30% dos brasileiros têm renda per capita familiar inferior a R$ 500
Quase 30% dos brasileiros têm renda per capita familiar inferior a R$ 500
Dados são do Mapa da Nova Pobreza, pesquisa lançada pela FGV Social com base na Pnad Contínua Anual
Havia 62,9 milhões de brasileiros em 2021 que viviam com renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais, de acordo com a pesquisa Novo Mapa da Pobreza, da FGV Social. A quantidade equivale a cerca de 29,6% da população total do país, que gira em torno de 212 milhões de habitantes, segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Eis a íntegra do estudo, como determinam nossas Políticas Editoriais.
De outra maneira: essa quantidade de 2021 corresponde a 9,6 milhões de pessoas a mais do que no levantamento de 2019. No período de 2 anos, portanto, é como se tivesse surgido dentro do Brasil “um Portugal” de novos pobres brasileiros.
O estudo da FGV Social usa microdados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua Anual, recém-disponibilizados pelo IBGE.
Em comunicado de divulgação da pesquisa, a FGV Social afirma que “a pobreza nunca esteve tão alta no Brasil quanto em 2021, desde o começo da série histórica da Pnad Contínua em 2012, perfazendo uma década perdida”.
A instituição diz ainda que demonstrou neste trabalho que “2021 é ponto de máxima pobreza dessas séries anuais para uma variedade de coletas amostrais, conceitos de renda, indicadores e linhas de pobreza testados”.
Veja abaixo alguns dados da pesquisa:
- a UF (unidade da federação) com menor taxa de pobreza em 2021 foi Santa Catarina: 10,16%
- a UF com a maior proporção de pobres foi o Maranhão: 57,9%
- numa segmentação do país em 146 estratos espaciais, aqueles com maior pobreza em 2021 foram o Litoral e a Baixada Maranhense: 72,59%
- a menor taxa de pobreza está em Florianópolis: 5,7%
- de 2019 para 2021, a UF que teve maior incremento de pobreza foi Pernambuco: 8,14 pontos percentuais
- as únicas quedas de pobreza no período de 2019 a 2021 foram observadas em Tocantins (0,95 pontos percentuais) e no Piauí (0,03 pontos percentuais)
“Os maiores nível e incremento da pobreza na pandemia são robustos. Eles pintam o mapa da pobreza brasileiro em tons mais fortes de tinta fresca”, diz o comunicado da FGV Social.
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