#954: Pontapé inicial para as notícias desta semana

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#954: As notícias essenciais até agora em 5 minutos de leitura

Correio Sabiá poderá fazer atualizações nesta curadoria de notícias para te manter bem informado/a
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão solene do Congresso Nacional destinada a dar posse ao presidente e ao vice-presidente da República. Mesa (E/D): presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva; presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Correio Sabiá: Lula e Pacheco no dia 1º de janeiro de 2023, em sessão solene do Congresso destinada à posse do presidente da República / Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

*Esta curadoria de notícias foi originalmente publicada no dia 27 de março de 2023, às 10h40, mas recebeu atualizações para te manter bem informada/o.

Considerando tudo o que dissemos que seria notícia nesta semana, mostramos nesta quarta-feira (29.mar.2023) os principais desdobramentos do noticiário até agora.

Como constava na Agenda da Semana, o Banco Central divulgou na terça-feira (28.mar) a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que manteve (não aumentou nem diminuiu) o patamar de 13,75% para a taxa básica de juros, a Selic.

No comunicado, o Banco Central disse que a proposta do governo federal de arcabouço fiscal é “sólida e crível” e que pode reduzir a inflação. O arcabouço fiscal ainda não foi apresentado oficialmente. Se aprovado, deve substituir a atual regra do teto de gastos (mais detalhes abaixo).

Observação: levantamento do Poder360 mostra que o Brasil tem a maior taxa básica de juros do mundo, mas é o país do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) que teve a maior queda da inflação nos últimos 12 meses. Em fevereiro de 2022, o aumento geral de preços acumulado em 12 meses era de 10,5%. Em fevereiro de 2023, 5,6%.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), teve uma reunião de 2 horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (28), no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, onde Lula se recupera de uma pneumonia (motivo pelo qual não viajou à China).

Após o encontro, Pacheco divulgou uma nota na qual criticou a taxa básica de juros e prometeu esforço para dar celeridade à proposta de arcabouço fiscal do governo federal, quando esta for apresentada.

Pacheco também disse que busca um consenso com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre como devem tramitar as MPs (medidas provisórias). Explicamos os impasses sobre as MPs em detalhes, numa reportagem didática que recebe atualizações constantes no Correio Sabiá.

Eis a íntegra da nota divulgada pelo presidente do Senado:

Reuni-me, nesta terça-feira, por mais de duas horas, com o presidente Lula. Na conversa, tratamos da tramitação das medidas provisórias e disse ao presidente que estamos trabalhando no encaminhamento da busca de um consenso. Também ressaltei ao presidente Lula que daremos celeridade devida ao arcabouço fiscal. Dentro disso, houve o reconhecimento mútuo de que a taxa de juros no Brasil está muito alta e afirmei ao presidente a importância de encontrarmos caminhos sustentáveis para a redução da taxa o mais rápido possível. Outro ponto da conversa foi em relação à regulação das redes sociais e de plataformas da internet, tema que será discutido pelo Congresso e que precisará do apoio do governo. Por fim, o presidente Lula renovou o convite para que eu integre a comitiva que irá à China, diante de uma nova perspectiva da visita ao país asiático.

Na Câmara, deputados federais alinhados ao governo federal criticaram a taxa básica de juros nesta terça-feira (28). Já a oposição defendeu o comunicado do Banco Central e a manutenção do patamar dos juros.

Ainda na Câmara, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou que não foi previamente informado pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sobre os ataques do 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deprederam prédios públicos e invadiram sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário. 

Informamos sobre o comparecimento de Flávio Dino à Câmara na Agenda da Semana do Correio Sabiá.

Por fim, o Estadão divulgou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou um 3º pacote de joias da Arábia Saudita (e não 2 pacotes, como era sabido anteriormente). Da mesma forma que o 2º pacote, esse 3º pacote (avaliado em no mínimo R$ 500 mil) ficou em posse de Bolsonaro.

Todos os detalhes sobre as “joias dos Bolsonaro” estão numa reportagem completa e didática que publicamos no Correio Sabiá, que tem atualizações constantes para te ajudar a realmente entender o noticiário.

Por aqui, voamos para que você consiga entender as notícias de verdade. Fazemos curadorias de notícias e nos debruçamos sobre assuntos complexos de um jeito fácil de entender. Ainda damos previsibilidade ao noticiário, para que você consiga absorver as notícias no seu tempo. Abaixo, eis o que dissemos que seria notícia nesta semana, num texto publicado na segunda-feira (27).

Pontapé inicial das notícias desta semana (27.mar a 2.abr)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou sua ida à China e vai ficar no Brasil nesta semana, que é importante para o seu governo. Posteriormente, remarcará a viagem ao país asiático. O governo federal informou que o motivo do cancelamento foi uma pneumonia. Listamos todas as viagens internacionais de Lula em 2023 e mostramos a previsão de futuras viagens num conteúdo com atualizações frequentes.

