Gaza: Hamas aceita libertar reféns, e Israel diz que prepara implementação da primeira fase do plano de Trump
Disposição de liberar reféns não significa, necessariamente, que o grupo aceitou integralmente o acordo
O fato principal
O grupo Hamas informou nesta sexta-feira (3.out.2025) que aceita libertar reféns israelenses (vivos e mortos), sob os termos da proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por isso, Israel informou que se prepara para implementar a 1ª fase do plano de Trump para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O Hamas sinalizou que está disposto a negociar os detalhes da proposta de Trump. Isso não significa que o grupo tenha aceitado integralmente o plano do presidente norte-americano, anunciado ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na última segunda-feira (29.set).

Trump comentou sobre o avanço das negociações com o Hamas na sua conta no X (antigo Twitter). Disse que acredita que o Hamas está "pronto para a paz" e falou que "Israel precisa parar imediatamente de bombardear Gaza".
"Based on the Statement just issued by Hamas, I believe they are ready for a lasting PEACE. Israel must immediately stop the bombing of Gaza, so that we can get the Hostages out safely and quickly... this is about long sought PEACE in the Middle East." - President Trump pic.twitter.com/OKPYBmW5ql
— The White House (@WhiteHouse) October 3, 2025
Leituras em árabe
O Correio Sabiá mapeou leituras em árabe, ambas publicadas pela agência oficial de notícias palestina, WAFA.
Nesta, o presidente da AP (Autoridade Palestina), Mahmoud Zeidan Abbas, disse estar trabalhando na elaboração de uma Constituição provisória, que deve ficar pronta em 3 meses:
Abbas disse ter compromisso de realizar eleições presidenciais e parlamentares gerais dentro de 1 ano após o fim dos bombardeios em Gaza e de encarregar as autoridades relevantes de redigir uma Constituição provisória para o Estado.
A Constituição servirá como base para a transição de Autoridade Palestina para a condição de Estado Palestino.

Nesta outra publicação, mostra-se que o Hamas concordou com ao menos parte da proposta de Trump para Gaza, entregando os detidos e transferindo a Faixa para um corpo tecnocrático.

Anteriormente, a BBC havia publicado uma notícia de que o Hamas teria recusado o plano de Trump. O Correio Sabiá repercutiu, atribuindo a apuração à BBC. O texto mostrava pontos do plano de Trump que o Hamas considerava complicados, como a falta de confiança na palavra de Netanyahu.
Itamaraty emite comunicado
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil fez uma manifestação neste sábado (4.out.2025) sobre o plano de cessar-fogo. O governo brasileiro não tinha se pronunciado desde que a proposta foi anunciada.
Eis a íntegra da nota oficial, em itálico:
O governo brasileiro acompanha com atenção as discussões que se seguiram ao anúncio, pelo governo norte-americano, em 29/9, de novo plano para cessar-fogo na Faixa de Gaza, cuja população segue assolada, decorridos dois anos, por mortes, deslocamentos forçados, fome e destruição de lares e de infraestrutura vital.
Ao reconhecer os esforços dos países mediadores para colocar fim ao conflito, o Brasil guarda expectativa de que, se aceito e implementado pelas partes, o plano resulte, entre outras medidas, na cessação imediata e permanente dos ataques israelenses à Faixa de Gaza, na libertação dos reféns remanescentes, na entrada desimpedida de ajuda humanitária e no início urgente da reconstrução do território, sob apropriação e supervisão palestina. Defende, ademais, a retirada completa das forças israelenses de Gaza e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina.
Nesse contexto, o Brasil reafirma a convicção de que o único caminho para uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.
Considera, por fim, que qualquer Força Internacional de Estabilização a ser desdobrada na região deverá contar com um mandato cuidadosamente desenhado e devidamente aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Autor

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