PF prende 4 militares e 1 policial federal suspeitos de tramar golpe de Estado e execução de Lula, Alckmin e Moraes
Um dos presos teve cargo na Presidência e, depois, no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tornou pública nesta terça-feira (19.nov.2024) a sua decisão que autorizou uma operação da PF (Polícia Federal) que prendeu 4 militares e 1 policial federal. Eles são suspeitos de:
- Tramar um golpe de Estado; e
- Tramar a execução do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Moraes.
Eis abaixo o que sabemos até agora sobre o caso:
- Os suspeitos monitoraram o deslocamento das autoridades.
- Os suspeitos tiveram uma reunião na casa do ex-ministro e general Walter Braga Netto (Defesa), que foi candidato a vice na chapa do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
- A PF diz que havia um planejamento operacional detalhado para executar Lula, Alckmin e Moraes, que seria posto em prática no dia 15 de dezembro de 2022.
- O planejamento teria até nome: "Punhal Verde e Amarelo".
- A PF também diz que os investigados "detalhavam os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um 'Gabinete Institucional de Gestão de Crise', a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações."
- Parte dos indícios para realizar a operação, chamada "Contragolpe", veio de arquivos já deletados (e restaurados pelos investigadores) dos aparelhos do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens (uma espécie de "faz-tudo") do ex-presidente Jair Bolsonaro.
➡️ Leia a nota oficial da PF neste link.
Quem são os 5 presos por suspeita de tramar um golpe de Estado?
- 4 militares do Exército que integram a Força Especial do Exército, os chamados "kids pretos". São eles:
- General de brigada Mario Fernandes (na reserva);
- Tenente-coronel Helio Ferreira Lima;
- Major Rodrigo Bezerra Azevedo; e
- Major Rafael Martins de Oliveira.
- 1 policial federal, chamado Wladimir Matos Soares.
O capitão do Exército Lucas Guerellus também foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Os mandados (de prisão e busca e apreensão) foram cumpridos em Goiânia e no Rio de Janeiro.
Os 4 militares presos faziam a segurança do G20, evento em realização no Rio de Janeiro que reúne lideranças mundiais. (*Saiba mais sobre o G20 neste conteúdo do Correio Sabiá).
Preso em operação da PF, general trabalhou na Presidência e assessorou Pazuello na Câmara
O general Mario Fernandes, um dos presos, foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República em 2022.
Depois, atuou por 1 ano como assessor parlamentar do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) na Câmara. Pazuello é general e foi ministro da Saúde no governo Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19.
Fernandes tinha "cargo de natureza especial", com salário superior a R$ 15 mil.
*Podemos atualizar este conteúdo a qualquer momento com novas informações.
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