#823: Bolsonaro fala de fraude na eleição a embaixadores

#823: Bolsonaro fala de fraude na eleição a embaixadores
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Curadoria #823 do Sabiá: Bolsonaro reúne embaixadores e fala de fraude na eleição

Presidente repetiu acusações já desmentidas e disse que TSE ‘atenta contra a democracia’
Correio Sabiá: Bolsonaro reuniu diplomatas na manhã desta segunda-feira (18.jul.2022) no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência / Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
Bolsonaro reuniu diplomatas na manhã desta segunda-feira (18.jul.2022) no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência / Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

Neste resumo você encontrará alguns desses tópicos:

  • Bolsonaro reúne embaixadores na sua residência oficial e volta a atacar credibilidade do sistema eleitoral brasileiro, urnas, TSE e STF;
  • Presidente diz que há inquérito da PF que apura fraude na eleição de 2018, que foi ele que ganhou; segundo Bolsonaro, TSE ‘tenta esconder’ o inquérito e ‘atenta contra a democracia’;
  • Caciques do MDB em pelo menos 10 estados dizem que apoiarão a candidatura de Lula à Presidência, o que enfraquece indicação de Simone Tebet

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Bolsonaro reúne embaixadores e volta a criticar sistema eleitoral

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu nesta segunda-feira (18) embaixadores de diversos países e, nessa ocasião, voltou a levantar suspeitas sobre a credibilidade do sistema eleitoral e a afirmar que houve fraude na eleição de 2018.

Por mais de 40 minutos, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento aos embaixadores no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Afirmou, por exemplo, que a PF (Polícia Federal) abriu um inquérito em 2018, público e até hoje sem conclusão, com objetivo de investigar se houve fraude na eleição que ele próprio venceu. 

Nesse inquérito, haveria a informação de que o sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi invadido por um hacker, que teria conseguido acesso aos códigos-fonte, uma espécie de impressão digital. 

Segundo Bolsonaro, a PF solicitou ao TSE os códigos-fonte, algo que levaria 1 ou 2 dias para que a Corte Eleitoral entregasse. No entanto, de acordo com o presidente, 7 meses depois o TSE informou que os códigos tinham sido apagados.

Bolsonaro tornou a criticar ainda as urnas eletrônicas. Repetiu acusações de que houve casos de pessoas que tentavam digitar o seu número dele nas urnas, mas, na verdade, o voto era computado para o outro candidato. Isto já foi desmentido em diversas oportunidades. As urnas eletrônicas são auditáveis, e a auditoria pode ser requisitada, inclusive.

Bolsonaro também criticou por diversas vezes alguns ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que integram ou integraram o TSE, principalmente o ministro Edson Fachin, atual presidente da Corte Eleitoral.

O presidente da República repetiu algumas vezes que Fachin anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à Presidência e líder nas pesquisas eleitorais deste ano, permitindo que o petista concorra neste ano.

Lula, no entanto, também liderava as pesquisas na eleição de 2018 quando foi condenado e impedido de se candidatar. 

Num determinado momento, Bolsonaro voltou a dizer que Lula era “o candidato do Fachin” e também disse que “pessoas que devem favores” a Lula não querem um sistema eleitoral transparente. Fachin foi indicado ao STF em 2015 pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), daí a insinuação. Bolsonaro, no entanto, não citou nomes em sua declaração.

O presidente ainda destacou, durante a sua apresentação no Palácio da Alvorada, uma declaração do ministro Luís Roberto Barroso na qual o magistrado dizia que as pessoas que atentarem contra a democracia e divulgarem informações falsas “irão para a cadeia”. 

Logo em seguida, Bolsonaro afirmou que “quem atenta contra a democracia é o Tribunal Superior Eleitoral” por, supostamente, “tentar esconder” esse inquérito da Polícia Federal mencionado por ele e que apura se houve fraudes nas eleições de 2018 que ele mesmo ganhou.

A Secretaria de Comunicação e Multimídia do Tribunal Superior Eleitoral produziu diversos conteúdos que explicam e rebatem, ponto a ponto, as acusações feitas por Bolsonaro durante reunião com os embaixadores.

Diversas outras autoridades, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o próprio presidente do TSE, Edson Fachin, criticaram as acusações de Bolsonaro, que já foram desmentidas ao longo dos últimos anos em várias oportunidades.

Fachin falou que há um “inaceitável negacionismo” da parte do presidente da República sobre a credibilidade do processo eleitoral. Já Pacheco afirmou que “a segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida.” 

Por fim, falando em eleições, uma parcela relevante do MDB definiu nesta segunda-feira (18), oficialmente, que apoiará a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). São caciques do partido em 10 estados. 

Esse apoio claramente enfraquece a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS), mas é improvável que o partido retire a candidatura dela. O evento que deve formalizar a indicação dela deve ocorrer na semana que vem. 

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