🔥 Como medir o desmatamento na Amazônia? O que é Prodes e Deter?

🔥 Como medir o desmatamento na Amazônia? O que é Prodes e Deter?

Notícias sobre o desmatamento na Amazônia são frequentes. No entanto, como se mede o desmatamento na Amazônia? Quais dados são usados e onde encontrá-los? O Correio Sabiá explica nesta reportagem, de maneira didática e amigável. 🙂

Existem 2 sistemas oficiais de monitoramento do desmatamento na Amazônia: Prodes e Deter. Ambos são vinculados ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que é um órgão do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação). Abaixo, detalhamos cada um desses sistemas.

O que é o Prodes?

Prodes quer dizer Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite. O Prodes tem periodicidade anual. O ano do Prodes começa no dia 1º de agosto e vai até 31 de julho do ano seguinte. Em 2023, a divulgação desses dados ocorreu em novembro. Os dados são acumulados desde 1988.

O Prodes é considerado um retrato mais fiel da realidade do que o Deter. Isso porque suas imagens são entre 10-30 metros. Ele detecta desmatamento em corte raso e desmatamento por degradação progressiva, como incêndios que destroem por completo as árvores e suas estruturas.

O Prodes é o principal responsável por estabelecer as taxas anuais de desmatamento da Amazônia e ajudar na elaboração de políticas públicas pelo governo federal para preservação do bioma.

O que é o Deter?

O Deter é o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real. Portanto, o Deter é um sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia. Surgiu depois do Prodes, com objetivo de dar suporte diário às ações de fiscalização ambiental naquele bioma. Seus dados são coletados desde 2004 (ou seja, é mais recente), sendo que tem uma série nova desde 2015.

O Deter fornece alertas diários sobre o desmatamento: detecta corte raso e degradação de maneira geral. Não é tão preciso quanto o Prodes, já que suas imagens são de 10-60 metros. No entanto, fornece agregados mensais dos alertas de desmatamento. Isso tem uma função importante para implementar e avaliar políticas de fiscalização/controle do bioma amazônico.

Comparação entre os sistemas Prodes e Deter / 📸 Reprodução
Comparação entre o Prodes e o Deter / 📸 Reprodução

O Deter é um sistema de alerta, que detecta sinais de desmatamento com base em imagens de satélites. Serve para dar suporte aos órgãos de fiscalização ambiental, como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), por exemplo. O sistema registra a retirada completa da floresta nativa e as áreas com degradação progressiva

Assim, o Deter reporta mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento. No entanto, as imagens podem eventualmente ficar prejudicadas pela cobertura de nuvens, impossibilitando a identificação de todos os desmatamentos. Ou seja, a conta do desmatamento pode ser maior.

Qual a importância do Prodes e do Deter?

Principal importância do Prodes: por ser um retrato mais preciso do desmatamento na Amazônia, o Prodes é o principal responsável por consolidar as taxas anuais de desmatamento na região e orientar a formulação de políticas públicas para preservação do bioma.

Principal importância do Deter: por ser um sistema de alerta diário do desmatamento na Amazônia, consolidando dados mensais, o Deter é um mecanismo eficiente para orientar as ações de fiscalização ambiental, garantindo maior controle do bioma.

➡️ Em termos noticiosos, é possível que você encontre um monte de notícias sobre desmatamento na Amazônia. Isso ocorre porque há dados diários disponíveis, com compilados mensais. Neste caso, agora você entendeu o motivo: são os dados do Deter. No entanto, há também uma grande divulgação anual da taxa de desmatamento, que neste caso é dos dados do Prodes.

Quando o Ibama destrói maquinário apreendido em fiscalizações?

Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama desativa garimpos ilegais nos parques nacionais do Jamanxim e do Rio Novo, no Pará.     Foto: Felipe Werneck/Ibama
Grupo Especializado de Fiscalização do Ibama desativa garimpos ilegais nos parques nacionais do Jamanxim e do Rio Novo, no Pará / 📸 Felipe Werneck/Ibama

Um dos mecanismos usados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para dissuadir o garimpo ilegal e outras atividades que provocam o desmatamento dos biomas brasileiros é a destruição de maquinário apreendido nas ações de fiscalização.

A ação está prevista em lei, embora possa desagradar a muitos pecuaristas. A destruição de maquinário pode ocorrer por vários fatores, como a falta de registro dos bens, a impossibilidade de retirar o equipamento por meio aéreo sem expor os servidores e/ou moradores da região, etc.

O assunto é importante para compreender melhor as operações dos órgãos de fiscalização ambiental e como ocorre a preservação do bioma da Amazônia. Por isso, o Correio Sabiá publicou um amplo conteúdo que mostra em quais situações ocorre a destruição de maquinário.