Aliança Global contra a Fome e a Pobreza: como funciona?
Após ficar inicialmente fora da lista de signatárias, Argentina aderiu ao documento
O Brasil lançou nesta segunda-feira (18.nov.2024) a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O lançamento ocorreu por ocasião do encontro de líderes do G20 (grupo que reúne as maiores economias do mundo), realizado no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.
Até a última atualização deste conteúdo, havia adesão de 82 nações e duas organizações –a União Europeia (🇪🇺) e a União Africana (🌍)– à Aliança. Até a Argentina (🇦🇷), governada pelo presidente Javier Milei, decidiu aderir ao documento.
Inicialmente, a Argentina não estava entre as nações signatárias. No G20, Milei se opôs a várias pautas de interesse do Brasil (🇧🇷) e da comunidade internacional como um todo.
O cumprimento meramente protocolar de Milei e Lula, sem qualquer simpatia entre as partes na chegada ao evento, foi noticiado como ilustração da relação fria entre os 2 presidentes. O argentino fez diversos ataques e xingamentos a Lula em sua campanha eleitoral.
Lançada por iniciativa do governo brasileiro, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza ainda conta com a adesão de:
- 24 organizações internacionais
- 9 instituições financeiras internacionais
- 31 fundações filantrópicas e organizações não governamentais
Como vai funcionar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza?
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza vai funcionar como plataforma global independente do G20, embora tenha apoio contínuo e possa ter impulsionamento de futuras presidências do grupo.
A estrutura completa de governança da Aliança deve estar em operação até a metade de 2025. Até lá, o Brasil vai dar suporte temporário para funções consideradas essenciais, como a comunicação e a aprovação de novos integrantes.
A Aliança vai:
- Realizar cúpulas regulares contra a fome e a pobreza.
- Estabelecer um "Conselho de Campeões de Alto Nível" para supervisionar os trabalhos.
- Ter um órgão técnico enxuto, chamado de Mecanismo de Apoio da Aliança Global. A sede será na FAO da ONU (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), mas o funcionamento será independente.
O Brasil se comprometeu a financiar metade dos custos do Mecanismo de Apoio até 2030, com contribuições adicionais de países como Bangladesh (🇧🇩), Alemanha (🇩🇪), Noruega (🇳🇴), Portugal (🇵🇹) e Espanha (🇪🇸).
Qual objetivo da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza?
O objetivo central da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é "erradicar, até 2030, a fome e a pobreza, reduzir desigualdades e contribuir para parcerias globais revitalizadas para o desenvolvimento sustentável", como diz a nota oficial divulgada pelo governo federal.
“A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais. Em um mundo cujos gastos militares chegam a US$ 2,4 trilhões, isso é inaceitável. Com a Aliança, vamos articular recomendações internacionais, políticas públicas eficazes e fontes de financiamento. O Brasil sabe que é possível”, disse Lula.
Em outro momento, Lula declarou:
“A fome é produto de decisões políticas que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade. O G20 representa 85% dos US$ 110 trilhões do PIB mundial. Responde por 75% dos US$ 32 trilhões do comércio de bens e serviços e 2/3 dos 8 bilhões de habitantes do planeta. Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade.”
- Eis o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ocasião do lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Para saber mais sobre o que é o G20, acesse este conteúdo do Correio Sabiá.
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