#874: Censura? Saiba as decisões do TSE a 10 dias da eleição
#874: Censura? Saiba as decisões do TSE a 10 dias da eleição
Atuação da Corte Eleitoral é contestada a 10 dias da eleição; Lula entrega carta aos evangélicos
O resumo do resumo:
- Lula e Bolsonaro terão direito de resposta na propaganda um do outro;
- TSE derruba fala de Marco Aurélio Mello contra Lula na propaganda de Bolsonaro;
- TSE adia estréia de documentário pró-Bolsonaro do Brasil Paralelo;
- TSE censura Jovem Pan;
- Pastor-influencer bolsonarista viraliza fake news de que foi intimado pelo TSE (não foi);
- Lula e Alckmin entregam carta aos evangélicos;
- Após 22 anos, Doria anuncia saída do PSDB
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Lula e Bolsonaro terão direito de resposta em propaganda um do outro
Decisões do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do TSE, determinam que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) veiculem direitos de resposta um do outro na propaganda de rádio e TV. Assim:
- Bolsonaro terá direito a 14 inserções de 30 segundos cada na propaganda política de Lula; e
- Lula terá direito a 20 inserções de 30 segundos cada na propaganda política de Bolsonaro.
O motivo dos pedidos de retratação se deve:
- À associação feita de Bolsonaro ao canibalismo pelo PT; e
- Às afirmações de que Lula seria “corrupto” e “ladrão” feitas por Bolsonaro.
TSE derruba fala de ex-ministro do STF contra Lula em propaganda de Bolsonaro
Aliás, várias decisões tomadas pelo TSE têm repercutido nestes últimos dias.
A Corte Eleitoral proibiu o ex-ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), de aparecer na propaganda política de Bolsonaro para dizer que Lula não foi inocentado nos processos aos quais respondia. A decisão também é de Paulo de Tarso Sanseverino.
No lugar do trecho em que Marco Aurélio de Mello falava que Lula não foi inocentado, foi exibido um QR Code para tirar dúvidas sobre as eleições no canal de WhatsApp do TSE.
TSE adia estreia de documentário pró-Bolsonaro
Além disso, o TSE também adiou a veiculação de um documentário do Brasil Paralelo numa decisão do ministro Benedito Gonçalves. A peça chama-se “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?” e estava prevista para ser lançada na semana anterior à eleição. O caso tem sido chamado de “censura” pela direita e pelo próprio Brasil Paralelo.
O ministro, no entanto, diz que “a semana de adiamento não caracteriza censura” e “evita que o tema reiteradamente explorado pelo candidato em sua campanha receba exponencial alcance, sob a roupagem de documentário que foi objeto de estratégia publicitária custeada com substanciais recursos de pessoa jurídica”.
Jovem Pan sofre censura do TSE
O TSE censurou a rádio Jovem Pan de tratar de assuntos que envolvam a condenação de Lula. Já foram concedidos ao menos 3 direitos de resposta ao petista por declarações de jornalistas da emissora.
Por causa disso, o TSE proibiu que a Jovem Pan volte a tratar de temas que envolvam o candidato do PT à Presidência, e é aí que está a acusação de que a Corte Eleitoral censurou a emissora.
Previamente, antes de haver qualquer declaração favorável ou desfavorável ao petista, o TSE já proibiu que essas declarações sejam feitas.
Pastor-influencer digital viraliza fake news de que foi intimado pelo TSE
O pastor e influenciador digital André Valadão divulgou um vídeo em suas redes sociais dizendo que foi obrigado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a fazer uma retratação por declarações suas contra Lula.
Ocorre que o TSE não tomou nenhuma decisão contra Valadão.
Na retratação falsa, feita em vídeo, Valadão inseriu uma música melancólica como trilha sonora e leu um texto. O pano de fundo do vídeo era preto.
Nas legendas, o influenciador escreveu errado o nome o presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Na grafia, Valadão escreveu “Alexandre Morais”.
Já no texto que leu, Valadão disse, ironicamente, que “Lula não é a favor do aborto, Lula não é a favor da descriminalização das drogas, Lula não é a favor de liberar pequenos furtos”.
O influenciador ainda disse que “Lula não é a favor, literalmente, de colocar uma regulação na mídia” em que “você vai perder o direito de expressar sua opinião, expressar o seu culto”.
Lula e Alckmin entregam carta aos evangélicos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência neste ano, e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa com Lula, entregaram nesta quarta-feira (19.out.2022) uma carta de compromissos conservadores aos evangélicos.
Essa é uma forma de Lula e Alckmin atraírem o eleitorado religioso. Os evangélicos, em maioria, costumam formar uma base fiel de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), adversário de Lula na disputa pela Presidência no 2º turno de 2022.
