CPI que investiga facções criminosas aprova ouvir Tarcísio, Lewandowski e Cláudio Castro

Colegiado terá como principal função a investigação das facções e milícias

04 Nov 2025

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3 Min

Por: Maurício de Azevedo Ferro

CPI que investiga facções criminosas aprova ouvir Tarcísio, Lewandowski e Cláudio Castro — *O senador Fabiano Contarato (PT-ES) é o presidente da CPI que investiga o crime organizado / Imagem: Andressa Anholete/Agência Senado*

Índice

O fato principal

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar as facções criminosas foi instalada no Senado nesta terça-feira (4.nov.2025). Em seu 1º dia, o colegiado aprovou:

Um plano de trabalho;
Uma série de requerimentos. Entre eles, para ouvir o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A composição da CPI é a seguinte:

Presidente: senador Fabiano Contarato (PT-ES);
Vice-presidente: senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS);
Relator: senador Alessandro Vieira (MDB-SE).

Ao todo, 11 senadores integram a CPI. A principal atribuição dos congressistas é investigar o crescimento das facções e milícias (RQS 470/2025). O colegiado tem 120 dias de trabalho.

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Ainda não está claro para nós, até o momento, se a CPI aprovou convites ou convocações. Existe uma diferença essencial entre os 2 termos. Convite é quando a presença da pessoa convidada é facultativa. Já a convocação tem caráter de comparecimento obrigatório. De qualquer forma, independentemente do termo, a tendência para este caso é que as autoridades compareçam, sejam elas obrigadas ou não.

Contexto

A CPI é instalada dias depois de uma megaoperação policial no Rio de Janeiro deixar mais de 120 mortos –sendo 4 policiais–, além de vários feridos e 113 presos (incluindo de outros estados), de acordo com divulgação do secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, no dia 29 de outubro de 2025.

Em represália contra a ação policial, criminosos usaram drones com explosivos. Houve imagens e vídeos disponíveis nas redes sociais que mostraram o uso de bombas a partir dos objetos voadores. Houve ainda barricadas com carros queimados, cenas de tiroteio e hospitais com enorme número de feridos.

Inicialmente, em balanço divulgado no dia 28 de outubro, o governo estadual do Rio falou em 64 mortos, sendo 4 policiais. No dia seguinte (29.out), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), falou em 58 mortos.

No entanto, moradores relataram ter encontrado 74 corpos na mata, que foram levados a uma praça na Penha. Já o secretário da Polícia Civil falou em "63 corpos achados na mata". Por isso, segundo as fontes oficiais, a quantidade de mortos foi de 121 pessoas (58 + 63).

Ampliação do contexto

Houve disputa entre os senadores para definir quem seria o presidente da CPI. Contarato levou 6 votos –por isso, foi eleito–, contra 5 votos de Mourão, que ficou como vice.

A segurança pública é um ponto crítico para a eleição em 2026, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que tentará a reeleição. A pauta vem sendo usada nos últimos anos como trunfo político da direita.

Nesse contexto, governistas e opositores disputam narrativas políticas sobre a operação no Rio de Janeiro e sobre a segurança pública no país em geral.