Política anti-imigração de Trump
Bispa pediu que Trump tivesse 'misericórdia' de minorias e imigrantes; presidente endureceu regras
Bispa pede que Trump tenha 'misericórdia' de minorias e imigrantes
A bispa Mariann Edgar Budde pediu na última terça-feira (21.jan.2025) que o presidente dos Estados Unidos 🇺🇸, Donald Trump, tenha "misericórdia" de minorias e imigrantes. O apelo ocorreu durante culto na Catedral Nacional de Washington.
Eis o sermão da reverenda:
"Deixe eu fazer um apelo final, senhor presidente. Milhões depositaram sua confiança em você. E como você disse à nação ontem, você sentiu a mão providencial de um Deus amoroso. Em nome do nosso Deus, peço que tenha misericórdia das pessoas em nosso país que estão assustadas agora".
"Há crianças gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes, algumas que temem por suas vidas."
"As pessoas que colhem nossas safras e limpam nossos prédios de escritórios; que trabalham em granjas avícolas e frigoríficos; que lavam a louça depois que comemos em restaurantes e trabalham nos turnos noturnos em hospitais, elas — elas podem não ser cidadãs ou ter a documentação adequada. Mas a grande maioria dos imigrantes não é criminosa. Elas pagam impostos e são boas vizinhas."
"Peço que tenha misericórdia, senhor presidente, daqueles em nossas comunidades cujos filhos temem que seus pais sejam levados embora. E que ajude aqueles que estão fugindo de zonas de guerra e perseguição em suas próprias terras a encontrar compaixão e boas-vindas aqui. Nosso Deus nos ensina que devemos ser misericordiosos com o estrangeiro, pois todos nós já fomos estrangeiros nesta terra."
Em sua própria rede social, a Truth Social, Donald Trump escreveu:
"A suposta bispa que falou na terça-feira no Serviço Nacional de Oração é uma esquerdista radical que odeia Trump. Teve um tom desagradável, não foi convincente nem inteligente. Além de seus comentários inadequados, o sermão foi muito chato e pouco inspirador. Ela não é muito boa em seu trabalho! Ela e sua igreja devem um pedido de desculpas ao público!"
Trump endurece medidas contra imigrantes
O presidente dos Estados Unidos 🇺🇸, Donald Trump, endureceu as regras anti-imigração do país. Determinou nesta quarta-feira (22.jan) o envio de 1,5 mil para a fronteira com o México 🇲🇽. Também fechou as portas para estrangeiros que tentavam entrar no país na condição de asilados.
Até mesmo a proibição de prisões em áreas protegidas foi revogada pelo DHS (Departamento de Segurança Interna, na sigla em inglês). Desde 2021, era proibido prender imigrantes em locais como igrejas, hospitais e escolas. Agora, não mais.
O governo Trump aumentou o alcance da "deportação acelerada", que permite expulsões de imigrantes ilegais sem necessidade de uma audiência judicial. Qualquer imigrante que não comprove que reside há 2 anos nos Estados Unidos pode ser alvo.
Além disso, Trump determinou o fim da cidadania norte-americana para filhos de imigrantes ilegais ou com vistos temporários nascidos no país. Anteriormente, a criança ganhava cidadania americana automaticamente. Estima-se que cerca de 400 crianças nasçam nessa situação todos os dias.
Na prática, a determinação de Trump vale até para turistas. Ou seja, pessoas que tenham visto de para permanecer no país por um período, mas que tenham filho nesse mesmo intervalo. A iniciativa será contestada na Justiça.
- Leia também: Quais decretos Trump assinou em sua posse
Musk ameaça retaliar senadores que se oponham os indicados de Trump
O senador Marco Rubio foi escolhido como Secretário de Estado. É como se fosse um ministro de governo.
Há ainda mais de 50 nomes indicados por Trump para chefiar áreas cruciais, como Saúde e Defesa. Eles precisam de aprovação do Senado, e o bilionário Elon Musk (dono de Tesla, SpaceX e X, antigo Twitter) teria prometido retaliar os congressistas, caso não apoiem os escolhidos.
Isso porque pouco mais de 1/3 do Senado norte-americano será renovado em eleições em 2026. Musk montaria uma força-tarefa para financiar outros candidatos e barrar a reeleição dos divergentes atuais.
Presa por invadir Capitólio critica perdão de pena dado por Trump
No Brasil 🇧🇷, 8 de janeiro de 2023 foi a data em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram prédios públicos por não aceitarem o resultado eleitoral . Nos Estados Unidos 🇺🇸, episódio análogo ocorreu antes, no dia 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio.
Tal como aqui, participantes desses atos ilegais também foram presos por lá. Cerca de 1,6 mil pessoas. E, agora, por ocasião da nova posse de Trump, foram perdoadas de suas penas pelo novo/antigo presidente assim que assumiu novamente o cargo, no dia 20 de janeiro de 2025.
No entanto, Pamela Hemphill, uma das pessoas presas e condenadas por invadir o Capitólio recusou o perdão concedido por Trump na última segunda-feira (20.jan). Ela disse à BBC:
"Aceitar um perdão seria um insulto aos policiais do Capitólio, ao Estado de Direito e, claro, à nossa nação. (...) Eu me declarei culpada porque sou culpada, e aceitar um perdão só contribuiria para a manipulação e a falsa narrativa promovida por eles."
Hemphill reforçou:
"Estávamos errados naquele dia, infringimos a lei –não deveriam haver perdões".
Dólar tem forte queda e fecha a R$ 5,94
Depois de ficar por várias semanas acima de R$ 6, desde dezembro de 2024, o dólar teve uma forte queda (1,41%) nesta quarta-feira (22) e fechou cotado a R$ 5,94.
Esta é a menor cotação da moeda norte-americana desde 27 de novembro de 2024, quando encerrou o pregão em R$ 5,91. Desde 11 de dezembro, não terminava o dia abaixo dos R$ 6.
A queda vem depois da posse do presidente dos Estados Unidos 🇺🇸, Donald Trump, realizada no dia 20 de janeiro de 2025.
Embora Trump tenha prometido impor tarifas a outros países (inclusive citando o Brasil 🇧🇷), seus primeiros atos na Presidência indicaram maior "cautela" com as taxações. Daí um dos principais motivos para a redução do dólar.
Apoie nossos voos
Fazemos um trabalho jornalístico diário e incansável desde 2018, porque é isso que amamos e não existe nada melhor do que fazer o que se ama. Somos movidos a combater a desinformação e divulgar conhecimento científico.
Fortalecemos a democracia e aumentamos a conscientização sobre a preservação ambiental. Acreditamos que uma sociedade bem-informada toma decisões melhores, baseadas em fatos, dados e evidências. Empoderamos a audiência pela informação de qualidade.
Por ser de alta qualidade, nossa operação tem um custo. Não recebemos grana de empresas, por isso precisamos de você para continuar fazendo o que mais gostamos: cumprir nossa missão de empoderar a sociedade civil e te bem-informado. Nosso jornalismo é independente porque ele depende de você.
Apoie o Correio Sabiá. Cancele quando quiser.