#846: Como foi a entrevista de Bolsonaro no Jornal Nacional

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#846: Como foi a entrevista de Bolsonaro no Jornal Nacional

Presidente voltou a defender técnicas ineficazes de combate contra a covid-19, como o tratamento precoce
Correio Sabiá: O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi entrevistado no Jornal Nacional / Foto: Reprodução/TV Globo
Correio Sabiá: O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi entrevistado no Jornal Nacional / Foto: Reprodução/TV Globo
Nota do editor: 
Não publicamos a versão da curadoria de notícias no site nesta segunda-feira (22.ago.2022), porque o "Entenda o noticiário" #12 substituiu-a.

Neste resumo você encontrará alguns desses tópicos:

  • No Jornal Nacional, Bolsonaro volta a defender tratamento precoce contra a covid-19 (nota: é ineficaz) e diz que ficar em casa fez as pessoas se contaminarem mais (nota: afirmação falsa);
  • Perguntado sobre aliança com o Centrão, Bolsonaro defende parceria e diz que William Bonner o estimula ‘a ser ditador’, porque precisa dos votos desses congressistas para aprovar projetos;
  • Presidente responsabiliza pandemia, guerra na Ucrânia e crise hídrica por problemas enfrentados na economia e exalta Auxílio Brasil de R$ 600, recente queda da gasolina e PIX

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Saiba como foi a entrevista de Bolsonaro no Jornal Nacional

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou na noite desta segunda-feira, às 20h30, da série de entrevistas com candidatos à Presidência do Jornal Nacional, da TV Globo. Nessa ocasião, ele voltou a defender que o tratamento precoce contra a covid-19 pudesse ser feito pelos médicos e criticou o lockdown, dizendo que serviu para atrapalhar a economia.

Num outro momento, o presidente afirmou que ficar em casa fez as pessoas se contaminarem mais do se fossem às ruas (informação cientificamente errada). 

Bolsonaro também afirmou durante a entrevista que respeitará o resultado das eleições desde que “limpas e auditáveis”. No entanto, o presidente evitou responder diretamente se respeitaria o resultado das urnas quando o entrevistador William Bonner afirmou que o pleito brasileiro já é limpo e auditável.

Bolsonaro ainda defendeu a sua aliança com o Centrão, grupo de partidos conhecido por não ter coloração ideológica bem definida. Aliás, Bolsonaro definiu esse grupo de partidos como siglas que são de centro e acabam sendo pejorativamente chamadas dessa maneira. Não é isso. Centrão não quer dizer que as siglas sejam, necessariamente, de centro, ao contrário do que o nome sugere.

O ministro e general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) já disse que *se gritar “pega centrão” não sobra um, trocando a palavra “centrão” por “ladrão”. Bolsonaro também foi eleito dizendo que não se juntava com esse grupo de partidos.

Agora, no entanto, ele com esses políticos e na saída de sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, afirmou certa vez que ele, historicamente, sempre foi filiado a essas siglas. “Sempre fui do Centrão”, disse daquela vez.

Ao ser perguntado por Bonner sobre essa aliança com o Centrão, Bolsonaro afirmou que o entrevistador estava estimulando-o “a ser ditador”. Isso porque, segundo Bolsonaro, não é possível governar e aprovar medidas no Congresso sem esse grupo de partidos, responsável por cerca de 300 votos dos 513 da Câmara.

Nas suas considerações finais, Bolsonaro falou sobre:

  • a ampliação do Auxílio Brasil para R$ 600;
  • a queda do valor médio da gasolina no último mês;
  • a criação do PIX; e outras medidas do governo.

O presidente mencionou a pandemia, a guerra na Ucrânia e a crise hídrica (a maior dos últimos 91 anos) como problemas que seu governo enfrentou. 

Mercado volta a revisar para baixo a expectativa de inflação em 2022

Mudando de assunto, o mercado financeiro revisou para baixo a expectativa de inflação até o fim do ano pela 8ª vez consecutiva, agora de 7,02% para 6,82%.

A maior novidade, no entanto, foi que o mercado interrompeu uma sequência de 18 altas seguidas na expectativa de inflação para o ano que vem. A previsão até a semana passada era de uma alta geral dos preços de 5,38% ao final de 2023. Agora, é de 5,33%.

O Ibovespa fechou em queda de 0,89% no pregão desta segunda-feira (22), aos 110.500 pontos. Por outro lado, a queda do Ibovespa foi bem menor do que aquelas observadas nas principais Bolsas dos Estados Unidos: Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 1,90%, 2,13% e 2,55%. Já o dólar fechou estável em relação ao real, cotado a R$ 5,16.

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