'O que acham de candidatos à Prefeitura que dão esperanças sobre segurança pública?'

Esta pergunta foi feita no platō, a platōforma do Correio Sabiá para leitores perguntarem e serem respondidos

'O que acham de candidatos à Prefeitura que dão esperanças sobre segurança pública?'
Cientista social, Silvia Ramos disse ao Correio Sabiá que tratar de segurança pública em eleições municipais soa como 'oportunismo' / Imagem: Scott Rodgerson
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"O que vocês acham de candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro insistirem em dar esperanças sobre ações de segurança pública?"

Essa foi a pergunta feita por uma leitora no platō, a platōforma do Correio Sabiá para questionar o noticiário. Participe do grupo no WhatsApp

Para responder, procuramos uma autoridade no assunto. Consultamos a cientista social e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Silvia Ramos.

"Qualquer afirmação de que um candidato ou candidata vá resolver o problema da violência no âmbito municipal deve ser olhada com desconfiança e suspeita", disse Silvia Ramos.

A cientista social explicou que a segurança pública é uma tarefa dos governos estaduais e federal, e não municipal. No entanto, como muitas cidades do país sofrem com a insegurança, candidatos nas eleições municipais usam a pauta "de forma oportunista", na visão dela.

Eis a íntegra da resposta de Silvia Ramos ao Correio Sabiá, com base na pergunta que nos foi feita por meio do platō:

"Como muitas populações de cidades brasileiras estão se sentindo inseguras, alguns candidatos a prefeito e mesmo candidatos a vereador estão usando de forma oportunista o problema da violência e da criminalidade e fazendo promessas e afirmações insustentáveis.

A segurança pública, no Brasil, é um problema da alçada dos estados. Contudo, os municípios podem ajudar em vários aspectos, com programas de prevenção nas escolas e bairros populares, com controle digital e especialmente cuidando do ordenamento urbano.

Mas o poder de polícia para combater o crime é das polícias estaduais (PM, a Polícia Militar, e PC, a Polícia Civil) e das polícias federais (PF, a Polícia Federal, e PRF, a Polícia Rodoviária Federal). As guardas municipais devem permanecer desarmadas, sem atribuição de prender ou atirar nem se envolver no combate direto ao crime.

Qualquer afirmação de que um candidato ou candidata vai resolver o problema da violência no âmbito municipal deve ser olhada com desconfiança e suspeita.

Candidatos e candidatas que usam patentes de forças públicas (cabos, sargentos, capitães, delegados, etc.) devem ser cuidadosos para não tentar confundir e enganar eleitores.

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