O que é conclave? Entenda a eleição do novo Papa

Processo eleitoral secreto costuma ocorrer de 15 a 20 dias após vacância do cargo; saiba mais neste conteúdo

O que é conclave? Entenda a eleição do novo Papa
Saiba também, abaixo, qual o perfil dos cardeais favoritos à sucessão do Papa Francisco / Imagem: Unsplash
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O conclave é o processo eleitoral secreto e ritualizado da Igreja Católica para escolher um novo Papa quando ocorre a vacância do cargo, seja por morte ou renúncia do pontífice anterior.

O termo “conclave” vem do latim cum clavis (“com chave” 🔐), referindo-se ao confinamento dos cardeais num local fechado, tradicionalmente a Capela Sistina, para garantir que a escolha seja feita sem interferências externas.

  • Houve um filme indicado ao Oscar deste ano, 2025, chamado "Conclave". Mostra exatamente o processo de escolha de um novo Papa.

Como funciona o conclave?

Após a morte do Papa, os cardeais devem esperar 15 dias para dar início ao conclave. Este período pode ser postergado pelos cardeais para até 20 dias após a vacância da Sé Apostólica, para permitir a chegada de todos os cardeais eleitores ao Vaticano.

Apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar e ser votados, com um máximo de 120 eleitores permitidos.

Os cardeais eleitores ficam hospedados na Casa de Santa Marta e se deslocam diariamente à Capela Sistina para as votações.

Durante o conclave, eles são totalmente isolados do mundo exterior: não podem se comunicar, usar eletrônicos, acessar notícias ou redes sociais.

Todos fazem um juramento solene de manter segredo absoluto sobre as discussões e votações, sob pena de excomunhão.

Como é a votação do conclave?

As votações são secretas: cada cardeal escreve o nome do seu candidato em uma cédula, que é depositada numa urna.

Pela tradição, o 1º dia pode ter apenas uma votação. Depois, são realizadas até 4 rodadas de votação por dia (duas pela manhã e duas à tarde).

Para ser eleito, o candidato precisa obter 2/3 dos votos dos presentes.

Após cada rodada de votação, as cédulas são queimadas num forno especial.

A fumaça preta indica que não houve eleição; a fumaça branca anuncia que um novo Papa foi escolhido.

O que é cardeal camerlengo?

O cardeal camerlengo é o responsável pela administração provisória da Santa Sé durante o período chamado sede vacante. Ou seja, o intervalo entre a morte ou renúncia de um papa e a eleição de seu sucessor pelo conclave.

Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal Kevin Farrell, nomeado em 2019 pelo Papa Francisco, cuja morte foi anunciada nesta segunda-feira (21.abr.2025).

Quais os principais candidatos para próximo Papa?

A escolha do novo papa costuma refletir o desejo do Colégio dos Cardeais em relação ao futuro da Igreja, podendo privilegiar continuidade, mudança ou representatividade geográfica.

Eis abaixo a lista dos cardeais que são apontados como favoritos para suceder o Papa Francisco, conforme ampla pesquisa feita pelo Correio Sabiá nas diversas plataformas disponíveis:

1. Pietro Parolin (Itália 🇮🇹)

  • Cargo atual: Secretário de Estado do Vaticano, principal responsável pela diplomacia da Santa Sé.
  • Perfil: Diplomata experiente, com carreira marcada por negociações internacionais delicadas, como o tratado nuclear com o Irã e o reatamento de relações com o Vietnã. É considerado acessível, pragmático e “open-minded”, com bom trânsito tanto entre setores conservadores quanto progressistas. Tem vasta experiência em assuntos do Oriente Médio e diálogo inter-religioso, além de ser membro do influente Conselho de Cardeais.

2. Luis Antonio Tagle (Filipinas 🇵🇭)

  • Cargo atual: Prefeito do Dicastério para a Evangelização, ex-arcebispo de Manila.
  • Perfil: Reconhecido por seu carisma, humildade e defesa dos pobres. Tem forte atuação social e é conhecido como “Francisco da Ásia”. Foi presidente da Caritas Internationalis e é uma das vozes mais progressistas do Colégio Cardinalício, com grande apelo midiático e presença em redes sociais. Defende temas como justiça social, acolhimento de migrantes e combate à pobreza.

