As eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2024 ocorrem nesta terça-feira (5.nov), numa disputa acirrada entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.

Abaixo, neste conteúdo, mostramos como funcionam as eleições por lá. Ao final, deixamos aberta a possibilidade de você nos perguntar o que quiser sobre este assunto por meio de um dos nossos projetos, o platō, uma rede social para perguntas e respostas.

🐙 Também acompanharemos as eleições norte-americanas em tempo real no grupo do Pulpo Eleitoral no WhatsApp, que conta com mais de 200 participantes interessados em descobertas eleitorais no mundo.

• Mapa interativo: veja como o cenário eleitoral dos Estados Unidos mudou em 100 anos

Quando sai o resultado das eleições nos Estados Unidos?

As urnas nos Estados Unidos começam a ser fechadas em alguns estados a partir das 21h (horário de Brasília) de terça-feira (5.nov.2025), dia da votação. Cada estado tem um horário de fechamento. Projeções indicam que até a tarde de quarta-feira (6.nov) pode ser possível conhecer o vencedor, mas é impossível cravar com precisão. Pode demorar mais.

Em alguns anos, o vencedor é anunciado mais cedo. Em outros, mais tarde. Varia. Pode levar dias ou até semanas. Quanto mais apertada a disputa, mais tempo tende a levar para cravar quem venceu.

Repetindo: é impossível afirmar com precisão quando o vencedor será conhecido. Da mesma forma, o resultado final completo (incluindo o total nacional de votos populares) só deve ser divulgado no início de dezembro.

Como é o sistema eleitoral dos Estados Unidos?

O sistema eleitoral dos Estados Unidos é baseado em um modelo indireto através do Colégio Eleitoral.

➡️ O voto é indireto. A população vai às urnas nos estados, mas o resultado apenas indica como o Colégio Eleitoral deve votar.

Os norte-americanos não votam diretamente no candidato à Presidência, mas sim em representantes do seu estado para integrar o Colégio Eleitoral.

O Colégio Eleitoral é quem, de fato, elege o presidente. (*No entanto, dificilmente o Colégio Eleitoral deixa de seguir a vontade popular, como se verá a seguir.)

O Colégio Eleitoral é formado por 538 delegados que representam os 50 estados americanos e Washington, D.C. O número de delegados em cada estado varia de acordo com o tamanho de sua população.

Para vencer a eleição presidencial, o candidato precisa ter no mínimo 270 "votos eleitorais".

Regra 'winner takes all'

Em 48 estados vigora a regra do "winner takes all". Isso quer dizer que:

• O candidato que tiver a maioria dos votos num estado conquista todos os delegados daquele estado;
• Apenas os estados de Maine (4 delegados) e Nebraska (5 delegados) são exceções da regra, usando um sistema distrital de votação para distribuir seus votos eleitorais.

Nestes 2 estados, os votos são distribuídos proporcionalmente de acordo com a votação recebida por cada candidato, diferentemente dos outros 48 estados onde o vencedor leva todos os delegados, independentemente da margem de vitória.

Eleições nos Estados Unidos: vantagens e desvantagens do sistema 'winner takes all'

O sistema eleitoral dos Estados Unidos gera particularidades. É possível que um candidato vença no voto popular mas perca a eleição. Isso ocorreu em 2016, quando Donald Trump teve menos votos populares que Hillary Clinton, mas conquistou mais delegados (306 contra 232).

Eis abaixo , em bullet points, alguns prós e contras desse sistema:

Vantagens

Proteção aos estados menores:

• Garante que estados menos populosos tenham voz significativa no processo eleitoral
• Evita que grandes centros urbanos dominem completamente a escolha presidencial

Simplificação do processo:

• Torna mais clara a contagem de votos por estado
• Facilita a determinação do vencedor em cada território

Desvantagens

Distorções de representatividade:

• Permite que um candidato vença sem ter a maioria dos votos populares
• Pode criar resultados controversos, como ocorreu em 2.000 com Bush vs. Gore e em 2016 com Trump vs. Clinton

Concentração geográfica

• Acentua excessivamente o peso dos "swing states" (estados que mudam de posição a cada eleição) na eleição
• Faz com que candidatos foquem sua campanha apenas em estados decisivos

Legitimidade questionável

• Gera críticas ao sistema democrático quando o vencedor não obtém a maioria do voto popular
• Pode resultar em presidentes eleitos com milhões de votos a menos que seus oponentes

Quais os estados decisivos nas eleições dos Estados Unidos?

Apesar de serem pequenos em termos de delegados, Maine e Nebraska podem ser decisivos em eleições muito apertadas. Os candidatos costumam dar atenção especial a estes estados quando a disputa está muito próxima, pois cada voto no colégio eleitoral pode ser determinante.

No entanto, 7 estados são considerados decisivos nesta eleição:

• Pensilvânia (19 delegados): estado mais importante entre os swing states, com empate técnico entre Harris e Trump nas pesquisas.
• Arizona (11 delegados)
• Carolina do Norte (16 delegados)
• Geórgia (16 delegados)
• Michigan (15 delegados)
• Nevada (6 delegados)
• Wisconsin (10 delegados)

Em 43 estados, a disputa já está praticamente decidida entre Democratas e Republicanos.

Tendências atuais:

• 🔴 Pró-Trump: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia e Nevada
• 🔵 Pró-Harris: Michigan e Wisconsin
• 🟰 Empate técnico: Pensilvânia

Outros cargos em disputa nos Estados Unidos em 2024

Além da Presidência, também estão em disputa:

• Todos os 435 assentos na Câmara dos Representantes
• 34 assentos no Senado

Atualmente, os Democratas têm maioria no Senado, enquanto os Republicanos controlam a Câmara

Outras perguntas que nos fizeram

1. Os Estados Unidos já tiveram uma presidente mulher? Resposta: Não. Hillary Clinton chegou perto de vencer a eleição em 2016 contra Donald Trump, mas acabou derrotada. Portanto, Kamala Harris será a 1ª presidente mulher dos Estados Unidos se vencer Trump em 2024.
2. Quando o novo presidente toma posse? Resposta: A posse do novo presidente está marcada para o dia 20 de janeiro de 2025.

👨🏻‍🚀 Para fazer mais perguntas sobre política e eleições no mundo, acesse nossa rede social, o platō.