Israel inicia ofensiva por terra para ocupar Cidade de Gaza
Ministro da Defesa de Israel fala que "Gaza está em chamas" e que país não recuará

O fato principal
As Forças de Israel iniciaram nesta terça-feira (16.set.2025) uma ampla ofensiva terrestre para ocupar a Cidade de Gaza, a maior cidade da Faixa de Gaza –estreita e populosa região, onde vivem cerca de 2,4 milhões de pessoas em estado de fome e miséria em meio aos escombros deixados pelos bombardeios israelenses.
O ministro da Defesa de Israel, chamado Israel Katz, publicou em hebraico na sua conta do Twitter que "Gaza está em chamas" e que o exército do país atinge "com punho de ferro" as estruturas do terrorismo.
"Gaza está em chamas. As Forças de Defesa de Israel (IDF/TSahal) atingem com punho de ferro as infraestruturas do terrorismo, e os soldados israelenses lutam com bravura para criar as condições para a libertação dos sequestrados e para a derrota do Hamas. Não recuaremos nem voltaremos atrás – até a conclusão da missão."
What is the difference between this tower and the New York towers?
— Parwiz Hamidi _🇵🇸 (@Palestine001_) September 6, 2025
The attack on the New York towers was the most terrorist attack in history and shook the world. But why is this not a terrorist attack and why is this normal for the world and that was not?#Gaza pic.twitter.com/W8lEPdGEyw
Contexto de Gaza
Em 711 dias de bombardeios israelenses, mais de 60 mil palestinos foram mortos em Gaza, sendo a maioria mulheres e crianças. Jornalistas que faziam a cobertura in loco também foram mortos. Estima-se que mais de 200 tenham perdido a vida.
As Forças de Israel também bloqueiam a entrada de suprimentos humanitários básicos, como alimentos e até água, fato amplamente reportado e denunciado pela imprensa correspondente.
Gaza carece de água e energia. As casas estão destruídas e as famílias, dizimadas. Milhares de pessoas perderam seus parentes, e crianças mutiladas passam por amputações sem anestesia.
Médicos que trabalhavam na região também foram assassinados durante os bombardeios. Mais de 90% dos hospitais foram destruídos. A infraestrutura da região, que já era deficiente, ficou completamente precária.
Acusações de genocídio
Investigadores da ONU (Organização das Nações Unidas) que integram a COI (Comissão Internacional Independente de Investigação, em tradução do inglês) falaram em "genocídio" por causa deste movimento terrestre na Cidade de Gaza. Eles não falam em nome da ONU, mas destacam-se por essa atuação.
“It is clear there is an intent to destroy the Palestinians in Gaza through acts that meet the criteria set forth in the Genocide Convention.”
— United Nations Geneva (@UNGeneva) September 16, 2025
UN Independent International Commission of Inquiry's report shows #Israel has committed #genocide in #Gaza.https://t.co/UGjepPwmwo pic.twitter.com/rTJhFeKsvA
#Israel has committed genocide against Palestinians in #Gaza, the @UN Independent International Commission of Inquiry on the Occupied Palestinian Territory & Israel said in a new report, urging all States to fulfil their legal obligations to end it.
— UN Human Rights Council Investigative Bodies (@uninvhrc) September 16, 2025
➡️ https://t.co/srsjHa1Idb pic.twitter.com/UtwZCsvhqe
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) qualificou publicamente as ações de Israel em Gaza como “genocídio” pela 1ª vez em 25.out.2023. Reafirmou o posicionamento em outras ocasiões posteriores, tanto em 2024 quanto em 2025.
Neste ano, o governo federal brasileiro anunciou que vai aderir e ingressar como parte interessada no processo da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça. Vários países se manifestaram em favor dessa ação.
Em relatório detalhado no dia 5.dez.2024, a Anistia Internacional concluiu que há atos cometidos por Israel que se enquadram na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. Afirmou que as evidências apontam para intenção de destruir, no todo ou em parte, a população palestina de Gaza.
Em relatório de dezembro de 2024, a ONG Human Rights Watch afirmou que o padrão de condutas (mortes massivas, privação de água e bens essenciais, deslocamento forçado e outros atos) podia ser equivalente ao “extermínio” da população palestina. Apontou para atos de genocídio e crimes contra a humanidade.
Impopularidade até em Israel
Donos e CEOs de aproximadamente 200 das principais empresas de Israel também se opõem à política conduzida pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Eles disseram no Fórum de Negócios Israelense (Israeli Business Forum):
"A política do governo liderado por Benjamin Netanyahu está levando o Estado de Israel a uma perigosa e sem precedentes queda econômica e política."
O grupo quer o fim do expansionismo conduzido por Netanyahu na região, com o fim da guerra, a soltura de reféns e a definição de data para novas eleições. Isso porque Netanyahu, envolvido em escândalos de corrupção, se mantém no poder a partir da situação de exceção da guerra.
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