Por compromisso com a transparência, liberamos a íntegra da carta para que você possa acessar livremente o conteúdo, que tem relevância jornalística. Esses compromissos estão descritos na seção Quem Somos do nosso site.
Eis alguns dos compromissos que Lula estabeleceu na carta aos evangélicos:
- Liberdades coletivas e individuais, particularmente pela Liberdade Religiosa.
- O governo não adotará quaisquer atitudes que firam a liberdade de Culto e de Pregação ou criem obstáculos ao livre funcionamento dos Templos.
- Nunca usar símbolos de Fé para fins político-partidários, respeitando as leis e as tradições que separam o Estado da Igreja, para que não haja interferência política na prática da Fé.
- Fortalecer as famílias para que os nossos jovens sejam mantidos longe das drogas.
- Retomar o programa Minha Casa Minha Vida para garantir um lar às famílias brasileiras desabrigadas.
Lula ainda destacou, mais uma vez, ser “pessoalmente contra o aborto” e disse que “este não é um tema a ser decidido pelo presidente da República, e sim pelo Congresso Nacional”.
Contexto: o ex-presidente, em entrevista ao Flow Podcast na noite desta terça-feira (18.out), já tinha dito ser “pessoalmente contra o aborto”, uma pauta cara aos conservadores. Lula, no entanto, não é contra o aborto como política de Estado, mas ressalta que esse é um assunto do Legislativo.
Eis a conversa do ex-presidente com o apresentador do Flow Podcast, Igor, a respeito do aborto:
“Eu sou contra o aborto, sou contra o aborto porque o aborto não é bom nem para o pai, nem para a mãe, nem para ninguém“, disse Lula.
“Mas tu é contra o aborto pessoalmente ou como política de Estado?”, perguntou Igor, apresentador do Flow Podcast.
“Eu sou contra o aborto, pessoalmente, e quem tem que decidir sobre o aborto ou não é a lei. Não é o presidente da República. É preciso parar de fetiche. É preciso parar de inventar coisas a respeito das pessoas.”
Luiz Inácio Lula da Silva
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Lula define que não participará de debate do SBT
A 10 dias do 2º turno, é relevante que o leitor e ouvinte do Correio Sabiá, para ficar bem informado e realmente entender o noticiário, preste atenção às agendas dos 2 candidatos à Presidência.
Para facilitar, fazemos aos domingos uma Agenda da Semana, conteúdo que dá previsibilidade ao noticiário ao mostrar, por data, os principais eventos deste e dos próximos dias. O conteúdo é atualizado diariamente.
Além disso, vamos à análise: Lula participou do Flow Podcast e teve uma audiência superior a 1 milhão de espectadores no momento de pico do programa. É quase o dobro dos 550 mil que Bolsonaro teve em agosto, quando também participou do Flow.
Lula, no entanto, desistiu de participar do debate promovido por um pool de veículos, entre eles o SBT, nesta sexta-feira (21.out). Bolsonaro deve participar, mas num formato de entrevista, sem seu adversário.
No lugar do debate, Lula deve cumprir agenda em Minas Gerais, 2º maior colégio eleitoral do país. Aqui no Correio Sabiá já mostramos por que Minas é considerado um estado-chave na eleição e um espelho do eleitorado do Brasil.
Mais do que isso: Lula, o PT e os demais partidos integrantes da coligação precisam garantir uma boa votação em Minas, até porque Bolsonaro ganhou o apoio explícito do governador mineiro reeleito Romeu Zema (Novo).
Ou seja, para entender o noticiário, você deve ter atenção a essas movimentações: a preferência de Lula por estar em Minas Gerais (estado cujo governador reeleito é aliado de Bolsonaro), em detrimento de participar de um debate com seu adversário na TV.
Após 22 anos, Doria deixa o PSDB
Falando em adversários, o ex-governador de São Paulo João Doria anunciou nesta quarta-feira (19) que deixou o PSDB, partido pelo qual foi filiado por 22 anos e se elegeu prefeito de São Paulo e governador do estado de São Paulo.
Doria ainda foi escolhido pela sigla como candidato que disputaria a Presidência, mas uma série de disputas políticas internas deixaram o ex-governador paulista fora do páreo.
O PSDB decidiu apoiar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência, junto com o Cidadania. Formaram, assim, a 3ª via.
Agora, Simone Tebet firmou apoio à candidatura de Lula, contra Bolsonaro, e tem atuado a favor da campanha. Já Doria manteve-se neutro: nem Lula, nem Bolsonaro.
Saiba ainda os detalhes da guerra na Ucrânia numa reportagem que temos no Correio Sabiá e que recebe atualizações constantes.
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