3. Matteo Maria Zuppi (Itália 🇮🇹)

  • Cargo atual: Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana.
  • Perfil: Pastoralista, envolvido com movimentos de base e diálogo com minorias. Destaca-se pela atuação junto aos pobres, idosos, dependentes químicos e comunidades LGBT, defendendo uma Igreja aberta e acolhedora. É considerado próximo ao estilo pastoral do Papa Francisco e tem experiência em mediação de conflitos, inclusive internacionais.

4. Peter Turkson (Gana 🇬🇭)

  • Cargo atual: Chanceler das Pontifícias Academias de Ciências.
  • Perfil: Um dos mais influentes cardeais africanos, foi presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz e do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral. É reconhecido por seu trabalho em justiça social, meio ambiente e desenvolvimento. Considerado “papabile” há anos, representa a força da Igreja africana e o desejo de internacionalização do papado.

5. Jean-Marc Aveline (França 🇫🇷)

  • Cargo atual: Arcebispo de Marselha, presidente da Conferência Episcopal Francesa.
  • Perfil: Foco em temas sociais, especialmente pobreza e migração. Defende que “os pobres são prioridade” e busca uma Igreja próxima dos marginalizados. Tem experiência no enfrentamento de crises como o aumento de pessoas em situação de rua e os desafios do acolhimento a migrantes. É visto como articulador de diálogo inter-religioso e social na França.

6. Robert Sarah (Guiné 🇬🇳)

  • Cargo atual: Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino.
  • Perfil: Um dos líderes do setor conservador da Igreja, conhecido por posições firmes contra aborto, casamento homoafetivo e imigração em massa. Foi arcebispo de Conakry e é elogiado por tradicionalistas, mas criticado por progressistas. Sua trajetória inclui resistência a regimes autoritários e defesa da liturgia tradicional.

7. Péter Erdő (Hungria 🇭🇺)

  • Cargo atual: Arcebispo de Esztergom-Budapeste, primaz da Hungria.
  • Perfil: Teólogo, canonista e acadêmico de renome internacional, com vasta experiência em ensino e pesquisa. Presidiu o Conselho das Conferências Episcopais da Europa e é reconhecido por sua erudição e capacidade de diálogo com o mundo acadêmico e político europeu. Tem influência significativa no Leste Europeu.

8. Pierbattista Pizzaballa (Itália 🇮🇹/Palestina 🇵🇸)

  • Cargo atual: Patriarca Latino de Jerusalém.
  • Perfil: Franciscano, especialista em diálogo inter-religioso e questões do Oriente Médio. Foi Custódio da Terra Santa e liderou iniciativas de paz entre israelenses e palestinos. Fala hebraico, italiano e inglês, e é considerado respeitado tanto em Israel quanto na Palestina. Recentemente tornou-se cardeal e é visto como símbolo de atenção à Igreja do Oriente Médio.

9. José Tolentino de Mendonça (Portugal 🇵🇹)

  • Cargo atual: Prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação.
  • Perfil: Teólogo, poeta e intelectual, considerado uma das vozes mais originais do catolicismo contemporâneo. É especialista em estudos bíblicos, tem forte atuação no diálogo entre fé e cultura, e é reconhecido por sua capacidade de comunicação com o mundo secular. Premiado e respeitado em Portugal e internacionalmente, é visto como progressista e inovador.

10. Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo 🇨🇩)

  • Cargo atual: Arcebispo de Kinshasa, presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar.
  • Perfil: Teólogo moral, atuante em mediação de conflitos e defesa da justiça social em contextos de crise política e humanitária. Tem papel de liderança na Igreja africana e é membro do Conselho de Cardeais que assessora o Papa. É visto como articulador e defensor dos direitos humanos e da paz em seu país e continente.
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