Artigo: 'Em Israel, combate ao covid também envolve questões políticas'

Artigo: 'Em Israel, combate ao covid também envolve questões políticas'
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Artigo: ‘Em Israel, combate ao covid também passa por questões políticas’, escreve Henry Galsky

Governo de Israel decidiu levar adiante o plano de cancelar a obrigatoriedade de isolamento de crianças
Bandeira de Israel / Foto: Taylor Brandon/Unsplash
Sindicato de Professores de Israel ameaçou entrar em greve por considerar o cancelamento da obrigatoriedade de isolamento de crianças um risco à saúde dos trabalhadores / Foto: Taylor Brandon/Unsplash
*Por Henry Galsky, de Israel

O governo israelense decidiu levar adiante o plano de cancelar a obrigatoriedade do isolamento entre as crianças, mesmo que elas tenham tido contato ou proximidade com algum infectado por covid. A decisão foi comunicada após reunião do gabinete e já está em vigor. A questão é polêmica e levou, inclusive, o Sindicato dos Professores de Israel a ameaçar uma greve por considerar que a decisão apresenta risco à saúde dos trabalhadores do sistema de ensino.  

Naftali Bennett, o primeiro-ministro do país que lidera uma frágil e diversa coalizão de partidos, foi um dos principais críticos às medidas adotadas pelo antecessor, Benjamin Netanyahu. O ex-primeiro-ministro determinou fechamento quase total da economia do país nos períodos de maior contaminação. 

Durante as campanhas eleitorais –foram 4 eleições em apenas 2 anos–, Bennett se apresentava como alguém capaz de solucionar a crise sanitária sem prejudicar a economia. Chegou inclusive a escrever um livro detalhando seus planos. A aposta na promessa de solucionar a crise da covid e, ao mesmo tempo, evitar novas diretrizes sobre fechamento na sociedade israelense reduz as estratégias que tem disponíveis. 

No entanto, o atual primeiro-ministro mantém o mesmo caminho de Netanyahu em relação ao ponto central de combate à pandemia: a vacinação em massa. O país, que tem cerca de 9,5 milhões de habitantes, tem ao menos 4,4 milhões de pessoas vacinadas já com as 3 doses da vacina (46%) –6,6 milhões tomaram a 1ª dose; 6 milhões, a 2ª dose. Neste momento, o governo estuda também a liberação da 4ª dose para maiores de 18 anos de idade. Desde dezembro de 2021, ela está disponível para pessoas acima de 60 anos. 

Ao mesmo tempo, os cerca de 2,5 milhões de alunos do sistema de ensino são obrigados a passar por testes de antígeno domésticos –que por aqui já estão disponíveis nas farmácias. Os testes obrigatórios são realizados pelos pais aos domingos e quartas-feiras (em Israel, os dias de descanso são sextas-feiras e sábados). Na sequência, os responsáveis precisam entrar no portal do Ministério da Educação e informar o resultado. 

Israel vive um momento contraditório em relação à pandemia; apesar de o número de mortos ter aumentado em janeiro –chegando a 8.804 no total desde o início do combate ao Corona–, os dados do Ministério da Saúde mostram tendência de queda na contaminação. No último domingo (30.jan), o coeficiente de reprodução do vírus caiu a 0,96 pela 1ª vez desde 6 de novembro de 2021. Qualquer número acima de 1 indica aumento da infecção –e qualquer número abaixo de 1 mostra tendência oposta.

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