Lula quer levar 'química' com Trump para Putin e Zelensky
Após agendas bilaterais e eventos que abordaram clima, multilateralismo e democracia, Lula volta ao Brasil com expectativa de marcar conversa com Trump

Brasil e EUA, 'quimicamente estáveis'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brincou nesta quarta-feira (24.set.2025) sobre a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse ter sentido uma "química boa" quando encontrou Lula nos bastidores da ONU (Organização das Nações Unidas).
"Acho que ele [Trump] estava mal informado com relação ao Brasil, e possivelmente isso tenha levado ele a tomar algumas decisões que não são aceitáveis na relação de 2 países que têm relação diplomática há mais de 200 anos. Então, na hora que tivermos o encontro, acho que tudo isso ficará resolvido e o Brasil e os Estados Unidos voltarão a viver em harmonia e quimicamente estáveis", disse.

Em tópicos, alguns itens importantes que você precisa saber sobre uma eventual reunião entre Lula e Trump:
- Trump disse que o encontro deveria ocorrer na semana que vem.
- Porém, ainda não há data confirmada para a reunião. Trump falou de improviso, sem confirmações oficiais.
- Lula disse que, por ele, o encontro pode ser presencial.
- No entanto, Lula também falou que, agora, as duas equipes (dele e do Trump) devem conversar para definir os detalhes.
- Por isso, Lula não garantiu que voltará aos Estados Unidos na semana que vem.
Lula encontra Zelensky e volta a falar em 'química'
Lula citou a "química" com Trump ao responder a uma pergunta da imprensa sobre o encontro bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na tarde desta quarta-feira (24).
"Vou conversar com o Trump sobre a questão da guerra. Eu sei que ele é amigo do [presidente da Rússia, Vladimir] Putin. Eu também sou amigo do Putin. Então, se 1 amigo pode muita coisa, 2 amigos podem muito mais. Quem sabe a nossa química possa ser levada para o Putin e para o [presidente da Ucrânia, Volodymyr] Zelensky? Quem sabe a gente construa aquela saída que parecia inesperada?", perguntou.
O presidente brasileiro também mencionou que sentiu Zelensky com "mais vontade de conversar" sobre o fim da guerra. Falou ainda que o Brasil e a China assinaram um documento sobre a criação de um grupo de amigos que estaria interessado em negociar o cessar-fogo com Moscou e Kiev.

Agenda presidencial
Todas as declarações acima foram dadas numa entrevista coletiva por ocasião do encerramento da viagem oficial aos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Lula retornou ao Brasil nesta quinta-feira (25), com chegada prevista para as 4h (horário de Brasília).
Entre os compromissos no último dia de viagem (24), Lula participou do evento “Em Defesa da Democracia, Combatendo Extremismos”, cuja organização foi dos governos do Brasil, da Espanha, do Chile, da Colômbia e do Uruguai.
"Muitas vezes, a gente ganha as eleições com o discurso de esquerda e, quando começamos a governar, atendemos muito mais aos interesses dos nossos inimigos do que aos [interesses] dos nossos amigos", afirmou Lula.
"Muitas vezes, governamos dando resposta ao que a imprensa publica sobre nós, à cobrança do mercado, à necessidade de contentar o mercado, à necessidade de contentar os adversários", continuou.

Brasil aporta US$ 1 bilhão no Fundo de Florestas Tropicais para Sempre
Na véspera (23), Lula anunciou um aporte de US$ 1 bilhão no TFFF (Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, em inglês).
“O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o 1º país a se comprometer com investimento no fundo com US$ 1 bilhão", declarou Lula, sendo aplaudido por cerca de 10 segundos ininterruptos na reunião de abertura do TFFF, realizada na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, nos Estados Unidos.

O TFFF propõe um modelo inovador de financiamento para a conservação das florestas tropicais e será oficialmente lançado durante a COP30 em novembro, em Belém, no Pará.
O fundo funciona de acordo com regras de mercado. Ou seja, não é doação. A ideia é combinar investimentos públicos e privados que possam render dinheiro aos investidores, criando uma lógica de que a floresta em pé vale mais dinheiro do que derrubada.
Por 26 a 0, CCJ do Senado rejeita a PEC da Blindagem
Enquanto isso, no Brasil, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), arquivou nesta quarta-feira (24) a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Blindagem (PEC 3/2021), que blindava deputados federais, senadores e até presidentes de partidos políticos sem cargo eletivo de processos judiciais.
O arquivamento ocorreu após rejeição unânime na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, que decidiu recusar a constitucionalidade da proposta por 26 a 0. Os votos colocaram no mesmo lado senadores de partidos tradicionalmente opostos, como PT (Partido dos Trabalhadores) e PL (Partido Liberal).
Como a CCJ definiu que a proposta era inconstitucional, Alcolumbre disse que o texto nem sequer precisava passar pelo plenário do Senado. Ou seja, dispensou a votação do conjunto completo de senadores (81) e mandou arquivar a PEC.

Chegou até aqui? Que tal deixar um comentário sobre o que achou das notícias do dia?
Author

1ª organização de notícias do Brasil criada no WhatsApp, em 2018, para combater a desinformação. Criamos produtos midiáticos inovadores para informar, engajar e inspirar.
Sign up for Correio Sabiá newsletters.
Stay up to date with curated collection of our top stories.