#838: Deflação: preços caem 0,68% em julho

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Sabiá #838: Preços caem 0,68% em julho

Queda de 4,51% no valor dos Transportes puxou IPCA de julho para a menor taxa histórica desde 1980
Sabiá: Imagem mostra 4 moedas de real (R$), sendo duas de R$ 1, uma de R$ 0,50 e outra de R$ 0,25 / Foto: Eduardo Soares/Unsplash
Por outro lado, expectativa do Banco Central é que juros continuem elevados por longo período, conforme ata divulgada nesta terça-feira (09.ago.2022) / Foto: Eduardo Soares/Unsplash
Neste resumo você encontrará alguns desses tópicos:
  • Após queda geral dos preços (deflação) de 0,68% em julho, acumulado da inflação em 2022 volta a ficar dentro do teto da meta estabelecida pelo Banco Central; setor de Transportes puxou queda: -4,58%;
  • Banco Central diz que taxa Selic deve ficar alta por longo período; governo federal sanciona Diretrizes Orçamentárias de 2023 com salário mínimo de R$ 1.294;
  • Bolsonaro promete em plano de governo ampliar faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 6.060 por mês; patamar atual é de R$ 1.903,98 mensais

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Queda dos Transportes (-4,51%) puxa IPCA de julho para baixo

Puxado principalmente pelo grupo de Transportes (-4,58%), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho foi de -0,68%. Exatamente: variação negativa. Chama-se deflação a queda geral dos preços, enquanto a conhecida inflação é o aumento. A divulgação ocorreu nesta terça-feira (09.ago.2022), feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Esse resultado de -0,68% foi o menor de toda a série histórica do IPCA, iniciada em janeiro de 1980.

Dessa forma, a inflação acumulada nestes 7 meses de 2022 agora é de 4,77%. Até junho (6 primeiros meses do ano), essa mesma variação era maior, de 5,45%.

Veja abaixo mais alguns dados sobre a inflação medida pelo IPCA para ter pontos de comparação com o resultado de julho deste ano:

  • No acumulado dos últimos 12 meses, a alta geral dos preços é de 10,07%. Antes, nos 12 meses acumulados até junho, era de 11,89%.
  • No mês imediatamente anterior, junho de 2022, a alta dos preços foi de 0,67%.
  • Já no mês de julho do ano passado, a alta dos preços foi de 0,96%.

Outra agenda relevante que comentamos que ocorreria nesta terça-feira (9) era a divulgação da ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que resultou no aumento da taxa básica de juros, a Selic, para 13,75% ao ano. O Banco Central disse nesse documento que a Selic deve ficar alta por um período longo.

Bolsonaro sanciona parcialmente Diretrizes Orçamentárias de 2023

Foi sancionado parcialmente o PL (projeto de lei) de Diretrizes Orçamentárias de 2023, encaminhado pelo Congresso Nacional. Estima-se, para o ano de 2023:

  • o crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) em 2,5%;
  • o IPCA em 3,3%;
  • a taxa básica de juros, a Selic, em 10%;
  • a taxa de câmbio média de R$ 5,3/US$.

Além disso, veja abaixo a expectativa desses indicadores para os outros anos (2024 e 2025):

  • a estimativa do crescimento do PIB é mantida em de 2,5% tanto em 2024 como em 2025;
  • é prevista a estabilidade do IPCA em 3,0% em 2024 e 2025;
  • a taxa Selic alcançaria o índice de 7,7% em 2024 e 7,1% em 2025;
  • o câmbio médio manteria o patamar de R$ 5,3/US$ em 2024 e em 2025.

Quanto ao salário mínimo, o projeto prevê que, em 2023, o valor passará para R$ 1.194,00, considerando-se a correção monetária pelo INPC (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

No entanto, em comunicado à imprensa recebido pelo Correio Sabiá, a Secretaria-Geral da Presidência da República ressaltou que “a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) não altera o valor do salário mínimo diretamente, sendo esse valor apenas uma estimativa para ser considerada na Lei Orçamentária de 2023 (LOA 2023). O aumento efetivo dependerá de uma lei específica para tratar da questão.”

Aliás, aproveitando esse gancho para falar um pouco de eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu em seu plano de governo isentar da cobrança de Imposto de Renda aqueles trabalhadores que recebem até R$ 6.060 por mês (o salário mínimo é de R$ 1.212) ou o equivalente a R$ 72.720 por ano.

Atualmente, a isenção vale até aqueles que recebem R$ 1.903,98 por mês, o equivalente a R$ 22.847,76 por ano. 

Fachin participa de última sessão plenária no TSE

Por fim, o ministro Edson Fachin, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), participou da sua última sessão plenária no comando da Corte Eleitoral nesta terça-feira (9) e declarou que “a democracia se verga, mas não se dobra nem quebra com as fake news”. 

Fachin vai deixar o cargo, formalmente, na semana que vem. O ministro Alexandre de Moraes, atual vice-presidente do TSE, é quem vai assumir a presidência da Corte a partir do dia 16 de agosto, que é quando começa oficialmente a campanha eleitoral. Portanto, será Moraes o presidente do TSE durante a eleição deste ano.

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