🇪🇨 Candidato a presidente do Equador, Villavencio é morto

Centrista foi assassinado a tiros, a 10 dias da eleição presidencial do Equador em 2023

🇪🇨 Candidato a presidente do Equador, Villavencio é morto
Candidato no Equador, Fernando Villavencio foi assassinado a tiros / 📸 Reprodução/@fernandovillavencioec
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Candidato centrista à Presidência do Equador em 2023, o ex-deputado federal Fernando Villavencio (59 anos) foi assassinado a tiros nesta quarta-feira (9.ago.2023), na capital Quito. Ele ocupava o 5º lugar nas pesquisas eleitorais.

A imprensa local afirmou que ele foi vítima de um “assassino de aluguel” e recebeu “vários tiros na cabeça” quando deixava um comício político.

Foram 3 disparos que o atingiram. Um homem suspeito de ter cometido o crime foi morto em troca de tiros com agentes de segurança.

O crime ocorreu 11 dias antes da eleição no Equador, inicialmente prevista para 20 de agosto de 2023. Nesta data, o país deveria eleger presidente, vice-presidente e 137 congressistas.

Em vídeos que circulavam nas redes sociais, era possível ouvir barulhos de disparos e pedidos de socorro à polícia no local. Havia sangue no chão.

O então presidente do Equador, Guillermo Lasso, disse estar “indignado e consternado”. Prometeu punir os responsáveis.

“O crime organizado chegou muito longe, mas todo o peso da lei vai cair sobre eles”, escreveu Lasso numa outra publicação.

Por meio do Itamaraty (sede das Relações Exteriores do Brasil), o governo brasileiro publicou uma nota na qual dizia estar “consternado” com o crime.

Equador: quem foi Fernando Villavencio?

Candidato no Equador, Fernando Villavencio foi assassinado / ? Reprodução/@fernandovillavencioec
Villavencio era centrista / Reprodução/@fernandovillavencioec

Além de político, Fernando Alcibiades Villavicencio Valencia foi sindicalista e jornalista. Nasceu no dia 11 de outubro de 1963, na província de Chimborazo. De maio de 2021 a maio de 2023, atuou como deputado federal. Presidiu a Comissão de Fiscalização e Controle Político.

Tanto como congressista quanto como jornalista, Villavencio fez várias denúncias e reportagens contra políticos supostamente ligados ao narcotráfico e à corrupção. Atuou no veículo Periodismo de Investigación.

Um dos principais adversários políticos de Villavencio era o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017). Em 2014, quando era jornalista, chegou a ser condenado a 18 meses de prisão porque a Justiça entendeu que ele havia cometido crime de injúria contra o então presidente.

Eis algumas características de Villavencio, em tópicos:

  • Villavencio definia-se como ocupante de um campo político centrista. O Movimiento Construye ao qual ele pertencia é de centro. Nos últimos anos, ele vinha se aproximando da direita e do atual presidente Guillermo Lasso. Sua morte deve beneficiar a direita, eleitoralmente.
    • (*Anteriormente, erramos quando escrevemos nesta reportagem que ele se situava à esquerda). 
  • Um dos principais adversários políticos de Villavencio era o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), associado à esquerda.
  • Villavencio foi sindicalista da PetroEcuador e jornalista investigativo. Algumas de suas principais bandeiras eram o rompimento do sistema equatoriano atual e o combate à corrupção.
  • Denunciou e reportou vários supostos esquemas que ligavam a elite equatoriana a esquemas de corrupção e ao narcotráfico.

Contexto político do Equador

Candidato no Equador, Fernando Villavencio foi assassinado / ? Reprodução/@fernandovillavencioec
Villavencio foi sindicalista e jornalista; denunciou supostos crimes / Imagem: Reprodução/@fernandovillavencioec

Villavencio deixou o cargo de deputado federal um pouco antes do fim do mandato, porque o presidente Guillermo Lasso dissolveu Assembleia Nacional, cuja formação era, em maioria, opositora ao seu governo. A dissolução ocorreu em maio para, segundo Lasso, acabar com a “crise política grave e comoção interna”.

A dissolução ocorreu em meio a um julgamento de impeachment para destituir Lasso. Foi também essa dissolução que deu lugar às eleições gerais antecipadas, ora marcadas (e, a princípio, mantidas) para o dia 20 de agosto.

O Equador também enfrenta uma onda de violência que fez a taxa anual de homicídios praticamente dobrar em 2022 para 25 a cada 100 mil habitantes. Um prefeito foi assassinado há duas semanas.

O país tornou-se uma rota importante para o narcotráfico na América Latina, com possibilidade de escoar drogas pela Amazônia até direcioná-las à Europa ou aos Estados Unidos.


*Este conteúdo foi atualizado no dia 9 de fevereiro de 2025, por ocasião da eleição presidencial e legislativa do Equador. Nesta ocasião, aperfeiçoamos alguns tempos verbais deste conteúdo e mudamos a organização de fatos para torná-los mais compreensíveis aos leitores. Também fizemos otimizações técnicas e estruturais da página. Não houve correção de erros ou alterações substanciais. Nossa políticas de transparência estão descritas na seção Quem Somos.

A publicação inicial deste conteúdo ocorreu no dia 10 de agosto de 2023, às 2h02. Este conteúdo foi enviado como parte da 983ª edição do resumo de notícias essenciais do Correio Sabiá.


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