Israel inicia ofensiva por terra para ocupar Cidade de Gaza

Ministro da Defesa de Israel fala que "Gaza está em chamas" e que país não recuará

Israel inicia ofensiva por terra para ocupar Cidade de Gaza
Imagem: Reprodução/X/Twitter
Índice

O fato principal

As Forças de Israel iniciaram nesta terça-feira (16.set.2025) uma ampla ofensiva terrestre para ocupar a Cidade de Gaza, a maior cidade da Faixa de Gaza –estreita e populosa região, onde vivem cerca de 2,4 milhões de pessoas em estado de fome e miséria em meio aos escombros deixados pelos bombardeios israelenses.

O ministro da Defesa de Israel, chamado Israel Katz, publicou em hebraico na sua conta do Twitter que "Gaza está em chamas" e que o exército do país atinge "com punho de ferro" as estruturas do terrorismo.

"Gaza está em chamas. As Forças de Defesa de Israel (IDF/TSahal) atingem com punho de ferro as infraestruturas do terrorismo, e os soldados israelenses lutam com bravura para criar as condições para a libertação dos sequestrados e para a derrota do Hamas. Não recuaremos nem voltaremos atrás – até a conclusão da missão."

Contexto de Gaza

Em 711 dias de bombardeios israelenses, mais de 60 mil palestinos foram mortos em Gaza, sendo a maioria mulheres e crianças. Jornalistas que faziam a cobertura in loco também foram mortos. Estima-se que mais de 200 tenham perdido a vida.

As Forças de Israel também bloqueiam a entrada de suprimentos humanitários básicos, como alimentos e até água, fato amplamente reportado e denunciado pela imprensa correspondente.

Gaza carece de água e energia. As casas estão destruídas e as famílias, dizimadas. Milhares de pessoas perderam seus parentes, e crianças mutiladas passam por amputações sem anestesia.

Médicos que trabalhavam na região também foram assassinados durante os bombardeios. Mais de 90% dos hospitais foram destruídos. A infraestrutura da região, que já era deficiente, ficou completamente precária.

Manifestação do Itamaraty

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil publicou um comunicado oficial pelo qual voltou a falar "em genocídio". Eis a íntegra, abaixo, em itálico:

O governo brasileiro expressa firme condenação à mais recente escalada da ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza por meio do início, na última madrugada, de nova incursão terrestre à Cidade de Gaza, no Estado da Palestina.

Essa ação adicional de grave violação ao direito internacional e ao direito internacional humanitário soma-se a outras cometidas contra a população civil da cidade nas últimas semanas, incluindo deslocamento forçado, intensos bombardeios, demolição sistemática de edifícios residenciais e severas restrições, de maneira continuada, à entrada e distribuição de ajuda humanitária, as quais provocaram situação de fome crônica na região. Essa ofensiva terrestre coloca em risco, ademais, a vida tanto de centenas de milhares de civis palestinos quanto dos reféns remanescentes.

Nesse sentido, o governo brasileiro toma nota da publicação, em 16 de setembro, de relatório da Comissão de Inquérito no Território Palestino Ocupado, inclusive Jerusalém Oriental, do Conselho de Direitos Humanos. O relatório conclui que, com base nas definições da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, o governo israelense cometeu e continua cometendo atos de genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza, além de não ter tomado providências para impedir esses crimes por parte das autoridades e das forças de segurança daquele país. O Brasil defende que todas as violações de direitos humanos em Gaza e em todo o Território Palestino Ocupado devem ser investigadas e que seus responsáveis devem ser punidos.

O Brasil reitera, nesse contexto, sua exortação pelo fim imediato dos ataques de Israel contra a Faixa e pelo acesso desimpedido de ajuda humanitária. Apoia, ainda, cessar-fogo permanente, com libertação de todos os reféns e retirada completa das forças israelenses de Gaza.

Acusações de genocídio

Investigadores da ONU (Organização das Nações Unidas) que integram a COI (Comissão Internacional Independente de Investigação, em tradução do inglês) falaram em "genocídio" por causa deste movimento terrestre na Cidade de Gaza. Eles não falam em nome da ONU, mas destacam-se por essa atuação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) qualificou publicamente as ações de Israel em Gaza como “genocídio” pela 1ª vez em 25.out.2023. Reafirmou o posicionamento em outras ocasiões posteriores, tanto em 2024 quanto em 2025.

Neste ano, o governo federal brasileiro anunciou que vai aderir e ingressar como parte interessada no processo da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça. Vários países se manifestaram em favor dessa ação.

Em relatório detalhado no dia 5.dez.2024, a Anistia Internacional concluiu que há atos cometidos por Israel que se enquadram na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. Afirmou que as evidências apontam para intenção de destruir, no todo ou em parte, a população palestina de Gaza.

Em relatório de dezembro de 2024, a ONG Human Rights Watch afirmou que o padrão de condutas (mortes massivas, privação de água e bens essenciais, deslocamento forçado e outros atos) podia ser equivalente ao “extermínio” da população palestina. Apontou para atos de genocídio e crimes contra a humanidade.

Impopularidade até em Israel

Donos e CEOs de aproximadamente 200 das principais empresas de Israel também se opõem à política conduzida pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Eles disseram no Fórum de Negócios Israelense (Israeli Business Forum):

"A política do governo liderado por Benjamin Netanyahu está levando o Estado de Israel a uma perigosa e sem precedentes queda econômica e política."

O grupo quer o fim do expansionismo conduzido por Netanyahu na região, com o fim da guerra, a soltura de reféns e a definição de data para novas eleições. Isso porque Netanyahu, envolvido em escândalos de corrupção, se mantém no poder a partir da situação de exceção da guerra.


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Disclaimer: usamos IA (inteligência artificial), especificamente o ChatGPT, para traduzir a declaração em hebraico do ministro da Defesa de Israel. Sem IA, não teríamos conseguido informar com tanta precisão. O uso da tecnologia foi essencial nesse processo. Também usamos IA para acelerar a apuração sobre as manifestações oficiais a respeito do genocídio. Isso permitiu que entregássemos um conteúdo com mais contexto em tempo hábil. Para checar o prompt que usamos, acesse este link. Saiba mais sobre nossas políticas abertas de uso de IA.

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Redação do Sabiá
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