🚨 #986: Hacker e Mauro Cid ligam Bolsonaro a crimes; entenda
? #986: Hacker e Mauro Cid ligam Bolsonaro a crimes; entenda
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O tenente-coronel Mauro Cid está preso há 3 meses pela falsificação da carteira de vacinação dele, da sua família e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O objetivo: permanecer nos Estados Unidos, mesmo sem terem se vacinado contra a covid-19. Além disso, o nome de Cid aparece quase diariamente no noticiário por outros assuntos: participação no caso das jóias dadas pelo governo da Arábia Saudita ao então presidente Bolsonaro e suposta participação numa “trama golpista” (uma minuta de golpe foi encontrada com ele). Agora, ele decidiu que vai confessar participação num esquema de venda e recompra de jóias, envolvendo diretamente Bolsonaro na participação de crimes.
- Quem disse que a confissão vai ocorrer foi o advogado Cezar Bitencourt, que defende Mauro Cid. Ele afirmou em entrevista à revista Veja que a confissão espontânea serve de atenuante da pena, assim como o crime ter sido “em cumprimento de ordem de autoridade superior”. No caso, Bolsonaro. Cid dirá que vendeu as peças nos Estados Unidos. Foram presentes ao da Arábia Saudita ao governo brasileiro. Depois da venda, ele teria transferido o dinheiro para o Brasil. Por fim, entregando em espécie a Bolsonaro.
???? Educação midiática: sempre bom lembrar que o Correio Sabiá não está dizendo que Bolsonaro cometeu ou não crimes. O Correio Sabiá está informando que, segundo o advogado Cezar Bitencourt, seu cliente Mauro Cid vai fazer uma confissão. E, nesta confissão, vai implicar Bolsonaro no cometimento de crimes. Seguimos. ⤵️
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de Mauro Cid para saber a movimentação do dinheiro das jóias. Numa operação da PF (Polícia Federal), o advogado Frederick Wassef, que defende os Bolsonaro, teve 4 celulares apreendidos. Aliás, Wassef adquiriu um relógio de luxo da marca Rolex que foi dado ao governo brasileiro pelas autoridades sauditas. Ele mudou suas versões sobre a aquisição. Disse que comprou em dinheiro em espécie, no valor de US$ 49 mil (cerca de R$ 300 mil na cotação da compra).
A quebra de sigilos também se estende ao general da reserva Mauro César Lourena Cid (pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid), e ao segundo tenente Osmar Crivelatti, que também é ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Atualmente, é um dos auxiliares pessoais escolhidos por Bolsonaro (ele tem direito a uma cota por ser ex-presidente).
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Na quinta-feira (17), o depoimento do hacker Walter Degatti Neto à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos extremistas do 8 de janeiro foi outro revés na agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro. Delgatti acusou Bolsonaro de cometer crimes (detalhes a seguir), chamou o ex-juiz federal e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) de “criminoso contumaz” (em resposta, Moro chamou-o de “bandido”) e não respondeu perguntas feitas pela oposição.
Delgatti disse à CPMI que se reuniu com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, para discutir eventuais vulnerabilidades das urnas eletrônicas com Bolsonaro. De acordo com o hacker, Bolsonaro prometeu dar-lhe indulto (um perdão) caso fosse condenado por ações contra as urnas. Bolsonaro também teria dito que pessoas do seu entorno teriam conseguido grampear o ministro Alexandre de Moraes. Mais: teria sugerido que Delgatti assumisse a autoria dos grampos.
Isso porque Delgatti foi o hacker por trás da “Vaza Jato”, aquela série de vazamentos da operação Lava-Jato que permitiu contestar a parcialidade das autoridades envolvidas na investigação, seja na acusação quanto no julgamento (o próprio Moro foi julgado parcial no julgamento de Lula). Por isso, Delgatti teria “prestígio” com a esquerda. Nessa lógica, se ele assumisse eventuais grampos contra Moraes, seria difícil que a esquerda pudesse ter credibilidade para contestar.
Flávio Bolsonaro confirmou que a reunião de Delgatti e Bolsonaro ocorreu em 2022, mas negou as acusações. Disse que o assunto entre os 2 era aprimorar a segurança do sistema eleitoral.
Na véspera do depoimento à CPMI (16), Delgatti prestou depoimento à PF (Polícia Federal). Disse que pessoas do entorno da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) lhe pagaram R$ 40 mil para invadir sistemas do Poder Judiciário. O pagamento teria sido feito por PIX. Delgatti foi preso preventivamente. Zambelli foi alvo de mandados de busca e apreensão.
Pontapé inicial para as notícias desta semana (14 a 20 de agosto)
Por fim, saiba ainda o que o Correio Sabiá informou que deveria estar no radar do noticiário nesta curadoria de notícias, publicada no domingo (6.ago.2023), dando mais previsibilidade ao noticiário. Num texto corrido, de leitura rápida, mostramos os principais tópicos para você prestar atenção.
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