Ao menos 6 ministros devem deixar seus cargos até março de 2022
Ao menos 6 ministros devem deixar cargos em março para concorrer no pleito de 2022
Número pode ser ainda maior caso ministros sem mandato no Congresso Nacional também queiram disputar cargos eletivos
Dos 23 ministros do governo Bolsonaro, ao menos 6 que têm mandato no Congresso Nacional como deputado(a) ou senador(a) devem deixar o cargo até março de 2022 para poder concorrer nas eleições, seja para mais um cargo no Legislativo ou em busca do Executivo estadual.
O número pode ser ainda maior, se forem consideradas outras autoridades do 1º escalão que não têm mandato e também são cotadas para concorrer a cargos eletivos.
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Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o prazo para desincompatibilização eleitoral é contado com base no dia da eleição –cujo 1º turno está marcado para o dia 2 de outubro– e varia de 3 a 6 meses, de acordo com a classe pertencente ao agente público.
“Em regra, o prazo para desincompatibilização de servidores efetivos ou comissionados é de 3 meses. Porém, nos casos em que há função de chefia, o afastamento deve ocorrer com antecedência de 6 meses do pleito”, informou o TSE em comunicado de junho de 2021.
Sendo assim, quase ¼ do 1º escalão deve deixar os respectivos cargos e retornar ao Congresso ainda em março, caso queiram concorrer na eleição de 2022. Veja abaixo quem são esses ministros:
- Ciro Nogueira (Casa Civil), senador licenciado pelo PP do Piauí;
- Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), deputada federal licenciada pelo DEM do Mato Grosso do Sul;
- João Roma (Cidadania), deputado federal licenciado pelo Republicanos da Bahia;
- Fabio Faria (Comunicações), deputado federal pelo PSD do Rio Grande do Norte;
- Flávia Arruda (Secretaria de Governo), deputada federal pelo PL do Distrito Federal;
- Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), deputado federal pelo DEM do Rio Grande do Sul.
Os 6 ministros têm algo em comum: não devem concorrer à reeleição para os cargos que ocupam atualmente: 3 devem disputar os governos estaduais e outros 3 devem disputar uma vaga no Senado.
Em 2022, será eleito apenas 1 senador(a) por estado, com a renovação de 1/3 da Casa. O mandato de senador tem a duração de 8 anos.
Ciro Nogueira
Senador licenciado pelo Piauí e presidente nacional licenciado do PP, Ciro Nogueira Lima Filho termina seu mandato de 8 anos no Senado. Desde agosto de 2021, é ministro da Casa Civil, sendo o 4º ocupante do cargo no governo Bolsonaro.
Desde que assumiu a pasta, tem como missão melhorar a interlocução política do governo federal com o Congresso.
Nogueira chegou a ser cotado como candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022. O senador vem do Nordeste, onde a desaprovação ao presidente é maior. Ele é pré-candidato ao governo do Piauí.
Tereza Cristina
Deputada federal pelo Mato Grosso do Sul desde 2015, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias está no 2º mandato no Congresso. Eleita pelo PSB em 2015, está no DEM desde 2017. Até agora, é a única a ocupar o cargo de ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no governo Bolsonaro.
A ministra tem sido apontada como provável candidata ao Senado ou como candidata ao governo do Mato Grosso do Sul nas eleições de 2022.
João Roma
Deputado federal pela Bahia, João Inácio Ribeiro Roma Neto ocupa seu 1º mandato no Congresso. Atualmente no Republicanos, já foi filiado ao PFL (atual Democratas).
É o 3º deputado federal no cargo de ministro da Cidadania no governo Bolsonaro, antes ocupado por Osmar Terra (MDB-RS) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Nas eleições de 2022, é cotado para concorrer ao governo da Bahia.
Fabio Faria
Deputado federal pelo Rio Grande do Norte em seu 4º mandato, Fábio Salustino Mesquita de Faria é o terceiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara e licenciou-se do cargo para assumir o Ministério das Comunicações, recriado em junho de 2020.
Genro do empresário Silvio Santos (dono do SBT) e filho do ex-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, Fabio pode repetir os passos do pai nas eleições de 2022 para concorrer ao cargo no Executivo potiguar.
Faria também foi cotado como candidato ao Senado e como vice-presidente numa eventual chapa com Bolsonaro em 2022. Se concorrer ao governo estadual do Rio Grande do Norte, pode ter o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) como adversário.
Flávia Arruda
Filiada ao PL (atual partido de Bolsonaro), a ex-primeira dama do Distrito Federal ocupa seu 1º mandato como deputada federal.
Atualmente licenciada do cargo legislativo, Flávia é ministra da Secretaria de Governo desde março de 2021. Assim como Ciro Nogueira, assumiu a pasta com a função de melhorar a articulação política do governo federal junto ao Congresso.
Flávia Carolina Péres pode concorrer ao Senado ou ao governo do Distrito Federal, que já foi ocupado pelo seu marido, José Roberto Arruda, de 2007 a 2010, quando teve o mandato cassado pelo TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal) por desfiliação partidária.
Onyx Lorenzoni
Deputado federal licenciado pelo DEM no Rio Grande do Sul, Lorenzoni já ocupou as pastas da Casa Civil, Cidadania e Secretaria-Geral da Presidência no Governo Bolsonaro.
Desde julho de 2021, ocupa o recém-criado Ministério do Trabalho e Previdência. Ele é cotado para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul em 2022.
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