#849: Como foi a entrevista de Lula no Jornal Nacional

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#849: Como foi a entrevista de Lula no Jornal Nacional

Lula admite erros de Dilma, cita medidas contra a corrupção em seu governo e critica ‘orçamento secreto’
Lula no Jornal Nacional, da TV Globo, em entrevista concedida no dia 25 de agosto de 2022, ao vivo / Foto: Reprodução/TV Globo
Correio Sabiá: Lula no Jornal Nacional, da TV Globo, em entrevista concedida no dia 25 de agosto de 2022, ao vivo / Foto: Reprodução/TV Globo

Neste resumo você encontrará alguns desses tópicos:

  • Jornal Nacional entrevista Lula, e declaração inicial de Bonner irrita integrantes da campanha de Bolsonaro;
  • Saiba os melhores e piores momentos da entrevista de Lula ao Jornal Nacional, conforme pesquisas que mediram engajamento nas redes;
  • Lula admite erros da gestão de Dilma, cita medidas contra a corrupção em seu governo e critica ‘orçamento secreto’

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Saiba como foi a entrevista de Lula no Jornal Nacional

William Bonner: “O STF (Supremo Tribunal Federal) lhe deu razão, considerou o então juiz Sergio Moro parcial, anulou a condenação do caso do triplex e anulou também outras ações por ter considerado a Vara de Curitiba incompetente. Portanto, o senhor não deve nada à Justiça. Mas houve corrupção na Petrobras. E segundo a Justiça, com pagamentos a executivos da empresa, a políticos de partidos, como o PT, como o então PMDB e o PP. Candidato, como é que o senhor vai convencer os eleitores de que esses escândalos não vão se repetir?”

Foi dessa maneira que o apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, começou a entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, nesta quinta-feira (25). Foi também esse o momento que teria causado mais irritação em integrantes da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em resposta a Bonner, Lula falou que a corrupção só aparece quando se permite investigá-la e citou medidas que foram tomadas em seu governo para promover a transparência, como a criação da LAI (Lei de Acesso à Informação) e o fortalecimento do CGU (Controladoria-Geral da União). O ex-presidente ainda criticou supostas interferências de Bolsonaro na PF (Polícia Federal).

Lula, no entanto, não se comprometeu a respeitar a chamada lista tríplice do MPF (Ministério Público Federal), que em tese dá mais independência ao órgão, na hora de indicar um novo procurador-geral, quando for encerrado o mandato de Augusto Aras.

Nota: Lula sempre respeitou a lista tríplice e seus governos, prática continuada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT); quem não seguiu a lista foi Bolsonaro, que indicou Augusto Aras. Agora, o petista não garantiu que manterá essa posição, apesar de falar que não quer “amigo” na instituição. 

Lula no JN / Foto: Reprodução/Twitter
Lula no JN: ex-presidente não garantiu indicar proximo procurador-geral pela lista tríplice / Foto: Reprodução/Twitter

Lula também admitiu erros durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que o sucedeu na Presidência, embora tenha elogiado a petista. Ele apontou a política de preços da gasolina (o represamento dos preços fizeram, depois, o valor desse item disparar) e a concessão das desonerações fiscais para diversos setores produtivos. 

Outro assunto relevante foi sobre as emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto”. Explicamos no Correio Sabiá o que são essas emendas numa reportagem publicada há alguns meses. Lula falou que o orçamento secreto é uma “usurpação dos Poderes” e disse que mudaria isso a partir do diálogo com deputados.

Em diversas vezes o petista defendeu que sejam eleitos os candidatos que compõem a aliança com o PT, para que haja uma mudança de postura dos congressistas.

Lula no JN / Foto: Reprodução/Twitter
Correio Sabiá – Lula no JN: petista teve mais impacto do que Bolsonaro, segundo analistas de dados / Foto: Reprodução/Twitter

Dados: entenda o impacto da entrevista de Lula no Jornal Nacional

Para fecharmos o assunto da entrevista do Lula, até porque não tem como mostrar a entrevista absolutamente inteira, vamos falar de alguns dados que ajudam a entender o impacto da entrevista

Primeiro, o analista de dados Pedro Barciela mostrou que Lula gerou um volume de menções no Twitter bem superior ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Por que isso importa? Porque nos últimos anos vimos o Twitter ser uma ferramenta forte do atual presidente, que serviu de termômetro para Bolsonaro medir sua popularidade e até tomar decisões.

Segundo, ainda de acordo com Pedro Barciela, o Lula falou para fora, e não ficou limitado ao seu público habitual: 66% dos usuários estavam ligados direta ou indiretamente a um conjunto petista, sendo que 25%, ou seja, 1/4 estavam para além da polarização. 

E uma outra informação relevante é que cerca de 15 milhões de pessoas foram impactadas com postagens sobre a entrevista durante a sua exibição, enquanto 9 milhões foram impactadas por ocasião da entrevista de Bolsonaro. 

Especificamente sobre entrevista do Lula, os 3 momentos em que os ex-presidente foi melhor foram quando:

  1. defendeu as medidas anticorrupção no seu governo e a apuração dos erros de qualquer um;
  2. defendeu a aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), seu candidato a vice;
  3. defendeu que política não é lugar de ódio.

Por outro, o petista se saiu pior, de acordo com as métricas das postagens, quando:

  1. não respondeu se indicaria um procurador-geral da lista tríplice;
  2. atacou Bolsonaro o chamando de Bobo da Corte;
  3. disse que a solução para o orçamento secreto é conversar com os deputados.

TSE proíbe levar celular para a cabine de votação

Vamos mudar de assunto. Para que você comece o dia realmente bem informado, ainda é importante que saiba que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu nesta quinta-feira (25) que o eleitor não poderá levar o celular para a cabine de votação. O julgamento constava na Agenda da Semana do Correio Sabiá.

Por fim, a guerra na Ucrânia completou 6 meses de duração nesta semana, porque começou no dia 24 de fevereiro deste ano. E, nesta quinta-feira (25), autoridades ucranianas relataram que mísseis russos provocaram explosões numa área próxima da capital Kiev. 

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