveis de 2012, quando a área desmatada foi de “apenas” 4,6 mil Km². Este foi o menor número da série histórica.

Quando o Ibama destrói bens apreendidos em ações de fiscalização?

Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama combate o desmatamento na Amazônia ao desativar garimpos ilegais nos parques nacionais do Jamanxim e do Rio Novo, no Pará / 📸 Felipe Werneck/Ibama
Grupo Especializado de Fiscalização do Ibama desativa garimpos ilegais nos parques nacionais do Jamanxim e do Rio Novo, no Pará / Foto: Felipe Werneck/Ibama

Um dos mecanismos usados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para dissuadir o garimpo ilegal e outras atividades que provocam o desmatamento dos biomas brasileiros é a destruição de maquinário apreendido nas ações de fiscalização.

A ação está prevista em lei, embora possa desagradar a muitos pecuaristas. A destruição de maquinário pode ocorrer por vários fatores, como a falta de registro dos bens, a impossibilidade de retirar o equipamento por meio aéreo sem expor os servidores e/ou moradores da região, etc.

O assunto é importante para compreender melhor as operações dos órgãos de fiscalização ambiental e como ocorre a preservação do bioma da Amazônia. Por isso, o Correio Sabiá publicou um amplo conteúdo que mostra em quais situações ocorre a destruição de maquinário.