Orçamento de 2025, acordo com Mercosul, Síria e outras notícias da semana informativa

Orçamento de 2025, acordo com Mercosul, Síria e outras notícias da semana informativa
Presidentes dos 4 países do Mercosul com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen / Imagem: Ricardo Stuckert/PR
Table of Content

Na semana passada, você deve ter visto neste Correio que a Câmara aprovou regime de urgência para 2 PLs (projetos de lei) que fazem parte do pacote fiscal apresentado pelo governo federal.

É um plano para conter gastos públicos, e o regime de urgência acelera a tramitação e a provável aprovação dos projetos na Casa, já que libera os textos da análise e discussão em algumas comissões, por exemplo.

Os projetos são importantes para elaboração do Orçamento de 2025, que deve ser definitivamente votado na quinta-feira (12). O relatório preliminar já foi aprovado na última sexta (6.dez).

Na véspera, quarta-feira (11), congressistas devem votar um projeto que regulamenta a reforma tributária. É nesta data em que o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia sua decisão sobre o patamar da taxa básica de juros no país.

Também é nesse mesmo dia em que o STF (Supremo Tribunal Federal) deve retomar o julgamento que analisa a responsabilidade das plataformas digitais sobre os conteúdos postados pelos usuários.

Na terça-feira (10), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga a inflação do Brasil em novembro.

Todas essas informações constam na Agenda da Semana, enviada por e-mail aos domingos –com exclusividade– para os assinantes do Correio Sabiá. É uma forma de se preparar para a semana informativa. Torne-se membro e seja feliz.


Em âmbito internacional, o presidente da Coreia do Sul (🇰🇷) decretou lei marcial. Depois, voltou atrás. Agora, enfrenta um processo de impeachment. Ele perdeu a última eleição e encara protestos no país por seu governo, imerso em suspeitas de corrupção que envolvem até a primeira-dama.


Na Romênia (🇷🇴), o 2º turno da eleição presidencial prevista para o último domingo (8) foi cancelado, porque a Suprema Corte do país invalidou o resultado do 1º turno.

Motivo: suspeita de interferência da Rússia (🇷🇺). De acordo com o serviço romeno de inteligência, os russos atuaram para favorecer um candidato de extrema direita crítico à ajuda militar à Ucrânia (🇺🇦) e ao alinhamento com a União Europeia (🇪🇺).

Este foi o principal assunto da edição semanal do Pulpo Eleitoral, enviada por newsletter no e-mail. Cadastre-se neste site para começar a receber o Pulpo Eleitoral. Participe também do grupo de WhatsApp do Pulpo Eleitoral, onde os integrantes podem interagir e promover descobertas e aprendizados entre si.

Manifestantes tomam o poder na Síria; Assad foge para a Rússia

Manifestantes tomaram o poder na Síria (🇸🇾) neste domingo (8.dez.2024). De acordo com a Rússia (🇷🇺), o presidente sírio Bashar al-Assad, que governava o país com mão de ferro, fugiu.

➡️ Destino: Inicialmente, o paradeiro exato de Assad era desconhecido, mas posteriormente a mídia estatal russa confirmou que ele e sua família chegaram a Moscou, onde receberam asilo.

Qual a situação atual?

  • Grupos islâmicos chamados de "rebeldes" por boa parte da grande imprensa internacional tomaram o controle da capital Damasco e anunciaram a derrubada do governo de Assad.
  • Esses grupos afirmam ter libertado todos os prisioneiros "detidos injustamente" pelo regime de Assad.
  • A oposição síria, formada por esses grupos, agora controla quase todas as capitais provinciais.
  • Assad deixou Damasco antes da chegada dos grupos opositores à capital com destino a Moscou, como agora já se sabe.

Esta situação marca o fim de mais de 50 anos de domínio da família al-Assad na Síria (🇸🇾) e representa um ponto de virada histórico para o país após 13 anos de conflito.

A Rússia está envolvida na fuga de Assad?

Oficialmente, a Rússia diz que não esteve envolvida na decisão de renúncia e na fuga de Bashar al-Assad da Síria. Também não há evidências concretas até o momento que permitam afirmar categoricamente que houve envolvimento russo.

No entanto, a Rússia concedeu asilo ao ex-presidente sírio e sua família e foi um dos principais aliados do governo de Assad durante o conflito sírio.

O que aconteceu na Síria para causar a fuga de Assad?

Grupos liderados pelo HTS (Hayat Tahrir al-Sham, *cujos detalhes estão abaixo) lançaram uma ofensiva surpresa no dia 27 de novembro de 2024. Em apenas 12 dias, conquistaram várias cidades importantes:

  • Aleppo (2ª maior cidade) foi tomada em 30 de novembro.
  • Hama caiu na semana passada.
  • Homs (3ª maior cidade) foi capturada no sábado (7).

Avanço sobre Damasco

  • Os rebeldes chegaram aos arredores de Damasco no domingo (8).
  • Entraram na capital enfrentando pouca ou nenhuma resistência.
  • Anunciaram ter libertado prisioneiros da prisão de Saydanaya.

