Países assinam declaração contra desinformação climática na COP30
Iniciativa Global lança documento em Belém com compromissos para combater negacionismo e proteger cientistas e jornalistas
O fato principal
Ao menos 10 países que participam da COP30, em Belém (PA), assinaram uma declaração contra a desinformação climática, segundo informou a organização do evento nesta terça-feira (12.nov.2025). Intitulado "Declaração sobre Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas", o documento estabelece compromissos internacionais para enfrentar a desinformação climática e promover informações baseadas em evidências científicas.
A declaração é uma iniciativa da Global Initiative for Information Integrity on Climate Change (Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas) e foi endossada por: Brasil, Canadá, Chile, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Espanha, Suécia e Uruguai.
"A mudança climática não é mais uma ameaça do futuro; é uma tragédia do presente", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante sua participação no evento, já encerrada no momento de publicação deste conteúdo.
"Vivemos numa era em que obscurantistas rejeitam evidências científicas e atacam instituições. É hora de entregar mais uma derrota ao negacionismo", falou Lula.
Proteção a cientistas e jornalistas
O documento compromete os signatários a combater a desinformação e o negacionismo climático, assim como os ataques deliberados contra jornalistas ambientais, defensores do meio ambiente, cientistas e pesquisadores. Ações contra essas pessoas minam a resposta à crise climática e ameaçam a estabilidade social.
"Precisamos lutar contra a desinformação, o assédio online e o greenwashing", declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, antes da COP30.
"Cientistas e pesquisadores nunca deveriam temer dizer a verdade", falou Guterres.
A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, reforçou a urgência da iniciativa:
"Sem acesso a informações confiáveis sobre a disrupção climática, nunca conseguiremos superá-la. Apoiaremos os jornalistas e pesquisadores que investigam questões climáticas, às vezes sob grande risco pessoal."
Compromissos assumidos
Entre os principais compromissos da declaração estão:
- Promover a integridade da informação sobre mudanças climáticas em conformidade com o direito internacional de direitos humanos, incluindo padrões de liberdade de expressão.
- Apoiar a sustentabilidade de um ecossistema de mídia diverso e resiliente para garantir cobertura precisa sobre clima e meio ambiente.
- Fomentar cooperação e capacitação para enfrentar ameaças à integridade da informação, protegendo quem reporta e pesquisa questões climáticas.
- Promover acesso equitativo a informações precisas e baseadas em evidências para todos.
O texto também cobra do setor privado o compromisso com a integridade da informação em suas práticas empresariais, incluindo publicidade transparente e responsável que apoie o jornalismo confiável.
Novos membros e financiamento
A Iniciativa Global anunciou a adesão de 4 novos países –Bélgica, Canadá, Finlândia e Alemanha–, elevando o total de membros para 13 nações.
Desde seu lançamento em junho de 2025, o Fundo Global para Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas recebeu 447 propostas de quase 100 países.
Com financiamento inicial de US$ 1 milhão do governo brasileiro, o fundo já começou a apoiar seus primeiros projetos em múltiplos continentes, sendo quase 2/3 das propostas elegíveis originadas do Sul Global.
A declaração reconhece o papel central da Iniciativa Global no fortalecimento da cooperação internacional e convoca financiadores a apoiarem projetos que promovam a integridade da informação em níveis local, nacional e internacional.
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