#923: Marina Silva cobra US$ 100 bilhões anuais de países ricos

#923: Marina Silva cobra US$ 100 bilhões anuais de países ricos
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#923: Marina Silva cobra US$ 100 bilhões anuais de países ricos por proteção ambiental

Enquanto isso, seguem os desdobramentos sobre os atos com pautas golpistas; entenda abaixo
Sabiá: Marina Silva liderou a delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça / Foto: Divulgação
Sabiá: Marina Silva liderou a delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça / Foto: Divulgação
Assobio: esta curadoria de notícias foi publicada, originalmente, no dia 16 de janeiro de 2023, uma segunda-feira, às 8h01. No entanto, fizemos atualizações para deixá-lo/a mais bem informado/a.

Marina Silva cobra US$ 100 bilhões de países ricos por proteção ambiental

Enquanto no Brasil ocorrem desdobramentos dos atos com pautas golpistas (realizados no dia 8 de janeiro de 2023), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, cobrou nesta terça-feira (17.jan.2023), em Davos (Suíça), que os países ricos repassem US$ 100 bilhões anuais aos menos desenvolvidos para reduzir os efeitos das mudanças climáticas.

Marina Silva fez a cobrança ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante painel no Fórum Econômico Mundial. Eles são os 2 responsáveis por comandar a delegação brasileira no evento, que consta na Agenda da Semana do Correio Sabiá –onde listamos, por data, os principais acontecimentos políticos e econômicos.

Contexto: o repasse de US$ 100 bilhões (por ano) para proteção ambiental foi uma promessa feita em 2015 pelos países ricos no Acordo de Paris. O cumprimento deveria começar em 2020, o que não ocorreu. Segue sem definição.

A boa notícia: a rede colaborativa MapBiomas, que começou no Brasil e atualmente está presente em 14 países, foi uma das 16 selecionadas pela Schwab Foundation for Social Entrepreneurship. Ganhou um prêmio na categoria “Inovadores Sociais do Ano – Inovação Social Coletiva”, criada para dar visibilidade a modelos inovadores de colaboração e impacto coletivo com foco nas ações de transformação social.

Procurador-geral da República, Augusto Aras, em sessão de encerramento do semestre judiciário em 1º de julho de 2022 / Foto: Rosinei Coutinho
Sabiá: Procurador-geral da República, Augusto Aras, em sessão de encerramento do semestre judiciário em 1º de julho de 2022

PGR pede prisão de 39 pessoas acusadas de participar de atos com pautas golpistas

Enquanto isso, como falamos acima, continuam no Brasil os desdobramentos dos atos com pautas golpistas. Informamos no Correio Sabiá que a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou na segunda-feira (16.jan.2023) uma denúncia, com pedido de prisão preventiva de 39 pessoas acusadas de invadir o Senado. No mesmo documento, a PGR pediu o bloqueio de R$ 40 milhões em bens.

Esses pedidos de prisão ocorreram 3 depois de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), entregar na última sexta-feira (13) ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um documento com informações sobre os invasores do Congresso Nacional.

Presidente do STF, ministra Rosa Weber recebe em seu gabinete a visita do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, nesta quinta-feira (12.jan.2023) / Foto: Fellipe Sampaio/ SCO/STF
Ministros do STF recebem o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após atos de vandalismo em Brasília / Foto: Fellipe Sampaio/ SCO/STF

Ao menos duas pessoas são presas por financiar e organizar atos com pautas golpistas

Também mostramos no Correio Sabiá que, na mesma segunda-feira (16), de manhã, a PF (Polícia Federal) prendeu no Rio de Janeiro (RJ) uma pessoa suspeita de organizar e financiar os atos com pautas golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF).

A novidade: à noite, também na segunda-feira (16), uma mulher identificada como Elizângela Cunha Pimentel Braga, de acordo com o G1, se entregou à PF em Campos dos Goytacazes (RJ). Da mesma maneira, ela é acusada de organizar e financiar os atos com pautas golpistas.

*Nota: Essa operação da PF teve um total de 3 mandados de prisão. Até agora, há notícias de que duas prisões foram consumadas (ao menos até a última atualização desta curadoria). Houve ainda 5 mandados de busca e apreensão. Inicialmente, os nomes das pessoas envolvidas não foram divulgados, mas o G1 mencionou o nome de Elizângela.

Moraes inclui Bolsonaro no rol de investigados pelos atos com pautas golpistas

Ainda sobre esses atos… O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), aceitou na última sexta-feira (13) um pedido da PGR para incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no rol de investigados.