Colapso do regime

  • O exército sírio entrou em colapso, com muitas tropas se retirando ou não oferecendo resistência.
  • Assad fugiu de Damasco de avião pouco antes da chegada dos grupos opositores.
  • O primeiro-ministro Mohammed al-Jalali anunciou estar pronto para apoiar a continuidade da governança.

Perda de apoio e reação internacional

  • A Rússia confirmou que Assad renunciou e deixou o país, dando instruções para uma transição pacífica de poder. A Rússia, em particular, não estava mais interessada em proteger Assad, segundo declarações do presidente eleito dos Estados Unidos (🇺🇸), Donald Trump.
  • Além da Rússia, outros aliados, como Irã (🇮🇷) e Hezbollah estavam enfraquecidos ou retirando seu apoio.
  • Relatos indicam que Egito (🇪🇬) e Jordânia (🇯🇴) haviam recomendado a Assad que deixasse o país.
  • Celebrações eclodiram em várias partes da Síria e em países com diáspora síria.
  • Lideranças como o presidente da França (🇫🇷), Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro de Israel (🇮🇱), Benjamin Netanyahu, comentaram sobre a queda do "estado bárbaro" da Síria.

O que é o Hayat Tahrir al-Sham?

Além de derrubar o regime de Assad na Síria, como ocorreu agora, o grupo HTS pretende substituí-lo por um Estado islâmico sunita. Eis abaixo algumas características:

  • Responsável pela recente ofensiva que resultou na captura de cidades-chave da Síria (🇸🇾) e na queda de Bashar al-Assad, o HTS foi fundado em janeiro de 2017 a partir da fusão de várias facções jihadistas, incluindo a Frente Al-Nusra.
  • Principal predecessora do HTS, a Frente Al-Nusra era anteriormente afiliada à Al-Qaeda.
  • O grupo surgiu como uma tentativa de unificar forças divergentes e distanciar-se da marca direta da Al-Qaeda para tentar ganhar mais aceitação internacional.
  • No entanto, o grupo é designado como organização terrorista pelos Estados Unidos (🇺🇸), pelo Reino Unido (🇬🇧), pela ONU (Organização das Nações Unidas) [🇺🇳] e por outros países.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (🇧🇷) disse que "apoia os esforços para solução política e negociada do conflito na Síria, que respeitem a soberania e a integridade territorial do país." Leia a íntegra.

Como era o governo de Assad?

Eis abaixo algumas características do governo de Assad, marcado pelo autoritarismo:

  • Assad governou a Síria com "mão de ferro" desde que chegou ao poder em 2000. Seu regime foi marcado por constantes abusos de direitos humanos e repressão à oposição.
  • Inicialmente, prometeu reformas e liberalização econômica ao assumir o poder aos 34 anos de idade. No entanto, essas promessas não se concretizaram, e o regime manteve as políticas autoritárias de seu antecessor.
  • Em 2011, respondeu com violência aos protestos pacíficos por reformas, desencadeando a guerra civil síria.
  • Foi acusado de crimes contra a humanidade, incluindo o uso de armas químicas contra civis. A ONU reportou "abusos inimagináveis", incluindo tortura e execuções em massa.
  • O governo de Assad levou a uma grave crise econômica, com altos níveis de desemprego e inflação. Em 2014, cerca de 2/3 da população síria vivia em "pobreza extrema" segundo a ONU. O regime foi acusado de corrupção e de favorecer certos grupos enquanto negligenciava outros.

Por que, então, a Rússia apoiava Assad?

Eis abaixo uma lista de motivos para o apoio russo ao regime de Assad na Síria:

  • A Síria era um importante aliado da Rússia no Oriente Médio. O apoio a Assad era visto como uma forma de conter a expansão da influência ocidental.
  • A Síria abriga a base naval russa de Tartus, única instalação militar russa no Mar Mediterrâneo, um ponto estratégico.
  • A Rússia via o apoio a Assad como instrumento na luta contra grupos terroristas como o Estado Islâmico. Putin considerava o governo sírio como a melhor alternativa para combater forças extremistas.
  • A Síria era um importante cliente da indústria bélica russa desde a época soviética. Havia contratos militares bilionários entre os 2 países.

*Note que estas são apenas algumas razões que mapeamos pelas quais os russos apoiavam o regime de Assad. No entanto, isto não significa que sejam os únicos motivos.

Author

Maurício de Azevedo Ferro
Maurício de Azevedo Ferro

Jornalista e empreendedor. Criador/CEO do Correio Sabiá. Emerging Media Leader (2020) pelo ICFJ. Cobriu a Presidência da República.

Sign up for Correio Sabiá newsletters.

Stay up to date with curated collection of our top stories.

Please check your inbox and confirm. Something went wrong. Please try again.

Participe para se juntar à discussão.

Please create a free account to become a member and join the discussion.

Already have an account? Sign in

Sign up for Correio Sabiá newsletters.

Stay up to date with curated collection of our top stories.

Please check your inbox and confirm. Something went wrong. Please try again.