O encontro entre Lula e Trump na Malásia
Lula declarou que a conversa foi 'franca e construtiva'. Presidente pediu a retirada das tarifas comerciais e das sanções contra autoridades brasileiras.
O fato principal
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump, tiveram um encontro presencial no último domingo (26.out.2025) durante a 47ª Cúpula da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), em Kuala Lumpur, na Malásia.
"Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras", escreveu Lula num post no X (antigo Twitter).
Por outro lado, Trump não fez publicações sobre o encontro com Lula em sua conta no X. O perfil da Presidência dos Estados Unidos também não mencionou a reunião, embora tenha destacado outros compromissos do presidente norte-americano na Ásia.
Contexto
A administração Trump anunciou em julho 40% de tarifas adicionais aos produtos brasileiros. O motivo principal alegado pelo próprio governo norte-americano era a forma como era conduzida a investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por golpe de Estado. Naquela ocasião, Trump declarou publicamente que havia uma "caça às bruxas".
O governo Trump também impôs sanções a autoridades brasileiras por meio da Lei Magnitsky, como o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Outros magistrados da Corte também foram enquadrados na mesma legislação, que costuma ser aplicada a terroristas e grandes "inimigos" globais dos Estados Unidos.
Trump e Lula nunca haviam se encontrado pessoalmente até a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 23 de setembro de 2025, quando, nos bastidores, conversaram rapidamente. Segundo Trump, por 29 segundos.
Apesar do breve encontro casual, Trump citou Lula em seu discurso. Foi o único chefe de Estado explicitamente mencionado pelo norte-americano, que falou que ambos tiveram uma "boa química". O próprio Trump anunciou publicamente que haviam combinado de se reunir.


Repercussão do encontro entre Trump e Lula
O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores), que acompanhou a reunião presencial de Lula e Trump, declarou que o presidente brasileiro iniciou o encontro dizendo que não existia "assunto proibido".
“O presidente Lula começou dizendo que não havia assunto proibido e renovou o pedido de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante um período de negociação, da mesma forma, a aplicação da lei Magnitsky a algumas autoridades brasileiras, e disse que estava pronto a conversar”, relatou.
De acordo com Mauro Vieira, "a conclusão final é de que a reunião foi muito positiva" e, agora, o governo brasileiro tem a expectativa de finalizar acordos sobre as tarifas:
“A conclusão final é de que a reunião foi muito positiva, e nós esperamos em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil.”
Segundo Mauro Vieira, Trump expressou “admiração pelo perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, perseguido no Brasil, provado sua inocência e vitoriosamente conquistado o 3º mandato à frente da Presidência da República”. Trump também teria dito que admira o Brasil e concordado com a necessidade de revisar as tarifas.
Lula comentou sobre o encontro durante coletiva de imprensa na Malásia, cujo vídeo completo está no canal do governo no YouTube.
O que mais estamos lendo

Autor
1ª organização de notícias do Brasil criada no WhatsApp, em 2018, para combater a desinformação. Criamos produtos midiáticos inovadores para informar, engajar e inspirar.
Inscreva-se nas newsletters do Correio Sabiá.
Mantenha-se atualizado com nossa coleção selecionada das principais matérias.



