Lula quer levar 'química' com Trump para Putin e Zelensky

Após agendas bilaterais e eventos que abordaram clima, multilateralismo e democracia, Lula volta ao Brasil com expectativa de marcar conversa com Trump

Lula quer levar 'química' com Trump para Putin e Zelensky
Lula e Macron se encontraram informalmente por ocasião da Sessão de Abertura da Reunião sobre o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) / Imagem: Ricardo Stuckert/PR
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Brasil e EUA, 'quimicamente estáveis'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brincou nesta quarta-feira (24.set.2025) sobre a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse ter sentido uma "química boa" quando encontrou Lula nos bastidores da ONU (Organização das Nações Unidas).

"Acho que ele [Trump] estava mal informado com relação ao Brasil, e possivelmente isso tenha levado ele a tomar algumas decisões que não são aceitáveis na relação de 2 países que têm relação diplomática há mais de 200 anos. Então, na hora que tivermos o encontro, acho que tudo isso ficará resolvido e o Brasil e os Estados Unidos voltarão a viver em harmonia e quimicamente estáveis", disse.
Lula: ‘Acho que Brasil e EUA voltarão a viver em harmonia e quimicamente estáveis’
Presidente disse que, por ele, encontro com Trump pode ser presencial e público

Em tópicos, alguns itens importantes que você precisa saber sobre uma eventual reunião entre Lula e Trump:

  • Trump disse que o encontro deveria ocorrer na semana que vem.
  • Porém, ainda não há data confirmada para a reunião. Trump falou de improviso, sem confirmações oficiais.
  • Lula disse que, por ele, o encontro pode ser presencial.
  • No entanto, Lula também falou que, agora, as duas equipes (dele e do Trump) devem conversar para definir os detalhes.
  • Por isso, Lula não garantiu que voltará aos Estados Unidos na semana que vem.

Lula encontra Zelensky e volta a falar em 'química'

Lula citou a "química" com Trump ao responder a uma pergunta da imprensa sobre o encontro bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na tarde desta quarta-feira (24).

"Vou conversar com o Trump sobre a questão da guerra. Eu sei que ele é amigo do [presidente da Rússia, Vladimir] Putin. Eu também sou amigo do Putin. Então, se 1 amigo pode muita coisa, 2 amigos podem muito mais. Quem sabe a nossa química possa ser levada para o Putin e para o [presidente da Ucrânia, Volodymyr] Zelensky? Quem sabe a gente construa aquela saída que parecia inesperada?", perguntou.

O presidente brasileiro também mencionou que sentiu Zelensky com "mais vontade de conversar" sobre o fim da guerra. Falou ainda que o Brasil e a China assinaram um documento sobre a criação de um grupo de amigos que estaria interessado em negociar o cessar-fogo com Moscou e Kiev.

‘Quem sabe nossa química possa ser levada ao Putin e ao Zelensky?’, diz Lula sobre cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia
“Se 1 amigo pode muita coisa, 2 amigos podem muito mais”, falou o presidente

Agenda presidencial

Todas as declarações acima foram dadas numa entrevista coletiva por ocasião do encerramento da viagem oficial aos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Lula retornou ao Brasil nesta quinta-feira (25), com chegada prevista para as 4h (horário de Brasília).

Entre os compromissos no último dia de viagem (24), Lula participou do evento “Em Defesa da Democracia, Combatendo Extremismos”, cuja organização foi dos governos do Brasil, da Espanha, do Chile, da Colômbia e do Uruguai. 

"Muitas vezes, a gente ganha as eleições com o discurso de esquerda e, quando começamos a governar, atendemos muito mais aos interesses dos nossos inimigos do que aos [interesses] dos nossos amigos", afirmou Lula.
"Muitas vezes, governamos dando resposta ao que a imprensa publica sobre nós, à cobrança do mercado, à necessidade de contentar o mercado, à necessidade de contentar os adversários"continuou.
Lula: muitas vezes ganhamos a eleição com discurso de esquerda e governamos para tentar agradar a direita
Presidente citou explicitamente os esforços para tentar responder a anseios da imprensa e do mercado financeiro, em painel satélite à ONU sobre fortalecimento da democracia

Brasil aporta US$ 1 bilhão no Fundo de Florestas Tropicais para Sempre

Na véspera (23), Lula anunciou um aporte de US$ 1 bilhão no TFFF (Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, em inglês).

“O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o 1º país a se comprometer com investimento no fundo com US$ 1 bilhão", declarou Lula, sendo aplaudido por cerca de 10 segundos ininterruptos na reunião de abertura do TFFF, realizada na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, nos Estados Unidos.
Brasil anuncia aporte de US$ 1 bilhão no Fundo de Florestas Tropicais para Sempre
Lula convidou países parceiros a destinar contribuições ambiciosas para constituição do fundo

O TFFF propõe um modelo inovador de financiamento para a conservação das florestas tropicais e será oficialmente lançado durante a COP30 em novembro, em Belém, no Pará.

O fundo funciona de acordo com regras de mercado. Ou seja, não é doação. A ideia é combinar investimentos públicos e privados que possam render dinheiro aos investidores, criando uma lógica de que a floresta em pé vale mais dinheiro do que derrubada.

Por 26 a 0, CCJ do Senado rejeita a PEC da Blindagem

Enquanto isso, no Brasil, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), arquivou nesta quarta-feira (24) a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Blindagem (PEC 3/2021), que blindava deputados federais, senadores e até presidentes de partidos políticos sem cargo eletivo de processos judiciais.

O arquivamento ocorreu após rejeição unânime na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, que decidiu recusar a constitucionalidade da proposta por 26 a 0. Os votos colocaram no mesmo lado senadores de partidos tradicionalmente opostos, como PT (Partido dos Trabalhadores) e PL (Partido Liberal).

Como a CCJ definiu que a proposta era inconstitucional, Alcolumbre disse que o texto nem sequer precisava passar pelo plenário do Senado. Ou seja, dispensou a votação do conjunto completo de senadores (81) e mandou arquivar a PEC.

26 a 0: PEC da Blindagem é enterrada no Senado, após rejeição unânime em comissão
Presidente do Senado, Davi Alcolumbre nem levou o texto ao plenário. Optou pelo arquivamento direto após votação na CCJ.

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Redação do Sabiá
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