O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, declarou na manhã desta sexta-feira (22.ago.2025) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não comenta com ele sobre quem indicará à Presidência em 2026.

"O que vocês esperem mais de mim hoje é que eu falasse qual é a vontade do Bolsonaro, quem vai ser indicado presidente da República por ele. Nós temos várias pessoas qualificadas para disputar esse lugar e ser escolhidas para esse lugar. [Mas] o Bolsonaro não comenta comigo", disse.

Valdemar deu a declaração durante o 24º Fórum Empresarial Lide, realizado no hotel Fairmont, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O evento reuniu diversos políticos e líderes empresariais. O Correio Sabiá participou presencialmente da cobertura jornalística.

"Quero que ele [Bolsonaro] decida e sei que, quando ele for decidir, vai ser pela cabeça dele", acrescentou Valdemar.

Como exemplo, o presidente do PL mencionou que foi Bolsonaro quem decidiu, conforme suas próprias convicções, pelo então candidato a governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos):

"Quando ele escolheu o Tarcísio, [Ronaldo] Caiado [governador de Goiás], para ser governador de São Paulo, eu falei: 'Bolsonaro, o Tarcísio não vota em São Paulo, ele quer ser senador no Mato Grosso.' (...) Ele não vota em São Paulo, não fez uma obra para São Paulo que destacasse o governo."

Valdemar mencionou as possibilidades de candidaturas no campo político da direita. Entre os citados, não havia uma liderança do próprio partido, o PL:

• O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo);
• O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Progressista);
• O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

"No fim, vai dar tudo certo, nós vamos estar na eleição", disse o presidente do PL.

"E eu tenho esperança ainda, vou falar para vocês aqui agora, vocês vão falar: 'É uma loucura.' Eu tenho esperança ainda do Bolsonaro ser o candidato à Presidência da República. Quem diria que o Lula, que ficou 580 dias preso no Paraná, ia ser candidato a presidente. Foi candidato a presidente e ainda ganhou. Quer dizer, tudo pode acontecer", declarou.

Inelegibilidade: explicação resumida

Bolsonaro foi declarado inelegível por 3 decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que determinou que ele não pode concorrer a cargos eletivos até 2030. Uma das 3 condenações foi anulada pelo ministro Raul Araújo, do TSE. A sentença se referia ao uso indevido das comemorações do 7 de Setembro de 2022 para fins eleitorais. 

A 1ª condenação ocorreu em 30 de junho de 2023, por maioria de votos (5 a 2), por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, e focou principalmente numa reunião realizada com embaixadores de diferentes países, em julho de 2022, no Palácio da Alvorada (residência oficial da Presidência). Na ocasião, Bolsonaro atacou sem provas o sistema eletrônico de votação.

De acordo com as condenações, o ex-presidente espalhou desinformação para minar a credibilidade do sistema eleitoral e tentar ganhar vantagens eleitorais indevidas. A penalidade impede que Bolsonaro dispute qualquer cargo eletivo, apesar de ainda poder recorrer ao próprio TSE e ao STF (Supremo Tribunal Federal).