Lula diz que ficará cada vez mais 'esquerdista'

Declaração ocorreu em contexto de crítica às desigualdades sociais do Brasil. Presidente reforçou necessidade de distribuição de renda.

Lula diz que ficará cada vez mais 'esquerdista'
Lula participou de evento no Planalto em comemoração à saída do Brasil do Mapa da Fome. Na ocasião, discursou por cerca de 40min e chorou ao lembrar de situações em que passou fome na infância. / Imagem: Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (5.ago.2025) que ficará cada vez mais "esquerdista" e "socialista". A declaração ocorreu em evento que comemorava a saída do Brasil do Mapa da Fome, no Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo. Na mesma ocasião, Lula chorou ao lembrar de situações em que passou fome na infância.

"A gente pode fazer muito mais coisas do que estamos fazendo. E esse é o desafio, gente, esse é o desafio de quem já foi presidente 3 vezes, porque cada vez mais eu tenho que fazer mais. Significa que cada vez eu vou ficar mais esquerdista, vou ficar mais socialista e vou ficar achando que a gente pode mais", disse.

Confira abaixo a declaração completa, em itálico:

Muita gente pensa que é melhor emprestar uns R$ 5 bilhões só para 1 do que emprestar R$ 5 bilhões para 3 milhões [de pessoas]. E o pobre fica sempre prejudicado. Sempre prejudicado.

O fato é que eu carrego isso na minha alma, e eu digo sempre:

'Olha, cuidar de pobre, gostar da África e defender o direito dos negros nesse país é só pensando com o coração. Só com a cabeça você não resolve. Você tem que ter sentimentos'.

Eu vou contar uma coisa para vocês –que eu não vou morrer agora, porque sou apaixonado pela [primeira-dama] Janja e eu quero viver 120 anos–, mas vou contar uma coisa para vocês: se eu morresse hoje, eu estaria satisfeito.

Porque eu acho que não é fácil o exemplo que vocês estão dando ao mundo. Presta atenção: é um exemplo ao mundo e não é só por causa do Bolsa Família. Nós temos que ter em conta que o sucesso é uma confluência de muitas coisas.

O Brasil vive um bom momento. Um bom momento. Se você juntar o que a gente está vivendo na educação, se você diz que nós temos a menor taxa de desemprego, nós temos o melhor rendimento do trabalho, nós temos a maior massa salarial... Sabe? Ou seja, nós conseguimos tantas coisas juntos, sabe?

(...)

É por isso que eu criei uma frase aqui –que os economistas tradicionais não gostam, mas é a coisa mais correta do mundo– que eu digo sempre:

'Muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza, miséria, prostituição, analfabetismo, desnutrição. Agora, pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente a riqueza que todos nós brigamos todo santo dia'.

O problema é esse. É preciso que a gente saiba o seguinte: o Brasil pode fazer mais, gente, o Brasil pode fazer muito mais, a gente pode melhorar muito a situação do país, sabe?

A gente pode fazer muito mais coisas do que estamos fazendo. E esse é o desafio, gente, esse é o desafio de quem já foi presidente 3 vezes, porque cada vez mais eu tenho que fazer mais, significa que cada vez eu vou ficar mais esquerdista, vou ficar mais socialista e vou ficar achando que a gente pode mais.

(...)

Então, eu quero que vocês saibam o seguinte: eu sou o campeão da indignação. A gente tem que se indignar porque a desigualdade é racial, é de comida, é de salário, é de emprego, é de gênero, é de educação. Tudo está desigual. Então, quando eu estiver bravo e radical, não pense que eu estou inventando.

Author

Maurício de Azevedo Ferro
Maurício de Azevedo Ferro

Jornalista e empreendedor. Criador/CEO do Correio Sabiá. Emerging Media Leader (2020) pelo ICFJ. Cobriu a Presidência da República.

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