Ucrânia volta atrás e pede ajuda do governo Lula para falar com Putin

Relembre 5 declarações de Zelensky hostis ao governo Lula, pelas quais descartava atuação brasileira para mediar guerra com a Rússia

Ucrânia volta atrás e pede ajuda do governo Lula para falar com Putin
5 dias após 'descartar completamente' o apoio do Brasil, Ucrânia volta atrás / Imagem: Unsplash
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Após rejeitar publicamente o apoio do Brasil 🇧🇷 para mediar uma solução para a guerra com a Rússia 🇷🇺 em diversas ocasiões, o governo da Ucrânia 🇺🇦 –presidida por Volodymyr Zelensky– pediu nesta terça-feira (13.mai.2025) a ajuda do governo brasileiro –sob Luiz Inácio Lula da Silva (PT)– para conversar com o presidente russo, Vladimir Putin.

  • O pedido foi feito pelo chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. O Itamaraty, sede das Relações Exteriores, confirmou.

💭 Contexto. O pedido ocorre num momento em que Lula está em viagem oficial à China 🇨🇳, depois de participar das comemorações do Dia da Vitória (mais importante feriado russo, festejado em 8 de maio, para celebrar a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial) e ter reunião bilateral com Putin.

Além disso, Putin chamou o Zelensky para uma conversa presencial no dia 15 de maio de 2025, uma quinta-feira, a ser realizada na Turquia. 🇹🇷 O presidente dos Estados Unidos 🇺🇸, Donald Trump, postou em sua rede social (Truth Social) que o presidente ucraniano deveria aceitar o convite "imediatamente".

No entanto, ainda não está claro (ao menos, até o momento de publicação deste conteúdo) se ambas as partes vão comparecer ou se enviarão representantes. Daí o pedido ucraniano, que agora fala em "voz competente" do Brasil para convencer Putin a ir.

5 declarações de Zelensky contra a mediação do Brasil para a guerra entre Rússia e Ucrânia

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Disclaimer: Usamos IA (inteligência artificial) para pesquisar declarações anteriores do Zelensky contrárias à mediação brasileira. Usamos o Perplexity Pro, com linguagem GPT-4.1. O uso ocorreu a partir do trabalho humano de um jornalista, de acordo com as políticas abertas do Correio Sabiá para usar IA. A agilidade na pesquisa foi essencial para que pudéssemos nos dedicar a outras tarefas informativas para você. Além disso, a iniciativa de contextualizar o pedido ucraniano só foi possível a partir de uma interpretação humana dos acontecimentos –e tudo foi humanamente revisado. Sabendo disso, se possível, responda a esta pesquisa. É muito importante para entendermos como podemos melhorar.

Maio de 2025, em declarações à CNN Brasil

No dia 8 de maio de 2025 (portanto, 5 dias antes de pedir ajuda do Brasil), representantes do governo ucraniano afirmaram à CNN Brasil que “descartam completamente” qualquer possibilidade de mediação de Lula, dizendo que “o presidente Lula perdeu a chance de exercer qualquer papel de mediador” e que “a Ucrânia não precisa dos serviços de Lula”:

“Sem um mínimo de confiança, Lula não tem o direito de reivindicar para si qualquer posição nas futuras negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Ele não tem mandato. Para ser franco: a Ucrânia não precisa dos serviços de Lula.”

A reportagem dizia que "a gota d’água para Kiev" teria sido a visita de Lula a Moscou para participar de eventos ao lado de Vladimir Putin. Isso teria sido visto como um "gesto de alinhamento ao lado russo".

Janeiro de 2025, no Fórum Econômico Mundial (Davos)

Durante o Fórum Econômico Mundial, Zelensky voltou a criticar Lula e o Brasil, dizendo que o país “perdeu a oportunidade” de atuar como mediador e que Lula já não tinha mais papel relevante nas negociações de paz:

“Hoje eu acho que o trem do Brasil, para ser sincero, passou. [...] Agora ele não é mais um ‘player’. Ele também não será um ‘player’ para Trump.”

Setembro de 2024, na Assembleia Geral da ONU

Durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, Zelensky criticou e rejeitou o plano de paz alternativo proposto por Brasil e China. Declarou que os 2 países tentam “aumentar seu poder às custas da Ucrânia”. Afirmou:

“Quando a dupla sino-brasileira tenta aumentar seu coro de vozes [...] levantando uma alternativa a uma paz plena e justa, surge a pergunta: qual é o verdadeiro interesse? Todos precisam entender, vocês não aumentarão seu poder às custas da Ucrânia.”

Zelensky também disse que propor “alternativas e planos de acordos sem entusiasmo” daria a Putin a chance de continuar a guerra e seria apenas “uma calmaria, ao invés de um fim verdadeiro do conflito”.

Setembro de 2024, em entrevista à CNN Brasil

Em entrevista publicada em setembro de 2024 na CNN Brasil, Zelensky classificou a proposta de paz da China e do Brasil como “destrutiva”. Disse que ela servia apenas como “declaração política”, sem considerar os interesses ucranianos:

“Não nos perguntaram nada. E a Rússia aparece e diz que apoia a proposta do Brasil e da China. Nós não somos tolos. Pra que serve esse teatro? [...] Definitivamente é uma falta de respeito à Ucrânia. Não somos tolos.”

Ele também afirmou que o Brasil seria pró-Rússia e questionou o posicionamento brasileiro.

Agosto de 2023, em entrevista à EFE

Zelensky afirmou que “Lula quer ser original” em seu plano de paz para a guerra entre Rússia e Ucrânia. Na ocasião, ainda em seu 1º ano do 3º mandato, Lula queria que Putin e Zelensky se encontrassem para negociar um acordo.

“As declarações de Lula não trazem paz de forma nenhuma. É estranho falar sobre a segurança da Rússia. Apenas a Rússia, Putin e Lula falam sobre a segurança da Rússia, sobre as garantias que devem ser dadas para a segurança da Rússia.”

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