Na véspera das conversas sobre paz no Egito, Israel bombardeia Gaza e mata mais 24 palestinos

São Paulo tem ato a favor da Palestina. Trump envia tropas a Chicago e avança ofensiva contra opositores. União Brasil vai decidir se expulsa o ministro do Turismo do partido. Diante dos casos de intoxicação por metanol, deputados querem aprovar projeto de 2007.

Na véspera das conversas sobre paz no Egito, Israel bombardeia Gaza e mata mais 24 palestinos
Imagem: Mohammed Ibrahim / Unsplash
Índice

Cessar-fogo em Gaza? Bombardeio de Israel mata 24 palestinos antes de conversas no Egito

Israel e Hamas devem fazer negociações indiretas nesta segunda-feira (6.out.2025) para discutir uma iniciativa de cessar-fogo e paz na Faixa de Gaza liderada pelos Estados Unidos e amplamente aceita por ambos os lados. No entanto, na véspera (5.out), um bombardeio israelense na região matou ao menos 24 palestinos.

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Mais de 66 mil palestinos foram assassinados pelas Forças de Defesa de Israel –a maioria, mulheres e crianças– depois de um ataque terrorista do Hamas matar 1,2 mil pessoas em Israel no dia 7 de outubro de 2023. A guerra completa 2 anos nesta terça-feira (7.out.2025).

O Hamas disse neste domingo (5) que sua delegação, liderada por Khalil al-Hayya, chegou à cidade de Sharm el-Sheikh e começaria as negociações "sobre os mecanismos para um cessar-fogo, a retirada das forças de ocupação [israelenses] e uma troca de prisioneiros".

Liderada pelo negociador Ron Dermer, a delegação israelense vai partir nesta segunda-feira para as negociações, segundo informações do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

São Paulo registra ato pelo fim do genocídio

A cidade de São Paulo registrou neste domingo (5.out.2025) protestos pelo fim do genocídio na Faixa de Gaza e pelo reconhecimento do estado da Palestina pela comunidade internacional (o Brasil já reconhece desde 2010). Não houve estimativa confiável de quantas pessoas participaram.

Eis algumas imagens:

O que mais estamos lendo

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Envio de tropas para Chicago

Enquanto isso, o presidente Donald Trump intensifica a pressão em cidades governadas por opositores políticos. Ele autorizou neste domingo (65.out.2025) o envio de 300 soldados da Guarda Nacional para Chicago, no estado de Illinois, sob o pretexto de combater o que seu governo disse ser uma "criminalidade descontrolada".

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Por que isso importa? Além do envio seletivo de tropas para cidades governadas por opositores políticos, o emprego das forças nacionais contra cidadãos norte-americanos é, em si, uma distorção da finalidade das tropas que tende a impactar a credibilidade das instituições, com efeitos internos (como as divergências sobre as condutas de seus integrantes) e externos (como a percepção e confiança da população nas autoridades).

Contexto

Trump vem adotando medidas que sugerem o uso militar contra opositores, como reportou o Correio Sabiá. O governador da California, Gavin Newson, outro democrata, afirmou neste domingo (5.out) que o presidente estaria enviando outros 300 membros da Guarda Nacional para Oregon.

"Estamos processando Donald Trump. O envio da Guarda Nacional da Califórnia para o Oregon não tem a ver com crime. É sobre poder. Ele está usando nossos militares como peões políticos para inflar seu próprio ego. É terrível. É antiamericano. E precisa parar", escreveu no X (antigo Twitter).

Anteriormente, Trump definiu o grupo Antifa (Anti Fascista), tradicionalmente de esquerda, como organização terrorista "doméstica". A medida é controversa, mas, em tese, o presidente teria mais instrumentos para "combater" o grupo a partir da mudança de designação.

Trump adota medidas que sugerem uso militar contra opositores nos Estados Unidos
Presidente argumenta que há “inimigos internos” para tentar enviar tropas federais a cidades normalmente governadas por democratas. Iniciativa carece de base legal.

Articulações eleitorais: União Brasil vai decidir se expulsa ministro do Turismo

Imagem: Ricardo Stuckert/PR

O União Brasil decide na quarta-feira (8.out.2025) se expulsa ou não da legenda o ministro Celso Sabino (Turismo) por infidelidade partidária. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que integra o mesmo partido, anunciou a deliberação em sua conta no X (antigo Twitter).

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Por que isso importa? A permanência de Sabino no governo Lula, assim como a deliberação do seu partido sobre expulsá-lo, expõe as disputas políticas dentro do União Brasil com o cenário eleitoral de 2026 em vista.

Quem é quem nessa história?

O União Brasil integrava, inicialmente, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, as votações no Congresso não necessariamente refletiam esse apoio. Depois, no decorrer do mandato de Lula, a legenda passou à oposição.

É um partido do chamado "centrão", grupo sem coloração ideológica bem definida, que costuma integrar diferentes governos e negociar cargos. No dia 29 de abril de 2025, o União formalizou uma federação partidária com o PP (Progressistas), outra sigla do "centrão". Assim, tornaram-se a maior bancada da Câmara.

Celso Sabino é também deputado federal licenciado e presidente do diretório estadual do União Brasil no Pará. Pressionado pelo partido, chegou a anunciar sua saída do Ministério do Turismo, mas manteve-se no cargo. Segundo ele, a pedido de Lula. A ambição política do ministro seria concorrer ao Senado na eleição de 2026. Sua eventual saída do União e a consequente revisão do partido sobre a liderança no Pará são obstáculos para este objetivo.

Ronaldo Caiado declaradamente quer concorrer à Presidência em 2026 pelo campo político-ideológico da direita. Enfrenta resistências dentro da federação de que seu partido agora faz parte, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI), com quem teve atritos públicos neste final de semana.

Menos de 1 ano para a eleição de 2026

Já falta menos de 1 ano para a eleição geral de 2026, marcada para o dia 4 de outubro do próximo ano. Saiba qual é o calendário eleitoral e para quais cargos o eleitor vai votar.

Metanol

Diante dos casos de intoxicação por metanol a partir da ingestão de bebidas alcoólicas destiladas, deputados federais querem endurecer regras para falsificação, tornando crime hediondo a adulteração com ingredientes nocivos à vida.

Um projeto que aumenta a pena para quem cometer esse crime tende a ser votado "o quanto antes", segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Para isso, retirou da gaveta um texto que tramitava desde 2007 na Casa –há quase 20 anos.

Contexto

Quando ocorrem situações como esta do metanol, os deputados correm para apresentar propostas relacionadas ao tema (assim, ganham capital político). Ainda mais diante do prejuízo político que tiveram após pautas impopulares terem avançado na Câmara nas últimas semanas, como a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Blindagem, já engavetada pelos senadores. Nesse contexto, ganham andamento alguns projetos que estavam esquecidos, como este de 2007 para tornar ainda mais duras as penas para adulteração de bebidas e alimentos.

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Redação do Sabiá
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