#847: Como foi a entrevista de Ciro Gomes no Jornal Nacional
Candidato defendeu programa de renda mínima de R$ 1 mil e pacto com estados e prefeitos para governar
Entrevista de Ciro Gomes no JN
O candidato Ciro Gomes (PDT) foi o entrevistado desta terça-feira (23) do Jornal Nacional, da TV Globo. Uma das principais propostas apontadas foi a renda mínima de R$ 1 mil para todos os brasileiros abaixo da linha da pobreza.
Segundo Ciro, a proposta seria financiada com uma tributação aos brasileiros que têm patrimônio superior a R$ 20 milhões, a um custo de R$ 0,50 para cada R$ 100 dessas pessoas.
Para driblar um eventual isolamento no Congresso, Ciro propôs um novo modelo de governança do país, em contraste com o que se convencionou chamar de “presidencialismo de coalizão”.
Pelo presidencialismo de coalizão, o presidente eleito se alinha a diversos partidos políticos, fisiologicamente, para conseguir ter votos e governar. Daí as críticas ao chamado “Centrão”, aquele grupo de siglas sem coloração ideológica bem definida.
Segundo Ciro, o modelo atual de governança já se provou ineficaz pelas experiências vistas com os últimos presidentes e com o atual. O candidato também defendeu o uso da força política de um presidente recém-eleito para tentar passar as reformas e mudanças necessárias nos 6 primeiros meses. Disse ainda que podem ser usados plebiscitos em casos de impasses.
Ciro defendeu que o brasileiro vote num programa de governo, e não numa pessoa específica. Falou que, se eleito, afinará o diálogo com governadores e prefeitos a partir da renegociação das dívidas desses entes e do alívio às finanças desses agentes, para que exerçam influência nos grupos de pressão no Congresso.
Para dar esse alívio nas finanças, Ciro disse que combinaria com os governadores e prefeitos “um grande projeto de investimento”, com potencial de geração de 5 milhões de empregos.
Outro compromisso que Ciro Gomes assumiu é abrir mão da reeleição. De acordo com ele, esse “gesto” compõe um conjunto de medidas que viabiliza a sua proposta de transformar o modelo de governança brasileiro, já que permitiria fazer o que deve ser feito sem que haja preocupação com a conquista de um novo mandato.
Autorizada por Moraes, operação da PF mira empresários bolsonaristas
Para fecharmos (e mudarmos o assunto), a PF (Polícia Federal) realizou uma operação nesta terça-feira (23) que mirou em empresários bolsonaristas que afirmaram, num grupo de WhatsApp, que não respeitariam um resultado eleitoral adverso ao atual presidente da República. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Houve 8 alvos, eis a lista:
- Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan
- José Koury, do Barra World Shopping
- Afrânio Barreira, do Coco Bambu
- Ivan Wrobel, sócio da W3 Engenharia
- José Isaac Peres, controlador da administradora de shoppings Multiplan
- Luiz André Tissot, da Sierra Móveis
- Marco Aurélio Raymundo, o Morango, da Mormaii
- Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa
O caso gerou desconforto entre autoridades:
- A PGR (Procuradoria-Geral da República) informou por meio de nota oficial que ações assim não são usuais.
- O presidente Jair Bolsonaro (PL) também reclamou da ação.
- Já o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, também por nota oficial, disse que os assessores do procurador-geral Augusto Aras foram pessoalmente comunicados sobre a realização da operação.
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