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Inicialmente, Lula embarcaria para a China no sábado (25.mar.2023). Por causa da pneumonia, adiou o embarque para domingo (26.mar). Por fim, cancelou a ida, que será remarcada. No entanto, a permanência de Lula no Brasil coincide com uma semana de eventos relevantes para o governo federal. Abaixo, listamos:

1) Há uma disputa política no Legislativo, protagonizada pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Motivo: a tramitação de MPs (medidas provisórias). Essa disputa está travando assuntos de interesse do governo federal. (Vamos explicar tudo sobre o caso numa reportagem só para esse assunto no Correio Sabiá). Por ora, o que você precisa saber agora é que a agenda do governo está emperrada porque os 2 presidentes não chegam a um acordo.

2) A apresentação da proposta de arcabouço fiscal do governo federal, inicialmente, seria apresentada antes da viagem de Lula à China. Os planos mudaram, e a apresentação ficou para o pós-viagem. Agora, como a viagem não ocorreu, é necessário ficar de olho em notícias desse tipo. Será que a apresentação ao público ocorrerá nestes dias? É importante observar.

A regra do arcabouço fiscal será uma espécie de “âncora fiscal” para evitar gastos descontrolados do governo federal. Será enviada ao Congresso. Se aprovada, vai substituir a regra do teto de gastos (que impede que a maior parte das despesas do governo federal cresça acima da inflação).

3) O noticiário econômico ainda tem a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, no patamar de 13,75% ao ano. O patamar dos juros tem rendido críticas de integrantes do governo federal há meses, incluindo o próprio Lula. É relevante acompanhar o que vai dizer o Banco Central e como os integrantes do governo vão repercutir essas informações.

Roberto Campos Neto, em entrevista ao Roda Viva no dia 3 de fevereiro de 2023 / Foto: Reprodução/TV Cultura
Correio Sabiá: Pressionado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deu entrevista ao Roda Viva no dia 3 de fevereiro de 2023 / Foto: Reprodução/TV Cultura

4) Falando em Banco Central, ainda não foram divulgados os novos diretores de Política Monetária e Fiscalização. Mostramos em nossas curadorias de notícias anteriores que os mandatos dos antigos diretores acabaram. Agora, é preciso acompanhar quem vai entrar no lugar, considerando a insatisfação do governo com a política monetária da instituição.

5) No Brasil, Lula monitora de perto o provável retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dos Estados Unidos, até agora marcado para quinta-feira (30.mar). Por meio de sua defesa, Bolsonaro devolveu na semana passada as joias recebidas do governo da Arábia Saudita. Temos um conteúdo atualizado com frequência que mostra tudo sobre esse caso.

6) O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, tem sido pressionado. Foi cobrado pela onda de violência no Rio Grande do Norte; pelo cadastramento de armas; e, recentemente, pelas declarações de Lula contra a operação da PF (Polícia Federal) que prendeu 9 pessoas acusadas de participar de um plano para matar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-juiz federal. Lula disse na quinta-feira (23) que o caso era “mais uma armação do Moro”.

  • Lembrando: todos os eventos acima estão na Agenda da Semana do Correio Sabiá.

“Eu acho que é mais uma armação do Moro, mas eu quero ser cauteloso. Eu vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro. Mas eu vou pesquisar, vou saber o porquê da sentença. Eu até fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele. Mas isso a gente vai esperar. Eu não vou ficar atacando ninguém sem ter provas. Eu acho que é mais uma armação, e se for mais uma armação ele vai ficar mais desmascarado ainda, sabe? Eu não sei o que ele vai fazer da vida se ele continuar mentindo do jeito que ele está mentindo.”

Moro rebateu:

Contexto: A juíza federal Gabriela Hardt foi quem deu a autorização para realização da operação. Hardt é quem substituiu o próprio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, quando o atual senador deixou o cargo para ser ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

+ Quando foi ministro da Justiça e Segurança Pública, Moro determinou a transferência de Marcola e outros integrantes da facção criminosa PCC para presídios de segurança máxima e acabou com as visitas íntimas. Esse seria o motivo de ser alvo dos criminosos. Houve um total de 24 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão em 4 estados (São Paulo, Paraná, Rondônia e Mato Grosso do Sul) e no Distrito Federal.

++ Na quarta-feira (22), em entrevista ao Brasil 247, Lula declarou que queria “foder” Moro quando estava preso. Políticos de oposição atrelaram a raiva de Lula contra o ex-juiz federal a um eventual “desejo de vingança”, inclusive relacionando-o novamente ao PCC, fake news disseminada na eleição de 2022 e motivo pelo qual o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) multou Bolsonaro durante a campanha.

+++ A oposição fez mais críticas ao presidente pela declaração contra Moro. Segundo eles, ao falar que a operação foi “armação”, Lula colocou em dúvida a credibilidade de atuação da PF e do Ministério da Justiça, órgãos de seu próprio governo. Alguns opositores também falaram em “crime de responsabilidade”.

Relembre a curadoria de notícias anterior do Correio Sabiá, na qual demos um panorama de tudo o que deveria ser notícia relevante nesta semana. Em 4 minutos, ajudamos você a ficar bem informado sobre o contexto do noticiário. Veja abaixo:

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