Variante ômicron: o que se sabe até agora da nova 'versão' da covid-19
Variante ômicron: o que se sabe até agora sobre a nova ‘versão’ da covid-19
Brasil ainda não registrou nenhum caso da variante, mas fecha as fronteiras para 6 países africanos nesta 2ª feira (29)
Embora tenha deixado claro que não há confirmação que se trata da nova variante ômicron, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou ontem que foi registrado um caso de covid-19 num passageiro que passou pela África do Sul. O Correio Sabiá deu a informação no Twitter.
Detectada pela 1ª vez na África do Sul, a variante tem causado preocupação numa série de países. A imposição de barreiras de entrada e saída voltou a ser uma realidade para alguns deles, com objetivo de conter a difusão do vírus.
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No entanto, ainda há diversas perguntas que precisam ser respondidas sobre a nova variante do coronavírus. Entre elas: “qual a transmissibilidade da ômicron?” e “qual a eficácia das vacinas desenvolvidas até o momento?”
Por isso, o Correio Sabiá explica abaixo tudo o que se sabe até o momento sobre a variante ômicron.
Quais os países já registraram casos da variante ômicron
Até agora, ao menos 12 países já registraram casos da ômicron. O Brasil não faz parte dessa lista até o momento.
Veja abaixo quais são os países que já registraram casos da nova variante:
- África do Sul
- Alemanha
- Austrália
- Bélgica
- Botsuana
- Dinamarca
- Holanda
- Hong Kong
- Israel
- Itália
- Reino Unido
- República Tcheca
O Brasil já registrou caso da nova variante?
Como foi explicado, o Brasil ainda não registrou nenhum caso da nova variante ômicron até agora.
Por enquanto, a Anvisa informou neste domingo (28) que houve caso de covid-19 num passageiro que passou pela África do Sul. Porém, não se sabe qual é a variante.
Portanto, pode tanto ser como não ser a nova variante ômicron. É necessário aguardar.
Brasil toma providências contra a variante ômicron
Embora não tenha registrado, oficialmente, nenhum caso da nova variante ômicron, o Brasil já começou a tomar medidas legais para evitar a disseminação do vírus.
A partir desta 2ª feira (29), o país vai fechar as fronteiras para voos vindos de 6 países da África. São eles: África do Sul, Botsuana, Essuatini (Suazilândia), Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
Quem deu a informação foi o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), na última 6ª feira (26), atendendo recomendação da Anvisa publicada no mesmo dia.
No dia seguinte (27), a Anvisa publicou uma nota técnica complementar na qual recomendava a inclusão de mais 4 países na lista de restrições. São eles: Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia.
Países tomam providências contra a ômicron
Além do Brasil, outros países também começaram a tomar providências contra a nova variante ômicron, embora a OMS tenha dito na última 6ª feira (26) que os países não deveriam se apressar em restrições de viagens.
Israel, por exemplo, anunciou o fechamento completo da fronteira para estrangeiros por 14 dias. A medida foi recomendada pelo comitê de combate ao coronavírus do país.
Além disso, cidadãos israelenses vacinados precisarão fazer quarentena de 3 dias ao chegar em Israel. Já os não-vacinados precisarão cumprir quarentena por 7 dias.
O Reino Unido também anunciou uma série de medidas. Os viajantes que desembarcarem por lá terão que fazer um PCR no 2º dia após a viagem e se isolarem até que haja resultado negativo do exame.
Ainda deve ser reforçado o uso de máscaras em ambientes internos e nos transporte público. Deve haver aceleração da campanha para aplicação das doses de reforço.
O que se sabe sobre a transmissibilidade da nova variante
Ainda não há muitas informações se essa variante é mais transmissível do que as outras. No entanto, a comunidade científica teme que sim.
Os vírus têm a capacidade de reproduzir cópias de si. No entanto, podem ocorrer “erros” nessas cópias.
Só que, se o “erro” der ao vírus mais chances competitivas de sobreviver, essa nova versão vai prosperar e prevalecerá sobre as demais.
A versão que prevalece costuma ter mais chances de driblar o sistema imunológico humano. Consequentemente, aumentam as transmissões, o que pode aumentar também as internações e as mortes.
O que se sabe da eficácia das vacinas contra a nova variante
Também não há informações sobre a eficácia das vacinas atuais contra essa variante ômicron, porque os dados ainda são muito recentes.
No entanto, por se tratar de uma nova versão do coronavírus, as vacinas atuais podem não dar a mesma proteção. Podem. Ainda não há como cravar.
Por ora, a OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que a variante ômicron é uma “variante preocupante” (variante of concern). O órgão fez uma reunião na última 6ª feira (26) para tratar do tema.
O termo variante preocupante foi o mesmo usado até agora para descrever outras variantes que causaram problemas, como a delta e a gama, por exemplo.
No entanto, a OMS também disse na ocasião que os países não deveriam se apressar em impor restrições de viagens. O órgão falou em reforçar a vigilância e trabalhar em conjunto.
Fabricantes de vacina se mexem para responder à variante ômicron
Enquanto ainda não se sabe sobre a eficácia das vacinas existentes no combate à ômicron, as fabricantes se mexem para garantir que conseguirão neutralizar a nova variante.
O que mais preocupa cientistas é que a ômicron tem diversas alterações na proteína spike (ou espícula), que é a parte que conecta o vírus à célula humana para iniciar a infecção. É justamente essa proteína que é alvo de vacinas como as da Pfizer, AstraZeneca e Janssen.
Essas vacinas injetam a proteína spike no organismo humano para ensiná-lo a combater o coronavírus. Por isso, agora que há mutações exatamente nessa proteína, existe o temor de que elas não sejam ideias para defesa contra a variante ômicron.
Já a CoronaVac, que é uma vacina de tipo tradicional, produzida a partir do vírus inteiro inativado da Sars-CoV-2, ensina o sistema imunológico a combater o vírus inteiro, e não só a proteína spike.
Por esse motivo, a CoronaVac pode ter uma vantagem competitiva neste caso, de acordo com os cientistas.
No entanto, é essencial frisar: todas essas informações ainda são preliminares. Não estão confirmadas. Os cientistas continuam pesquisando para tirar conclusões.
Enquanto isso, é necessário reforçar a vacinação. Só assim é possível reduzir a quantidade de mutações do vírus e frear a pandemia.
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