Ministro Alexandre de Moraes avalia estragos após vandalismo no STF / Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
Ministro Alexandre de Moraes avalia estragos após vandalismo no STF / Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Veja diferentes versões sobre responsabilidades pelos atos com pautas golpistas

Alexandre de Moraes também rejeitou pedido do deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) –atualmente vereador em Belo Horizonte (MG)– que pedia a prisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, por causa dos atos. Ele argumentava que o ministro não agiu devidamente para evitar as manifestações.

Já o ex-comandante da PM (Polícia Militar) do DF (Distrito Federal), coronel Fábio Augusto, que está preso por causa das manifestações ilegais, afirmou em depoimento à PF que o Exército –vinculado ao Ministério da Defesa– recusou tentativas de desmontar acampamentos golpistas situados em frente ao QG (quartel general) em Brasília.

Também em depoimento à PF, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que está afastado do cargo por 90 dias, afirmou que mandou retirar o acampamento de golpistas da frente do QG do Exército no dia 29 de dezembro de 2022. Disse ainda que a ação foi impedida pelo Comando do Exército e que a equipe de transição do governo foi informada.

Contexto: Mostramos no Correio Sabiá que, desde a realização dos atos com pautas golpistas no dia 8 de janeiro de 2023, o governo e a oposição trocam acusações sobre as responsabilidades da invasão ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF, sedes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, respectivamente.

Ex-ministro da Segurança Pública e da Defesa sugere que seguranças do Planalto facilitaram ação de golpistas

Já o ex-ministro Raul Jungmann, que seria uma figura neutra nessa história e já comandou tanto o Ministério da Defesa quanto o Ministério da Segurança Pública, afirmou que é impossível fazer uma invasão aos Palácios do Planalto (sede do Poder Executivo), do Alvorada (residência oficial da Presidência) e do Jaburu (residência oficial da Vice-Presidência).

*Nota: Dos locais citados acima pelo ex-ministro Raul Jungmann, apenas o Planalto foi invadido na manifestação com pautas golpistas do dia 8 de janeiro de 2023.

De acordo com Jungann, a invasão é “impossível” porque há uma guarda permanente nesses locais, com dezenas de homens armados. Ou seja, o ex-ministro sugeriu que, sem colaboração da segurança do Planalto, nenhum terrorista teria cruzado a porta principal.

Dezenas de militares ligados à Presidência são demitidos, mostra Diário Oficial da União

O DOU (Diário Oficial da União) desta terça-feira (17) reforça esse entendimento e sinaliza que haveria uma insatisfação do governo com uma suposta inércia do Exército para evitar os atos com pautas golpistas. Isso porque, houve dezenas de demissões de militares ligados à Presidência.

Presos por atos golpistas repetem declarações de Bolsonaro em depoimento, mostra levantamento

Em alinhamento com o entendimento do ministro Alexandre de Moraes para incluir Bolsonaro entre os investigados, um levantamento feito pelo G1 mostrou que as pessoas presas nessas manifestações repetiam as mesmas declarações de Bolsonaro para justificar suas ações. O levantamento foi feito com acesso aos depoimentos das pessoas.

Bolsonaro emite nota e diz que vandalismo em atos foi praticado por pessoas ‘infiltradas’

Nesse mesmo dia em que Bolsonaro foi incluído entre os investigados (mas à noite) –e 5 dias depois dos atos golpistas–, o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, divulgou uma nota em nome do ex-presidente. 

No texto, eles dizem que pessoas “infiltradas” nos atos foram as responsáveis pelo vandalismo (com invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF). Eis a íntegra: 

“O [ex-]presidente Jair Bolsonaro sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente ser contra tais condutas ilícitas,  assim como sempre foi um defensor da Constituição e da democracia. Em todo o seu governo, sempre atuou dentro das 4 linhas da Constituição. O [ex-]presidente Jair Bolsonaro repudia veementemente os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público cometido pelos infiltrados na manifestação. Ele jamais teve qualquer relação ou participação nestes movimentos sociais espontâneos realizados pela população.”

http://correiosabia.com.br/15-fotos-vandalismo-bolsonarista/

AGU obtém R$ 6,5 milhões em bens bloqueados de 52 pessoas

A AGU (Advocacia Geral da União) obteve na semana passada o bloqueio de R$ 6,5 milhões em bens de 52 pessoas e 7 empresas que teriam financiado as manifestações golpistas do dia 8 de janeiro de 2023.

Por fim, para mencionar outra barbárie… A ministra Rosa Weber, presidente do STF, suspendeu na noite desta segunda-feira (16) o decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que perdoava policiais condenados. A medida incluía agentes com participação no massacre do Carandiru.

A medida de Bolsonaro foi editada no final do ano passado. É o chamado indulto natalino, sobre o qual já falamos em detalhes numa reportagem do Correio Sabiá.

  • Leia ainda outras reportagens no Correio Sabiá:

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